Manfred von Richthofen, ás da aviação militar alemã, também conhecido como Barão Vermelho

0
Powered by Rock Convert

O TEMÍVEL BARÃO VERMELHO

Ás dos Ases, o alemão Manfred von Richthofen foi o maior piloto da Primeira Guerra Mundial

 

 

O Barão Vermelho abateu 82 aviões durante os combates na Primeira Guerra Mundial (Revell)

O Barão Vermelho abateu 82 aviões durante os combates na Primeira Guerra Mundial (Revell)

 

Manfred von Richthofen (Breslávia, Polônia em 2 de maio de 1892 – Vaux-sur-Somme, França, em 21 de abril de 1918), ás da aviação militar alemã, também conhecido como Barão Vermelho.

 

Richthofen, nasceu em Breslávia, Polônia em 2 de maio de 1892, e foi morto em combate, em Vaux-sur-Somme, França, em 21 de abril de 1918.

 

A Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, foi o conflito que marcou a entrada dos aviões no mundo militar. Ainda uma invenção recente, o avião se mostrou extremamente eficiente em combate, criando novas possibilidades de ataques e meios de observação a longa distância. Era o braço longo dos exércitos, proporcionando atacar inimigos de surpresa pelo alto e antecipar movimentos de tropas dias antes delas alcançarem seus objetivos, permitindo criar estratégias para contê-las. Era o início de uma era revolucionária.

 

Enquanto muitos ainda aprendiam a domar os aviões, já havia nesta época um sujeito que dominava com perfeição a arte de pilotar essas máquinas voadoras. Era o alemão Manfred von Richthofen, que ficou conhecido como “Barão Vermelho”.

Richthofen foi o maior dos ases da Primeira Guerra Mundial e seu apelido surgiu em virtude da cor de seus aviões, sempre com detalhes vermelhos ou pintados inteiramente nessa cor, como era o seu temível triplano Fokker DR1.

Com apenas 24 anos de idade, o Barão Vermelho, então lider da melhor esquadrilha de caça da Alemanha, a “11º Jasta”, já havia abatido 52 aeronaves. E era apenas o começo.

Barão

 

 

Richthofen era um “Freiherr” (“Senhor Livre”, em alemão), um título de nobreza frequentemente traduzido como “Barão”. Nascido em Breslau, no então Império alemão (atualmente Wroclaw, Polônia), o Barão Vermelho foi o segundo de quatro irmãos – seu irmão mais velho, Lothar, também foi piloto militar. Seus pais eram o oficial de cavalaria Albrecht ‘Freiherr’ von Richthofen e sua esposa, Gwendoly, que descendia de um longa linhagem familiar de militares e aristocratas.

 

Em nove anos de serviço militar, o Barão Vermelho alcançou o posto de capitão (Domínio Público)

Em nove anos de serviço militar, o Barão Vermelho alcançou o posto de capitão (Domínio Público)

 

Em 1911, com apenas 19 anos, Richthofen ingressou na escola militar, mas ainda muito longe de voar. Quando estourou a Primeira Guerra Mundial, era um oficial de reconhecimento da cavalaria e entrou em ação na Rússia, França e Bélgica. Porém, com o advento da “guerra de trincheiras”, as operações de seu regimento se tornaram ineficientes e obsoletas e seu grupo foi extinto. Desta forma, Manfred passou a servir como entregador de correspondência e operador de telefone de campo, funções que nunca o agradaram.

Desapontado por não participar diretamente dos combates, Richthofen pediu transferência para o setor de suprimentos do exército no início de 1915, onde se interessou pela aviação. Novamente, pediu outra transferência, mas desta vez para o Serviço Aéreo Imperial Alemão, que mais adiante ficaria conhecido como “Luftstreitkräfte”. Seu pedido foi aceito e em maio daquele ano iniciou seus treinamentos com os novíssimos aviões. E ele aprendeu rápido.

Em apenas três meses, Richthofen obteve a formação de piloto e partiu para a frente de batalha aérea, primeiramente como oficial observador em missões de reconhecimento. Sua primeira vitória nos céus, mesmo não atuando como “caçador”, aconteceu em Champagne, na França, onde abateu um avião com uma metralhadora de mão, após um tensa batalha com outro avião de observação francês, que fez o piloto ter novas ambições na aviação militar.

Em outubro de 1915, apenas dois meses após a aprender a pilotar um avião, Richthofen se juntou ao Kampfgeschwader 2 (Esquadrão de bombardeio No. 2) e passou a voar com um Albatros C.III biposto, atacando posições francesas com bombas lançadas da própria cabine e fogo de metralhadora, função que realizaria por quase um ano.

Caçador

Depois de um período pilotando aviões biposto na frente oriental, em agosto de 1916 Richthofen se voluntariou a ingressar no recém-formado esquadrão de caça, o “Jasta 2”. Em menos de um mês, o piloto venceu seu primeiro combate aéreo, sobre Cambrai, na França.

O primeiro caça que o Barão Vermelho voou foi o Albatros C.III (Domínio Público)

O primeiro caça que o Barão Vermelho voou foi o Albatros C.III (Domínio Público)

 

Após sua primeira vitória confirmada, Richthofen encomendou uma taça de prata gravada com a data e o tipo do avião inimigo que abateu a um joalheiro de Berlim, prática que repetiria outras 60 vezes até o fornecimento de prata na Alemanha ficar limitado durante a guerra, que o forçou a interromper sua “coleção”.

Em vez de usar táticas agressivas e arriscadas, como seu irmão Lothar, que também era piloto e colecionou 40 vitórias, Manfred seguia apenas uma série de orientações básicas para assegurar o sucesso do esquadrão e de seus pilotos. Richthofen não era um piloto espetacular ou acrobata, como seu irmão. Por outro lado, ele era um estrategista notável, um excelente líder de esquadrão e um ótimo atirador. Geralmente ele atacava de cima para ter a vantagem do sol atrás dele, com outros pilotos cobrindo sua retaguarda e flancos.

Em 23 de novembro de 1916, Richthofen abateu seu oponente mais famoso, o ás britânico Major Lanoe Hawker. Essa vitória ocorreu enquanto o piloto alemão voava um Albatros D.II e Hawker um Airco DH.2. Depois de um longo combate aéreo, Hawker foi morto com uma bala na cabeça quando tentava escapar de volta para suas próprias linhas.

O Airco DH.2, usado pela Inglaterra, foi uma das principais vítimas do Barão Vermelho (Domínio Público)

O Airco DH.2, usado pela Inglaterra, foi uma das principais vítimas do Barão Vermelho (Domínio Público)

 

Depois desse combate, Richthofen ficou convencido de que ele precisava de um avião de caça com maior agilidade, mesmo com perda de velocidade. Ele trocou seu aparelho por um Albatros D.III em janeiro de 1917, obtendo duas vitórias antes de sofrer uma quebra do suporte da asa inferior em voo, em 24 de janeiro. Richthofen voltou a usar o Albatros D.II pelas cinco semanas seguintes até ser abatido. Nessa oportunidade, o piloto alemão conseguiu pousar seu avião com relativa segurança e sobreviveu.

Depois de sua 18ª vitória (em 24 de janeiro de 1917), von Richthofen recebeu o ‘Pour le Mérite‘, a honraria militar mais elevada da Alemanha na época. Ao mesmo tempo ganhou o apelido ‘Barão Vermelho’ em seu esquadrão, nome que também ficaria conhecido do outro lado das linhas inimigas, que sempre o reconheciam de longe devido as cores vistosas em seu avião.

Ainda em 1917, o Barão Vermelho seria abatido novamente, pelo piloto inglês Donald Cunnell. Dessa vez, porém, Richthofen ficou gravemente ferido e voltaria a voar somente cinco meses depois. E seu retorno foi em grande estilo.

O Fokker DR1 foi o avião mais apreciado pelo Barão Vermelho devido a sua agilidade (Domínio Público)

O Fokker DR1 foi o avião mais apreciado pelo Barão Vermelho devido a sua agilidade (Domínio Público)

 

Após sua recuperação, o Barão Vermelho passou a voar com o triplano Fokker DR1, o característico avião com o qual ele é normalmente associado. Apesar da relação feita pelo público, apenas 19 das suas 82 vitórias foram obtidas com esse aparelho. O piloto ainda contribuiu para o desenvolvimento do Fokker D.VII com sugestões para superar as deficiências dos caças alemães daquela época. No entanto, ele não chegou a ter a oportunidade de voar com esse modelo em combate, pois seria abatido e morto dias antes que ele entrasse em operação.

 

Quem matou o Barão Vermelho?

Existe uma grande discussão quanto à morte do Barão Vermelho e a questão até hoje não está totalmente clara. Em 21 de abril de 1918, Richthofen envolveu-se num combate aéreo sobre o rio Somme, no norte da França, com alguns biplanos Sopwith Camel ingleses. Enquanto perseguia um piloto novato, Richthofen também era perseguido por um piloto canadense, o capitão Roy Brown, ao qual foi atribuido o abate do temível piloto alemão.

Documento australiano indicando a abate e morte de Barão Vermelho (Domínio Público)

Documento australiano indicando a abate e morte de Barão Vermelho (Domínio Público)

 

Porém, muitos artilheiros australianos, que também combatiam na mesma região, garantem ter disparado contra o triplano vermelho de von Richthofen quando este perseguia de perto sua frágil vítima a bordo de um biplano com insignias da RAF (Força Aérea da Inglaterra), em voo rasante sobre a copa das árvores.

Segundo documentos históricos, o combate de fato acorreu sobre a 53º Bateria de Artilharia Australiana e parece mais digno de crédito que quem abateu o Barão Vermelho foi o sargento Cedric Popkin, com uma metralhadora Vikers de 7,7 mm.

O funeral do Barão Vermelho foi realizado por soldados e oficiais britânicos (Domínio Publico)

O funeral do Barão Vermelho foi realizado por soldados e oficiais britânicos (Domínio Publico)

 

Após a queda, o triplano de Barão Vermelho, que era construído basicamente de madeira e tecido, foi depenado por saqueadores de lembranças. O corpo do piloto, por outro lado, teve um final mais digno de sua carreira: Richthofen foi sepultado por militares ingleses e seu caixão foi até mesmo carregado por alguns ases britânicos. Na coroa de flores em seu túmulo estava escrito: “Ao nosso corajoso e digno inimigo”.

(Fonte: Correio do Povo – ANO 118 – N° 214 – CRONOLOGIA/ Por Dirceu Chirivino – GERAL – 2 de maio – Pág; 19)

(Fonte: http://airway.uol.com.br/o-temivel-barao-vermelho – HISTÓRIA / Por THIAGO VINHOLES – OUTUBRO 16, 2015)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1918: Abatido o Barão Vermelho

 

Em 21 de abril de 1918, foi morto o barão Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho. Ele foi o mais conhecido piloto alemão na Primeira Guerra Mundial e sua fama extrapolou as fronteiras da Alemanha.

Nos Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha e Austrália, ele se tornou conhecido como “The Red Baron” (O Barão Vermelho). A companhia aérea Lufthansa aproveitou durante muito tempo a popularidade do piloto, em suas campanhas publicitárias no mercado norte-americano.

 

O próprio Manfred von Richthofen contou sua carreira de piloto de caças num livro publicado em 1917. A primeira edição do Der rote Kampfflieger (O piloto de combate vermelho) vendeu mais de 250 mil exemplares em um ano, sendo reeditado várias vezes.

 

Escrita em estilo altamente arrogante, a biografia ajudou a criar o mito de um grande herói de guerra. Como muitos dos filhos da nobreza da época, Richthofen ingressou no corpo de cadetes imperiais aos dez anos de idade. Posteriormente, tornou-se oficial de cavalaria. A carreira de oficial permitiu-lhe continuar praticando sua maior paixão – a caça.

 

Prazer em matar

 

Com o início da Primeira Guerra Mundial, as Forças Armadas alemãs intensificaram suas atividades de reconhecimento nos territórios inimigos. Von Richthofen pediu transferência para a recém-criada Força Aérea. Logo passou a participar de vôos de reconhecimento e bombardeios. Ele próprio dizia sentir um verdadeiro prazer em liquidar um inimigo.

 

No início de 1916, o tenente Richthofen passou a receber a formação de piloto de caça. Ele destacou-se por sua agressividade e, em pouco tempo, derrubara 16 aviões franceses e ingleses, o que lhe rendeu a Medalha de Honra ao Mérito, maior condecoração militar do Império Alemão, e o posto de capitão de esquadra. Tratava seus adversários como animais selvagens, e por vezes derrubava até dois ou três caças por dia.

 

Avião pequeno e ágil

 

Richthofen foi também um dos primeiros a pilotar um triplano Fokker, que estreou nas frentes de batalha no outono europeu de 1916. Era um avião de caça pequeno, tendo como principal arma sua agilidade e velocidade de decolagem. Em manobras, era impossível colocá-lo em mira, mas, se seguisse um rumo fixo, tornava-se alvo fácil. Foi isso o que provavelmente acabou com Richthofen.

 

Em 21 de abril de 1918, pouco antes de completar 26 anos, foi atacado pelas costas pelo piloto canadense Roy Brown, enquanto perseguia sua vítima de número 81. Ao mesmo tempo, infantes australianos dispararam do solo suas metralhadoras contra ele. Richthofen foi atingido por um tiro mortal.

 

Seu corpo foi enterrado com honras militares num pequeno cemitério de soldados no norte da França. Sua mãe de descreveria a morte do piloto como o martírio de um jovem cheio de ideais e heroísmo. Sete anos mais tarde, o cadáver foi exumado a pedido da família e sepultado em Berlim, novamente com honras militares e grande participação popular.

 

A Força Aérea alemã perdeu 7.700 pilotos na Primeira Guerra Mundial. Réplicas do triplano Fokker (que Von Richthoffen havia mandado pintar de vermelho para provocar seus adversários) estão expostas na maioria dos museus de tecnologia e aviação do mundo. “Manfred von Richthofen” virou nome de esquadras, quartéis, praças e ruas no país.

(Fonte: Deutsche Welle – CALENDÁRIO HISTÓRICO / Por Werner Schwipps – 21 de abril de 1918)

Powered by Rock Convert
Share.