John Wheeler, um dos últimos colaboradores de Albert Einstein e autor de numerosos trabalhos em física teórica

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John Wheeler, um dos criadores da teoria da fissão nuclear (Foto: Keith Meyers/"The New York Times")

 

Foi um dos pioneiros na teoria de fissão nuclear

Wheeler, último herói da física

John Archibald Wheeler  (Jacksonville, Flórida, 9 de julho de 1911 – Hightstown, 13 de abril de 2008), físico teórico visionário americano, um dos últimos colaboradores de Albert Einstein e autor de numerosos trabalhos em física teórica, especialmente sobre fissão nuclear.

Cientista americano rascunhou com Niels Bohrn a teoria da fissão nuclear, trabalhou na bomba H e batizou os buracos negros e discutiu sobre a natureza da realidade com Albert Einstein e Niels Bohrn.

Wheeler era um jovem professor em 1939, quando Bohrn, seu mentor, chegou aos EUA vindo da Dinamarca e lhe confidenciou que cientistas alemães haviam conseguido partir átomos de urânio. Em algumas semanas, ele e Bohr explicaram como a fissão funcionava.

Como professor em Princeton e depois na Universidade do Texas em Austin, Wheeler orientou gerações de físicos teóricos, usando metáforas e cálculo com a mesma eficiência para capturar a imaginação de seus alunos.
“Para mim, ele era o último Titã, o único super-herói da física ainda de pé”, disse Max Tegmark, cosmólogo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
Sob a liderança de Wheeler, Princeton se tornou o principal centro de pesquisa da gravidade einsteiniana, conhecida como teoria da relatividade geral.


“Ele rejuvenesceu a relatividade geral; transformou-a num assunto experimental e tomou-a dos matemáticos”, disse Freeman Dyson, do Instituto de Estudo Avançado de Princeton.
Entre os alunos de Wheeler esteve Richard Feynman, que transformou uma sugestão aparentemente maluca de Wheeler em um trabalho que lhe rendeu o Prêmio Nobel.


Ao lembrar-se de seus tempos de estudante, Feynman uma vez disse: “Algumas pessoas acham que Wheeler ficou maluco depois de velho, mas ele sempre foi maluco”.
Obteve seu PhD em física na Universidade Johns Hopkins aos 21 anos. No ano seguinte, casou-se com Janette Hegner e foi para Copenhague trabalhar com Niels Bohr, o padrinho da revolução quântica.

O relacionamento entre os dois se renovou quando Bohr chegou aos EUA em 1939 com as notícias agourentas sobre a fissão. No modelo que ele e Wheeler desenvolveram para explicá-la, o núcleo atômico, contendo prótons e nêutrons, é como uma gota de líquido. Quando um nêutron emitido de um outro núcleo em desintegração o atinge, essa gota começa a vibrar e se alonga na forma de um amendoim para depois finalmente se partir.


Dois anos mais tarde, Wheeler foi recrutado pelo Projeto Manhattan para construir a bomba atômica. Para seu eterno desgosto, a bomba não ficou pronta a tempo de mudar o curso da guerra na Europa e possivelmente salvar seu irmão Joe, morto em combate na Itália em 1944. Ele continuou a trabalhar para o governo depois, tendo participado do desenvolvimento da bomba de hidrogênio e promovido a construção de abrigos nucleares.


Um aspecto da relatividade de Einstein chamou a atenção de Wheeler. Em 1939, Robert Oppenheimer (que se tornaria o cabeça do Projeto Manhattan) e seu aluno Hartland Snyder sugeriram que as equações de Einstein faziam uma previsão apocalíptica: uma estrela morta de massa suficientemente grande entraria em colapso formando um corpo tão denso que nem a luz poderia escapar dele. No centro desse objeto, o espaço seria infinitamente curvo, e a matéria, infinitamente densa, um absurdo conhecido como singularidade.

Wheeler resistiu a essa conclusão. Ele lutava contra a idéia de que as leis da física pudessem levar a uma singularidade.

Wheeler e outros só foram convencidos quando David Finkelstein desenvolveu as equações que permitiram tratar tanto o interior quanto o exterior da estrela em colapso.
Em uma conferência em 1967, em Nova York, apanhando uma sugestão gritada por alguém na plateia, Wheeler deu à luz a expressão “buraco negro”.

O buraco negro “nos ensina que o espaço pode ser amassado como uma folha de papel até um ponto infinitesimal, que o tempo pode ser extinto como uma chama que se apaga e que as leis da física, que nós temos como “sagradas” por serem imutáveis, são tudo menos isso”, escreveu em sua autobiografia, de 1999.

Expressão foi cunhada como uma piada; cientista no começo duvidou que um objeto celeste que violasse leis da física pudesse existir.

“Durante sua carreira, Wheeler colaborou com cientistas como Albert Einstein e Niels Bohrn em projetos que mudaram o curso da história”.

Wheeler integrou o projeto Manhattan, que criou a primeira bomba atômica.

Nascido em 9 de julho de 1911 em Jacksonville, na Flórida, Wheeler foi reconhecido particularmente por sua pesquisa envolvendo os chamados buracos negros, termo que adotou em 1967, durante uma conferência em Nova York.

Com os buracos negros, Wheeler explicou o possível fim das estrelas e como tais colapsos formam um campo gravitacional que absorve tudo em torno de si.

John Wheeler faleceu em 13 de abril de 2008, dia 13 de abril, em Hightown (Nova Jersey), vítima de uma pneumonia, aos 96 anos.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, manifestou sua tristeza em um comunicado publicado hoje pela Casa Branca: “Laura (Bush) e eu estamos tristes pelo desaparecimento de John Wheeler, um dos maiores físicos americanos”.

 

(Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2744354-EI238,00 – NOTÍCIAS – CIÊNCIA – FOLHA DE S. PAULO – 15 de abril de 2008)

AFP – Todos os direitos de reprodução e representação reservados.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1504200803- DENNIS OVERBYE DO “NEW YORK TIMES” – 14 de abril de 2008)

 

 

 

 

 

 

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