Lauro Hagemann, radialista foi o Repórter Esso gaúcho, o primeiro locutor do país a fortalecer a rede da legalidade

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Colaborou por um período importante da história do rádio, sendo o primeiro locutor do país a fortalecer a rede da legalidade. Transmitia as mensagens de resistência.

Comunicador e ex-vereador | Foto: Fabiano do Amaral / CP Memória

Comunicador e ex-vereador | Foto: Fabiano do Amaral / CP Memória

Lauro Hagemann (Santa Cruz do Sul, 23 de julho de 1930 – Porto Alegre, 11 de maio de 2015), comunicador, o Repórter Esso gaúcho. Uma das vozes mais importantes do rádio do Rio Grande do sul

Quando ainda era estudante, tinha amigos que trabalhavam no serviço de alto-falante da cidade. Certo dia, choveu, e um dos locutores faltou. Hagemann foi chamado para assumir o microfone. 

Era o início da carreira de radialista. Em 1946, foi contratado pela Rádio Santa Cruz. Hagemann foi morar na Capital em fevereiro de 1950. Pretendia cursar a faculdade de Direito. Instalado em Porto Alegre, recebeu um convite da direção da Rádio Progresso, de Novo Hamburgo, onde atuou por três meses. 

Sem grandes expectativas, participou do concurso, promovido pela Rádio Farroupilha, que escolheria o novo locutor do consagrado Repórter Esso. Aprovado, leu o noticiário pela primeira vez em primeiro de junho de 1950. 

Hagemann apresentou o Repórter Esso gaúcho por 14 anos, entre 1950 e 1964. O presidente Jânio Quadros renunciou em 25 agosto de 1961. Temendo que segmentos do Exército e da oposição impedissem o vice-presidente João Goulart de tomar posse, o então governador do RS Leonel Brizola iniciou a Campanha da Legalidade, que defendia o respeito à Constituição. Dos porões do Palácio Piratini, Hagemann foi uma das vozes que, por meio do rádio, fez com que os gaúchos apoiassem o movimento. 

Nascido em Santa Cruz do Sul, Hagemann foi o locutor do Repórter Esso, na rádio Farroupilha, da Legalidade, quando o sinal da rádio Guaíba foi encampado pelo governo do Estado por Leonel Brizola. Depois, Hagemann trabalhou na Guaíba por anos.

Hagemann, nascido em 23 de julho de 1930, foi eleito vereador de Porto Alegre em 1982 pelo PMDB. Em 1985, com a legalização dos partidos comunistas, ele trocou de legenda e foi para o PCB, se tornando o primeiro vereador comunista da Capital. Em 2010, Hagemann recebeu o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre.

 

Em 2012, Lauro recriou, 58 anos depois do fato, a divulgação da notícia da morte de Getúlio Vargas no microfone dos estúdio da Rádio Câmara, em Porto Alegre (Foto: Leo Contursi / Divulgação)

Em 2012, Lauro recriou, 58 anos depois do fato, a divulgação da notícia da morte de Getúlio Vargas no microfone dos estúdio da Rádio Câmara, em Porto Alegre (Foto: Leo Contursi / Divulgação)


Ele também foi o primeiro presidente do Sindicato dos Radialistas, criado em 1963. Em entrevista ao Correio do Povo em 2011, Hagemann falou da importância da Legalidade. “Se não fosse o rádio, não teria havido Legalidade. Foi tão fundamental que os milicos aprenderam depressa a lição”, diz, referindo-se ao golpe de 1964. De acordo com ele, os radialistas que aderiram à Legalidade o fizeram por uma questão patriótica. “Era um desejo cívico de servir à coletividade.”

O movimento resultou, inclusive, no fortalecimento da categoria. No ano seguinte à Legalidade, em 1962, foi criado o Sindicato dos Radialistas do RS. “Tínhamos várias vezes tentado organizar a categoria em um sindicato, mas nunca se conseguiu. A Legalidade foi um momento muito especial desse processo.”

Hagemann morreu em Porto Alegre, dia 11 de maio de 2015, aos 84 anos, no Hospital Mãe de Deus.

(Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/556158 – ANO 120 – Nº224 – Notícias – Geral – 12/05/2015)

(Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/05 -4758897 – ANO 51 – Nº 18.108 – 12/05/2015)

 

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