Luisa Cuesta foi referência na busca por desaparecidos na ditadura no Uruguai
Cuesta foi protagonista nos esforços dos familiares dos desaparecidos para encontrar seus entes queridos, e sua morte causou grande angústia, que foi expressada também nas redes sociais, com a lembrança de muitas frases em que ela incentivava a não cederem nas buscas.
No Uruguai, como em outros países da região sob ditaduras na década de 1970, funcionou o chamado “Plano Condor”, que terminou com o sequestro, tortura, morte ou desaparecimento de militantes da esquerda ou opositores dos governos.
Luisa Cuesta faleceu em 21 de novembro de 2018, aos 98 anos. Morreu sem saber o paradeiro de seu filho, Nebio Melo Cuesta, que desapareceu em Buenos Aires em 1976.
A própria Luisa foi detida no início da ditadura e, quando foi libertada, foi para o exílio na Holanda, de onde retornou em 1985.
“Nós vamos morrer, os mais velhos também, mas vamos deixar pessoas que continuam lutando por isso porque é natural que continuemos lutando por uma verdade”, disse ela em 2006, de acordo com declarações postadas no Twitter do canal local Teledoce.
A imprensa uruguaia prestou homenagem nesta quinta-feira à militante pelos direitos humanos. “Sem conhecer a verdade”, foi a manchete do jornal El Observador. Enquanto isso, o jornal La República, com o título “Para sempre Luisa”, saudou um “emblema da luta para encontrar detidos desaparecidos”.