Leon Feffer, fundador e diretor-presidente da Companhia Suzano, uma das maiores produtoras de celulose e papel do país

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Fundador da Cia. Suzano; sua empresa foi pioneira na produção de celulose de eucalipto

 

 

Leon Feffer (Rovno, na Rússia, 27 de novembro de 1902 – São Paulo, 7 de fevereiro de 1999), empresário ucraniano naturalizado brasileiro. Fundador e diretor-presidente da Companhia Suzano, uma das maiores produtoras de celulose e papel do país.

 

Leon Feffer foi diretor-presidente da Cia. Suzano de Papel e Celulose, nascido em 27 de novembro de 1902, em Rovno, na Rússia. Leon Feffer chegou ao Brasil em 1920, após 31 dias de viagem, junto com a mãe, um irmão e duas irmãs. Seu pai já estava no Brasil desde 1910.

 

Três anos após chegar ao país, Feffer fundou, em 15 de junho de 1923, a empresa Leon Feffer, voltada ao comércio de papéis. Morava na rua Bresser, no Brás (centro de São Paulo), e usava o porão da casa para armazenar papéis. Para visitar os clientes, usava o bonde.

 

Como a casa era pequena para guardar o estoque de papel, decidiu alugar uma loja na rua Rangel Pestana, no mesmo bairro, para vender sua mercadoria no atacado e no varejo.

 

Sua capacidade de visão levou-o, em 1941, de distribuidor a fabricante de papéis. Para isso, inaugurou sua primeira fábrica no bairro do Ipiranga (zona sul).

 

Mas a escassez de celulose de pinus importada -matéria-prima usada na fabricação de papel- trouxe o primeiro grande obstáculo à empresa.

 

Em 1951, seu filho Max, já ocupando o cargo de vice-presidente da empresa, resolveu pesquisar o eucalipto para substituir o produto importado. Em 1956, com o sucesso da pesquisa, a empresa inicia, de forma pioneira no país, a produção de papel com uso de 100% de fibra de eucalipto.

 

A nova tecnologia revolucionou o setor. Com isso, o Brasil passou de importador a exportador de celulose. Hoje, cinco décadas depois, o Brasil é o único país do mundo a fabricar papel com 100% de fibra de eucalipto.

 

O grupo Suzano atua em diversas áreas além do setor de papel e celulose, como petroquímica e telecomunicações. Além da Suzano, fazem parte do grupo a Bahia Sul Celulose, Igáras Papéis e Embalagem, Politeno, Polibrasil, Petroflex e Copene.

 

Outras atividades

 

Apesar de suas atividades no comando da empresa, Leon Feffer dedicava tempo a outras atividades. Em 1940, foi presidente do Colégio Renascença, uma escola da comunidade judaica. Em 1956 já exercia o cargo de cônsul de Israel em São Paulo.

 

Ele costumava dizer que “não se vive só de pão e não se vive só daquilo que se faz para si; deve-se fazer alguma coisa para os outros”.

 

Procurado por jovens da comunidade que pediam ajuda para iniciar um clube como “A Hebraica” da Argentina, Feffer comprou a idéia e fundou o maior clube judaico do mundo. Em 1959, iniciou a construção do hospital Albert Einstein, no bairro do Morumbi (zona sul).

 

Ao final de 1990, em entrevista à Folha sobre como solucionar os problemas econômicos do país, Feffer usou uma frase em hebraico: “O que faz o tempo nenhuma inteligência fará”. Segundo ele, a frase era perfeita para o país: “Vamos dar tempo para que o governo corrija alguns problemas e o país volte a entrar nos eixos”. Se estivesse vivo hoje provavelmente diria a mesma coisa.

 

Em 1995, o empresário foi considerado pela revista “Forbes” como o quinto brasileiro mais rico, com patrimônio de US$ 1,6 bilhão.

 

 

Filho assume empresas

 

Leon Feffer já havia decidido que o filho Max assumiria a comando das empresas do grupo quando ele morresse -a transição já estava decidida desde os anos 70. Agora, Max passa o ocupar o carpo de diretor-presidente da Suzano (ele vinha exercendo o cargo de vice-presidente executivo).

 

A empresa tem capacidade instalada para produzir 555 mil toneladas por ano de papéis e 420 mil toneladas de celulose ECF (livre de cloro elementar). São três fábricas: duas em Suzano (Grande São Paulo) e uma no Ipiranga. É considerada a segunda maior fabricante integrada da América Latina.

 

Max foi secretário da Cultura, Ciência e Tecnologia de São Paulo entre 1976 e 1979. É presidente da Associação Novo Teatro de São Paulo desde sua fundação,
em 2000, um projeto pioneiro de construção de um grande teatro de ópera, comparado aos melhores do mundo.

 

Leon Feffer faleceu no dia 7 de fevereiro de 1999, aos 96 anos, de insuficiência renal, em São Paulo.

(Fonte: Veja, 17 de fevereiro de 1999 – N° 1585 – Datas – Pág; 88/89)

(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/88/tributo – TRIBUTO / por Vanya Fernandes – 01/04/2001)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro – DINHEIRO / MEMÓRIA / da Reportagem Local – São Paulo, 9 de fevereiro de 1999)

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