Jorge Veiga (1910-1979) cantor, consagrou com voz e ginga características da malandragem carioca

Jorge de Oliveira Veiga (1910-1979), cantor e compositor carioca, cujos maiores êxitos foram “Café-Society (Depois Eu Conto)” e “Bigorrilho”. Com Jorge Veiga morre um pouco da decantada virtude carioca e brasileira, a malandragem cordial, que ele consagrou com voz e ginga características. Nascido em família pobre do subúrbio carioca de Engenho de Dentro no dia 14 de abril de 1910, praticamente não frequentou escola e antes dos 10 anos foi engraxate, vendedor de bananas e ajudante de açougueiro. Na adolescência, uma prima sua namorou um pintor de paredes do qual Jorge se tornou ajudante. Esse novo emprego seria decisivo para o sambista. Um dia, cantando enquanto pintava um quarto, o cliente, dono de um armazém, sugeriu que Jorge se apresentasse na Rádio Educadora.

Então, aos 18 anos, em 1929, Jorge Veiga, imitando o romântico Sílvio Caldas, não teve muito êxito mas ficou conhecendo compositores do nascente “samba de malandro”, como Heitor Catumbi e Zé da Zilda. Convencido a representar como cantor o papel de malandro, de roupa branca e chinelo charlote, sempre em busca do “capim meloso” (dinheiro), Jorge Veiga fez sucesso primeiro em circos e depois na Rádio Tupi. No auge, décadas de 40 a 60, consagrou-se repetidamente com “Eu Quero É Rosetar”, “Estatutos da Gafieira”. Ficou famosa sua campanha em favor da aviação: em programas ou shows, pedia que as rádios dessem sistematicamente seus prefixos e as prefeituras escrevessem o nome das cidades nos telhados, para orientar os pilotos. Nos últimos anos, dedicava-se apenas ao disco e deixou um LP pronto para ser lançado. Jorge Veiga morreu no dia 29 de junho de 1979, aos 68 anos, de câncer, no Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro.

Discografia:
– (1979) O eterno Jorge Veiga • CBS • LP

– (1975) O melhor de Jorge Veiga • Copacabana • LP

– (1974) Noel Rosa x Wilson Batista – Série tenas e figuras da MPB – volume 1 – Roberto Paiva e Jorge Veiga • Studio Hara • LP

– (1971) De leve – Jorge Veiga e Cyro Monteiro • RCA Vik • LP

– (1963) Mineiro de verdade/Reencarnação • RCA Victor • 78

– (1962) Garota de Saint-tropez/Carta à Brigitte Bardot • RCA Victor • 78

(Fonte: Veja, 4 de julho, 1979 – Edição n.° 565 – DATAS – Pág; 70)