Joubert de Carvalho, compositor que frequentou a casa do poeta Olegário Mariano e a de Osvaldo Cruz.

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Joubert: mais de 800 canções

Joubert de Carvalho (Uberaba, 6 de março de 1900 – Rio de Janeiro, 20 de setembro de 1977), médico, compositor, autor da marchinha “Taí” (o maior sucesso de Cármen Miranda) e da canção “Maringá”, e “De Papo pro Ar”, entre outras.

Seu gosto musical declarado era elástico: numa de suas últimas entrevistas, nomeava Noel Rosa e Claude Debussy, Tom Jobim e Frédéric Chopin, além de Ernesto Nazaré. Essa mistura não era mais que o reflexo de sua variadíssima e copiosa obra – mais de 800 músicas, entre canções românticas, toadas, baiões, sambas, maxixes, modinhas. Irreverente, alegre, ele era dado também à confecção de frases empoladas. Mas ultimamente Joubert Gontijo de Carvalho parecia mudado. “Não era mais o mesmo, muito doente”, notou o amigo – e parceiro no clássico “Pierrô” – Paschoal Carlos Magno.

Espírito prático – Nascido em 1900 na cidade de Uberaba, Joubert era o segundo filho de uma família de treze irmãos. Ainda jovem, seus pais mudaram-se para São Paulo. Foi no Rio de Janeiro, porém, que estudou e se formou em Medicina. “Espírito prático, um homem que unia a veia de poeta a um atilado senso de valores”, ainda segundo o depoimento da Carlos Magno, logo ele passaria a receber 600 mil-réis mensais através de um contrato com a editora musical Irmãos Vitale.

No início dos anos 20, Joubert de Carvalho já era um nome conhecido. Frequentava a casa do poeta Olegário Mariano e a de Osvaldo Cruz. Finalmente, fez amizade com Cândido Portinari, embora “não compartilhasse das ideias políticas do grande pintor”. Nem por isso Portinari deixou de lhe fazer um retrato.

Foi um dos fundadores e presidente da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM). Não sem uma ponta de acidez, o historiador Jota Efegê registrou, num de seus artigos, a predisposição de Joubert em “produzir de tudo, da música mais enraizadamente brasileira ao que estivesse em moda nos salões sociais”. Parece, no entanto, que Joubert tinha outra concepção para seu ecletismo musical. “Música é música, desde que agrade aos ouvidos.”

Aos 77 anos, já fora internado diversas vezes com problemas respiratórios, cardíacos, além de sofrer de arteriosclerose. No dia 20 de setembro de 1977 morreu na Casa de Saúde São Sebastião, no Rio de Janeiro. A maior homenagem a Joubert de Carvalho aconteceria na cidade de Maringá, 200 000 habitantes, a 430 quilômetros de Curitiba. A Prefeitura local decretou luto oficial de três dias e encomendou a missa de sétimo dia. Tudo isso porque, em 1930, Joubert compôs a histórica “Maringá”, que serviria de inspiração, doze anos mais tarde, para Elizabeth Thomas – mulher de um dos diretores da Companhia de Terras Norte do Paraná, colonizadora da região – batizar a cidade recém-fundada. Com o tempo, Joubert ganharia ainda um busto de bronze em frente à rodoviária da cidade além de uma rua com seu nome. Na verdade, porém, ele compôs a canção para agradar ao então ministro da Viação, José Américo de Almeida (usando como tema a cidade de Ingá), por cujo intermédio conseguiu depois ser nomeado para o cargo de médico no Instituto dos Marítimos.
(Fonte: Veja, 28 de setembro de 1977 – Edição N° 473 – MÚSICA – Pág; 74)

Joubert de Carvalho (Uberaba, 6 de março de 1900 – Rio de Janeiro, 20 de setembro de 1977), médico, compositor, autor da marchinha “Taí” e da canção “Maringá”, que deu nome a uma cidade do Paraná. Joubert foi premiado aos 70 anos, pelo segundo ano consecutivo com os Cr$ 5 000,00 ao vencedor do Festival Brasileiro de Seresta. Dia 5 de dezembro de 1970, no Rio de Janeiro, com a canção “A Flor da Vida”.
(Fonte: Veja, 16 de dezembro de 1970 – Edição N° 119 – DATAS – Pág; 82)

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