Lazslo Moholy-Nagy, autor de fotomontagens, foi um verdadeiro homem renascentista do século 20.

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Lazslo Moholy-Nagy (Bácsborsód, Hungria, 20 de julho de 1895 – Chicago, 24 de novembro de 1946), ensaísta, pintor, escultor, desenhador, fotógrafo e autor de fotomontagens, o hungaro Moholy-Nagy foi um verdadeiro “homem renascentista” do século 20.

László Moholy-Nagy foi designer, fotógrafo, pintor e professor de design pioneiro, conhecido por ter lecionado na Bauhaus. Foi influenciado pelo Construtivismo Russo e defendeu a integração da tecnologia e indústria no design e nas artes.

Para László Moholy-Nagy não existiam divisões entre a fotografia, a pintura, a fotografia, a escultura e a arquitetura. A sua visão eclética e global foi fundamental em duas das mais importantes escolas de artes visuais do século 20, a Bauhaus e o Chicago Institute of Design. Nagy aplicava a técnica de colagem de negativos e uso de instrumentos que interferem artisticamente na impressão das fotos.

Nascido na Hungria em 1895, László ingressou no curso de Direito da Universidade de Budapeste aos 18 anos. Mas a I Grande Guerra interrompeu os seus estudos no ano seguinte. Foi mandado para a frente, onde seria gravemente ferido.

Durante sua convalescença, László dedicou-se aos desenhos e às aquarelas. Mais tarde, com a República Soviética Húngara derrotada, o marxista Moholy-Nagy exilou-se em Berlim, onde entrou em contacto com toda a efervescência cultural do momento, do Futurismo ao Dadaísmo, passando pelo Construtivismo de seu amigo El Lissitzky.

László Moholy-Nagy começou o seu percurso artístico por aderir ao Construtivismo. A sua primeira exposição individual foi realizada em 1922 na galeria Der Sturm, em Berlim.

A partir de 1923 e até 1928, Moholy-Nagy ensinou e trabalhou na Bauhaus: foi docente na oficina de metal e director do Curso Preliminar (Vorkurs). Começou estas actividades com a idade de 27 anos.

A partir de 1923, e em estreita cooperação com Walter Gropius, Moholy-Nagy concebeu e editou a série de livros chamados bauhausbücher. Deste modo, Moholy-Nagy foi o impulsionador das atividades editoriais e publicistas da Bauhaus.

Casado com a fotógrafa Lucia Moholy, László Moholy-Nagy não demorou a fazer suas primeiras experiências fotográficas. Com uma consistente base teórica, tratou de inovar: na composição, nos pontos de vista, misturando técnicas.

Trabalhando na Bauhaus como diretor da oficina de metal, Moholy-Nagy continuou produzindo fotos, desenhos, esculturas, e ensaios teóricos. Em 1924, publicou pintura, fotografia, filme, dentro da série de livros que ele editava na Bauhaus.

A nova tipografia

Nos seus manifestos, o conceito de uma nova tipografia ocupava um papel central.

«die neue typographie» foi o título programático de um artigo de Moholy-Nagy, publicado em 1923 no bauhausbuch, foi um artigo que articulou ideias essenciais; pouco depois, Jan Tschichold faz ressonância às teses de Moholy-Nagy, ampliando a sua divulgação.

Com o fecho da Bauhaus na Alemanha, os docentes optam pelo exílio, fugindo às represálias do Nazismo. A evolução continua nos Estados Unidos, país para onde tinha emigrado boa parte dos exilados da Bauhaus.

László Moholy-Nagy mudou-se para Londres em 1935, e – juntamente com Walter Gropius – rápido se estabeleceu no seio da comunidade vanguardista sedeada nos Lawn Road Flats (London, Hampstead).

Um grupo de industriais norte-americanos decide fundar em 1937 em Chicago uma escola de Design e chama Moholy-Nagy para dirigi-la.

Esta instituição, a New Bauhaus, virá depois a ser designada por School of Design e mais tarde Institute of Design.

Estes contextos foram abordados numa grande exposição: “Albers and Moholy-Nagy: From the Bauhaus to the New World”. Londres, 2006, na Tate Modern, Bankside, Londres (Reino Unido).

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Bibliografia

Heitlinger, Paulo. Tipografia: origens, formas e uso das letras. Copyright © 2006 Paulo Heitlinger, ISBN 10 972-576-396-3 , ISBN 13 978-972-576-396-4, Depósito legal 248 958/06. Dinalivro. Lisboa, 2006.

Moholy-Nagy, L., Malerei – Fotografie – Film. 2. veränderte Auflage. Mit zahlr. Abbildungen. München, A. Langen (1927). Gr.-8vo. OLwd. 8vo. 140 p.

Albers and Moholy-Nagy From the Bauhaus to the New World * Achim Borchardt-Hume, editor; Contributions by Hal Foster, Hattula Moholy-Nagy, Terence A. Senter. Nicholas Fox Weber, and Michael White

(Fonte: www.moholy-nagy.org – TIPOGRAFIA/ Por Paulo Heitlinger – ANOS 20: o despontar do Moderno – 08.07.2007)
(Fonte: Veja, 17 de setembro de 1986 – Edição n° 941 – ARTE/ Por João Candido Galvão – Pág; 156/159)

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