Júlio Abe, foi o criador do pioneiro Museu de Rua (1977-1979) que desenvolveu junto ao Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura de São Paulo

0
Powered by Rock Convert

Arquiteto e museólogo foi o criador do pioneiro Museu de Rua

 

Júlio Abe Wakahara, arquiteto e urbanista, museólogo, fotógrafo e artista plástico, foi importante figura da museologia no país, também arquiteto e urbanista, artista plástico e fotógrafo.

 

Júlio Abe Wakahara foi professor na FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo durante 12 anos, tendo ainda lecionado no curso de Museologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo entre os anos 70 e 80. Afastando-se da FAU-USP para dedicar-se ao Projeto Museu de Rua, Wakahara deu vida à empreitada que o tornou notório e contribuiu imensamente para o patrimônio intangível e para a consolidação do museu como agente de transformação.

Como fotógrafo, Júlio produziu materiais importantes trabalhando para o IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (fotografou as Missões no Rio Grande do Sul) e Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico e também documentando as  obras dos arquitetos Décio Tozzi e Eduardo de Almeida nos anos 70 em São Paulo. O museólogo também foi um dos maiores colecionadores particulares da iconografia paulista, com mais de 40 mil imagens em seu acervo – cujo acesso desejava deixar disponível para consultas em ambiente digital.

Júlio Abe deu uma enorme contribuição ao patrimônio intangível,  colocando em prática o conceito de museu como agente de transformação social, como foi ressaltado em janeiro de 2020 ao receber a Medalha de Mérito Museológico Waldisa Rússio Camargo, Guarnieri concedida pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do governo do Estado de São Paulo.

 

Uma de suas realizações foi o pioneiro Projeto Museu de Rua (1977-1979) que desenvolveu junto ao Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura de São Paulo.

 

O Projeto consistia em exposições montadas em espaços públicos, difundindo a história e os costumes dos bairros paulistanos, mostrando o crescimento urbano da metrópole através de imagens antigas posicionadas nos mesmos lugares onde haviam sido originalmente tiradas. O Projeto deu importante contribuição para dessacralizar os museus, levando seus acervos para fora das quatro paredes, ressaltou publicação do IPHAN. Entre 1977 e 2013 foram realizadas 80 exposições do gênero. A metodologia foi adotada por diversas outras cidades.

 

Júlio Abe fez graduação e mestrado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, da qual foi professor de Comunicação Visual na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo entre 1970 e 1983. Foi  também professor de museologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo entre 1970 e 1980. Dirigiu a Divisão de Museus da Prefeitura do Município de São Paulo e a Divisão de Difusão Cultural do Centro Cultural São Paulo.

 

“O professor deixa um legado inestimável para a cultura e a museologia nacional, onde foi pioneiro”, afirmou a Escola de Sociologia e Política.

 

Júlio Abe também criou centros de memória empresarial. Participou da organização de exposições como a história do Teatro Municipal de São Paulo e coordenou a organização e catalogação do acervo do Museu do Bixiga. “Com seu jeito simples, mas muito profissionalismo, ele deu ordem na casa, conquistando a amizade de todos no bairro. Uma perda irreparável”, declarou Paulo Santiago, diretor do museu mantido sem verba pública.

 

Um dos maiores colecionadores particulares da iconografia paulistana manifestava seu desejo de deixar o seu acervo disponível para consultas em ambiente digital. O acervo tem mais de 40 mil imagens.

 

O arquiteto e urbanista presidiu o Conselho Regional de Museologia (IV Região – Estado de São Paulo). Foi membro da Diretoria do Conselho Federal de Museologia. Foi Conselheiro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Foi Conselheiro do Museu da Casa Brasileira. Foi Conselheiro do Museu da Imigração de São Paulo.

 

O museólogo teve importantes passagens por Conselhos e Diretorias de instituições culturais importantes, tendo sido conselheiro do Conselho Regional de Museologia 4R (COREM 4R), membro da diretoria do Conselho Federal de Museologia (COFEM), Conselheiro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, do Museu da Casa Brasileira e do Museu da Imigração de São Paulo, além de ter ocupado a Diretoria da Divisão de Museus da Prefeitura do Município de São Paulo e o cargo de Diretor da Divisão de Difusão Cultural do Centro Cultural São Paulo. Em sua última participação do COFEM, como Diretor Tesoureiro, foi responsável pela consolidação do Sistema que hoje é uma grande referência da museologia em São Paulo e no Brasil.

 

Nos últimos anos, Wakahara também foi agraciado com diversas premiações, entre elas o Prêmio Murillo Marx na categoria Memória, concedido pelo DPH – Departamento de Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Paulo em 2014, a Medalha do Mérito Museológico, indicada pelo COREM 4R e outorgada pelo COFEM, em 20 de janeiro de 2017, e a Medalha Mário de Andrade, pelos 80 anos do IPHAN, 11 de dezembro de 2017.

Em 2014 recebeu o Prêmio Murilo Marx / Memória concedido pelo Departamento de Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Paulo.

 

Em 2017, indicado pelo COREM IV e outorgado pela COFEM, Júlio recebeu a Medalha do Mérito Museológico.

 

Júlio Abe faleceu em, São Paulo,  em 21 de novembro de 2020, aos 79 anos de idade.

“Julio é uma das referências mais importantes da museologia em São Paulo e no país. Uma perda irreparável”, afirmou em nota de pesar o Conselho Federal de Museologia.

(Fonte: https://universodaarquitetura.pling.net.br/CAUBR – Universo da Arquitetura / Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – 22/11/2020)

(Fonte: http://www.forumpermanente.org/noticias/2020/11 – FÓRUM PERMANENTE – 21/12/2020)

Powered by Rock Convert
Share.