Luiz Fernando Cirne Lima, ex-ministro da Agricultura no final dos anos 60 e início dos 70.

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Luiz Fernando Cirne Lima, ex-ministro da Agricultura no final dos anos 60 e início dos 70.

Luiz Fernando Cirne Lima foi um dos criadores da Embrapa. Ele salienta que, mesmo em tempos de divergências com a equipe econômica do governo, a criação de uma instituição de pesquisa era de senso comum dentro do governo.

– A Embrapa nasceu com a tarefa de realizar uma coordenação de tudo que se realizasse em pesquisas, tanto em produção vegetal quanto em produção animal, além de outras áreas do agronegócio.

Foi uma das maiores boas sortes da minha vida eu ter tido esta ideia, ter tido o apoio do presidente que eu servi, que foi o general Médici, e de outros ministros da área econômica que, apesar de notórias divergências com outros ministros, especialmente o Delfim Netto, tínhamos absoluta concordância nisto, da necessidade de fazer uma tecnologia genuinamente nacional à serviço da tecnologia – lembra.

Segundo ele, a agricultura teve papel fundamental para a soberania nacional. Cirne Lima cita a entrada da produção no Centro-Oeste como um dos fatores preponderantes para eliminar boatos sobre possível descaso do Brasil com a Amazônia.
– Institutos internacionais defendiam a internacionalização da amazônia, dizendo que o bioma amazônico era uma coisa tão importante da vida no mundo e que não podia ficar restrita a um país e que não tinha recursos, na ocasião, para dar a adequada proteção ao bioma. E as declarações e publicações como esta, internacionalmente e dentro do Brasil, provocaram uma reação muito forte.

Por isso esta preocupação militar e diplomática com este aspecto de ocupação do território. Isto coincidiu com esta marcha para o oeste, com esta penetração na vida econômica brasileira – afirma.
Essa colonização, conforme o ex-ministro, teve participação ativa dos gaúchos. Ele lembra um caso curioso que reflete este espírito desbravador do povo do Rio Grande do Sul.

– Eu realizava um serviço profissional próximo à Campo Grande e, concluído o serviço, chegando no hotel, em Campo Grande, se realizava um jogo pelo campeonato brasileiro entre Internacional e Fluminense.

Chegava exausto e empoeirado e, enquanto fazia o check-in, vi que tinha uma grande quantidade de gente em frente a monitores de televisão, quando teve uma explosão de gritos e festejos. Imaginei que era gol do Fluminense. Na verdade era gol do Internacional e eram gaúchos que ocupavam a totalidade do hall do hotel – recorda.
(Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/campoelavouranagaucha/2011/06/18 – Campo & Lavoura – 18 de junho de 2011)

O ministro Luiz Fernando Cirne Lima se desentende com Delfim Neto e se demite, em 9 de maio de 1973. A imprensa é proibida de divulgar o fato.
(Fonte: Zero Hora – ANO 46 – Nº 15.956 – Hoje na História – Almanaque Gaúcho/ Por Olyr Zavaschi – 9 de maio de 2009 – Pág; 54)

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