Jonas Gwangwa, trombonista e compositor de jazz, foi indicado ao Oscar pela música tema do filme de 1987 “Um Grito de Liberdade”

0
Powered by Rock Convert

Jonas Gwangwa, ‘gigante’ do jazz sul-africano

 

Jonas Gwangwa (Orlando West, Soweto, África do Sul, 10 de outubro de 1937 – 23 de janeiro de 2021), trombonista e compositor de jazz sul-africano cuja música impulsionou a luta anti-apartheid, legendário músico foi indicado ao Oscar pela trilha sonora do filme Cry Freedom, de 1987.

 

Luta contra o apartheid

 

Nascido a 19 de Outubro de 1937, em Orlando east, no Soweto, arredores de Joanesburgo, Gwangwa fez uma carreira musical de, pelo menos, 65 anos.

 

Jonas Gwangwa iniciou a carreira, na década de 1950, no grupo do padre anglicano Trevor Huddleston, no Colégio St Peter, em Joanesburgo.

 

Inicialmente, queria tocar clarinete, mas na altura de distribuição de instrumentos recebeu um trombone e teve medo de solicitar a troca.

 

Na sua família, a música abundava. Na escola, tinha aulas de música, e nos filmes tinha o contato com o jazz americano, e uma das suas primeiras referências foi Dizzy Gillespie.

 

Uma das suas primeiras experiências internacionais foi com o musical King Kong (exibido entre 1959 e 1961), em Londres. Foi daí que conseguiu contatos para ingressar na Manhattan School of Music, em Nova Iorque.

 

A saída coincidiu com a banimento de manifestações artísticas, que o regime racista considerava subversivas.

 

Em Nova Iorque, Gwangwa partilhou o quarto com Hugh Masekela. Aos dois juntou-se o compositor Caiphus Semenya e nasceu a Union of South Africa, grupo que apresentou ao mundo a visão sul africana do jazz.

 

Nos Estados Unidos, Gwangwa trabalhou, entre outros com o popular trompetista Herb Alpert; e fez os arranjos e regência do histórico disco “An evening with Harry Belatonte and Miriam Makeba (uma noite com Harry Belafonte e Miriam Makeba), que ganhou o Grammy de melhor “folk”, em 1965. A canção “Malaika” faz parte desse disco.

 

Em 1980, Gwangwa aceitou o convite do presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), Oliver Tambo, para liderar o Amandla Cultural Ensemble. Para tal, deveria reunir jovens com dotes artísticos que faziam parte da ala militar do ANC em Angola.

 

Gwangwa passa parte da década de 1980 entre Angola, Botswana e digressões internacionais, usando as artes para denunciar o apartheid, a política de segregação racial na África do Sul.

 

Em 1985, Gwangwa escapou por pouco da morte, quando a sua casa, no Botswana, foi destruída pelas forças de segurança do regime racista sul-africano.

 

Em 1991, regressou à Africa do Sul e continua a sua carreira a solo.

 

Em 2010, ele foi homenageado com a Ordem de Ikhamanga, o maior prêmio nacional da África do Sul por realizações na arte e na cultura. A premiação reconheceu o seu trabalho como compositor, arranjador e diretor musical do Amanda Cultural Ensemble, grupo cultural formado por ativistas do Congresso Nacional Africano na década de 1970.

Jonas Gwangwa faleceu em 23 de janeiro de 2021, de complicações cardíacas, aos 83 anos, segundo a presidência do país. O presidente Cyril Ramaphosa conduziu as homenagens ao músico.

“Um gigante do nosso movimento cultural revolucionário e da nossa democrática indústria criativa foi chamado para descansar”, disse Ramaphosa. “O trombone que estrondeava com ousadia e bravura, e igualmente aquecia nossos corações com a melodia suave, perdeu sua força vital”, acrescentou o presidente.

“Ele encantou o público em Sophiatown até que a reunião de negros tornou-se ilegal e músicos sul-africanos foram presos apenas por praticar seu ofício”, disse o comunicado da presidência.

Ele morreu no terceiro aniversário de morte do “pai do jazz sul-africano” Hugh Masekela e no segundo aniversário de morte da lenda musical zimbabuense Oliver Mtukudzi.

23 de janeiro tornou-se “o dia em que a música morreu”, de acordo com os meios de comunicação sul-africanos e outros veículos de mídia.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO / NOTÍCIAS / por Reuters – (Estadão Conteúdo) – 23/01/2021)

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2021/01/23 – POP & ARTE / MÚSICA / NOTÍCIA / Por Reuters – 23/01/2021)
(Fonte: https://www.voaportugues.com – MAIS ÁFRICA E MUNDO / por Amâncio Miguel – 24 de janeiro de 2021)
Powered by Rock Convert
Share.