Jonathan Spence, historiador anglo-americano tido como uma das maiores autoridades no estudo da China e autor do clássico “Em Busca da China Moderna”, entre outros.

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Historiador foi autor de ‘Em Busca da China Moderna’

 

 

Jonathan Spence, historiador anglo-americano tido como uma das maiores autoridades no estudo da China e autor do clássico “Em Busca da China Moderna”, entre outros.

 

Aposentado desde 2008 da Universidade de Yale, onde trabalhou durante a maior parte da vida, Spence foi autor de dezenas de livros sobre a China, e se fez conhecido no mundo por “Em Busca da China Moderna”.

 

O livro cobre a história do gigante asiático do século 17 até o Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989 –passando de forma detalhada pela ascensão e queda das duas últimas dinastias do país, Ming e Qing, o domínio por potências estrangeiras, a queda do império em 1911, a guerra civil, a Revolução Comunista, a Revolução Cultural e o início das reformas capitalistas no fim dos anos 1970.

 

Além disso, Spence escreveu ainda “O Palácio da Memória de Matteo Ricci”, sobre um jesuíta italiano que viveu na China e na Índia no século 16. Em “O Filho Chinês de Deus”, publicado no Brasil pela mesma editora, conta a história da rebelião dos Taiping, quando um líder chinês no século 19 se proclamou filho de Deus, criou um governo autônomo no interior do país e reuniu um exército de 2 milhões de soldados –estima-se que o conflito com o governo central tenha deixado mais de 20 milhões de mortos. Os dois livros também estão esgotados.

 

Spence deu três grandes entrevistas para a Folha desde o começo do século 21. Em 2001, ele já analisava as tensões diplomáticas entre China e Estados Unidos. Em 2003, dissertou sobre as dificuldades que a China teria para se tornar a maior potência deste século. Na última, em 2005, falou sobre o inédito processo de internacionalização do país e já comentava sobre as possibilidades de uma invasão a Taiwan.

 

“É a maior área territorial que a China perdeu e não conseguiu de volta desde que os japoneses tomaram Taiwan, no século 19. Desde então, a ilha tem estado separada da China continental. A identidade de Taiwan é um problema intrincado no direito e na política internacionais. Nesse sentido, acho que eles querem muito Taiwan de volta. Eles queriam a região nordeste [Manchúria] de volta e conseguiram. Eles queriam a Mongólia, mas perderam por causa da ex-União Soviética. Eles queriam o Tibete e conseguiram, eles queriam Xinjiang e conseguiram. Taiwan é uma área enorme que era controlada pelo governo central e agora não o é. Há um gigantesco debate”, disse.

 

Spence faleceu aos 85 anos em West Haven, no estado americano de Connecticut, por complicações do mal de Parkinson.

A morte foi lamentada por pesquisadores de todo o mundo. “Jonathan Spence, grande sinólogo e estudioso dos jesuítas na China, historiador que escrevia muito bem, se foi ontem”, escreveu o historiador Luiz Felipe de Alencastro. Joanne Freeman, também professora de Yale, chamou o colega de “um historiador e escritor incrivelmente criativo –e também de bom coração.”

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/viagem/noticias – VIAGEM / NOTÍCIAS / por (FOLHAPRESS) – SÃO PAULO, SP – 27/12/2021)

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