Josephine Baker, cantora e estrela do show-biz, nome artístico de Freda Josephine McDonald

0
Powered by Rock Convert

Josephine Baker, uma personagem extraordinária do século XX

 

Ela foi a primeira pessoa negra a ter fama mundial.

 

 

Freda Josephine McDonald

Josephine Baker durante sua passagem pelo Brasil na década de 1950 – (Foto: Theopompo do Amaral/28-08-1952)

 

Artista foi cantora, ativista e até espiã, mãe de 12 crianças, amante de Frida Kahlo

 

Josephine Baker (Saint Louis, Missouri, 3 de junho de 1906 – Paris, 12 de abril de 1975), cantora americana e estrela do show-biz, nome artístico de Freda Josephine McDonald. Depois de uma fulgurante carreira de mais de meio século nos “music halls” de todo o mundo. Nascida em St. Louis, Missouri, naturalizada francesa, a “Deusa de Ébano” começou sua carreira ainda nos Estados Unidos, no musical “Suffle Along”, aos 16 anos de idade; foi no Teatro Champs Ellysèes de Paris, porém, que ela se tornou internacionalmente famosa, em 1925, ao se apresentar sumariamente vestida num saiote decorado com bananas, na revista “Blackbird”.

Dos episódios que fazem de Josephine Baker uma das personagens mais extraordinárias do século XX — dançarina, cantora, ativista, espiã, condecorada por Charles De Gaulle, mãe adotiva de 12 crianças de diferentes etnias, quatro casamentos e incontáveis casos, um deles com o escritor belga Georges Simenon (1903—1989) e outro com Frida Kahlo — o que mais a orgulhava era ter sido a “primeira negra” em atividades até então vetada aos negros.

Foi muito por isso que renunciou à cidadania americana para se tornar francesa — no papel e no coração. Em 1925, integrando um grupo de artistas negros americanos, foi contratada para atuar em “La revue nègre”. Os empresários franceses esperavam levar “novidade e exotismo” ao music-hall parisiense.

Bonita, sensual, boa voz, Josephine logo virou estrela. Deveu essa ascensão à sua dança, original, selvagem, apoiada em coreografias que incluíam movimentos desordenados e poses cômicas. Naturalmente, como era de lei em palcos do Casino de Paris e do Follies Bergère, despida. Ou mais despida que, por exemplo, a cantora e atriz francesa, rival branca Mistinguett (1875-1956), que só mostrava as pernas.

 

Mistinguett por Georges Marant, em 1930

Mistinguett por Georges Marant, em 1930 (Foto: The Red List/ Divulgação)

 

A devoção dos franceses a Josephine era recíproca. Os intelectuais americanos na Paris dos anos 1920 (entre eles Ernest Hemingway, Scott Fitzgerald e Cole Porter) podiam preferir Bricktop (1894–1984), outra negra expatriada, de canto e dança tipicamente americanos, mas, para os franceses, La Bakér era a favorita. A moça de St. Louis, onde já se tinham registrado algumas das mais violentas ações contra negros, encontrou em Paris um ambiente, para ela, racialmente mais tolerante.

Negra, filha de pai desconhecido, provavelmente branco, e tendo índios apalaches entre os antepassados, era uma ativista a defender, em tudo, a miscigenação. Marchou com Martin Luther King, assinou manifestos e, quando os alemães invadiram Paris, atuou como espiã da Resistência.

 

Martin Luther King Jr., foi um dos líderes do Movimento de Direitos Civis Afro-Americanos na década de 1960 (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A cantora americana Josephine destacou-se e tornou-se mundialmente conhecida, nos anos 30, ao apresentar-se no legendário teatro de Paris, o Folies Bergère, fundado em 1869, animado com bailarinas em cena, com corpos esbeltos, pernas espetaculares e um toque de malícia francesa, faziam a história das revistas musicais, e com seus olhos esbugalhados, suas saias de bananas e suas pernas já na época asseguradas em 90 000 dólares.

Seu prestígio permaneceu intocável durante as décadas de 20 e 30, quando se tornou a artista principal do Folies Bergères e do Casino de Paris; depois da II Guerra Mundial, por sua ousada atuação como agente do Serviço Secreto Francês, os aliados a condecoraram com a cruz de guerra e com a medalha da Resistência; em princípios dos anos 50, o ultraconservador senador Joseph McCarthy acusou-a de envolvimento com os comunistas, e Josephine decidiu não voltar aos Estados Unidos. Fixou-se na França, num castelo do século XII, e passou a sustentar dezenas de crianças de várias raças adotadas durante suas turnês pelo mundo. Em março de 1975, retornaria triunfalmente aos palcos parisienses com o musical “Josephine”, no Bobino Music Hall de Paris.

Josephine morreu em 1975 praticamente pobre, morando em Monte Carlo, na casa que foi um presente de Grace de Mônaco. Esteve quatro vezes no Brasil, país que dizia amar. Apresentou-se com Grande Otelo e fez questão de desmentir notícia de jornal carioca que dizia que, embora fosse se apresentar no Night & Day, não a aceitaram como hóspede do Hotel Serrador, onde ficava a boate.

Negativo. A “Pérola Negra”, a “Vênus Negra”, a “Deusa Crioula” apenas preferiu se hospedar no Copacabana Palace.

Josephine faleceu dia 12 de abril de 1975, aos 69 anos, de hemorragia cerebral, no Hospital Salpetrière, em Paris.

(Fonte: Veja, 25 de julho de 1973 – Edição 255 – DATAS – Pág; 17)
(Fonte: Veja, 23 de abril de 1975 – Edição 346 – DATAS – Pág; 77)

(Fonte: Veja, 30 de dezembro de 1992 – ANO 25 – Nº 53 – Edição 1268 – Pág: 95)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / Mulheres inspiradoras que mudaram o mundo! – por Stars Insider -08/03/2022)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/teatro – CULTURA – TEATRO E DANÇA/ POR JOÃO MÁXIMO – 06/04/2017)

© 1996 – 2017. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Powered by Rock Convert
Share.