Joel Rufino dos Santos, foi especialista em cultura e herança africanas no Brasil

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Joel Rufino dos Santos, foi um dos maiores especialistas em cultura afro-brasileira

Joel Rufino dos Santos era historiador, escritor e especialista em cultura afro-brasileira - (Foto: Divulgação/TJRJ)

Joel Rufino dos Santos era historiador, escritor e especialista em cultura afro-brasileira – (Foto: Divulgação/TJRJ)

 

Joel Rufino dos Santos (Cascadura, no Subúrbio do Rio de Janeiro, 1941 – Humaitá, Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2015), professor, escritor, jornalista e historiador, foi especialista em cultura e herança africanas no Brasil

Autor de mais de 50 livros de ficção e não-ficção, Rufino escrevia para adultos, jovens e crianças, ganhou alguns prêmios por sua literatura e foi indicado mais de uma vez ao Prêmio Hans Christian Andersen, o nobel da literatura infantil.

Filho de pais pernambucanos, nascido no subúrbio da Cascadura, zona norte do Rio de Janeiro, Rufino formou-se em História na antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil (atual UFRJ), onde também começou a sua carreira de professor.

O historiador Joel Rufino dos Santos, especialista em cultura e herança africanas (Foto: Angelo Duarte)

O historiador Joel Rufino dos Santos, especialista em cultura e herança africanas (Foto: Angelo Duarte)

 Foi um dos co-autores da História Nova do Brasil, um marco da historiografia brasileira. Durante a ditadura militar, exilou-se na Bolívia e depois no Chile. Voltou ainda na ditadura clandestino e foi preso três vezes. As cartas que escreveu na prisão foram transformadas no livro Quando eu voltei, tive uma surpresa, em 2000.

Com a Lei da Anistia, foi reintegrado ao Ministério da Educação e convidado a dar aulas na graduação da Faculdade de Letras e, posteriormente, na pós-graduação da Escola de Comunicação, UFRJ. Obteve da Universidade os títulos de “Notório Saber e Alta Qualificação em História” e “Doutor em Comunicação e Cultura”. Recebeu também, do Ministério da Cultura, a comenda da Ordem do Rio Branco, por seu trabalho pela cultura brasileira.

Rufino ganhou o Prêmio Jabuti em 1979 e em 2008 (com as obras “Uma Estranha Aventura em Talalai” e “O Barbeiro e o judeu da prestação contra o Sargento da Motocicleta”, respectivamente).

Joel nasceu em 1941, em Cascadura, no Subúrbio do Rio de Janeiro. Mudou-se para o bairro da Glória e cursou História na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde começou a dar aulas.

Sua militância política o forçaria a deixar o país após o golpe de 1964.

Por conta do golpe militar de 1964, que implementou a ditadura, Joel deixou o Brasil. Morou na Bolívia e no Chile.

O exílio não só interrompeu a sua vida acadêmica, como também fez com que não participasse do nascimento do seu primeiro filho.

Voltou ao Brasil semi-clandestinamente e foi preso três vezes – na última delas, cumpriu pena no Presídio do Hipódromo (1972-1974).

De volta ao Brasil, chegou a ser preso por conta da perseguição política.

Voltou do exílio em 1966. Até 1972, conheceu prisões breves e leves. De 1972 a 1974, cumpriu pena da Justiça Militar. Passou pelo Doi-Codi, em São Paulo, assistiu à morte na tortura de Carlos Nicolau Danielli, viu e ouviu dezenas de outros presos sendo torturados.

Como autor, venceu o Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil.

Rufino era diretor-geral de comunicação e de difusão do conhecimento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Rufino dos Santos morreu em 4 de setembro de 2015, por complicações de uma cirurgia cardíaca realizada no dia 1º de setembro, na Clínica de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul.

O ativismo de Rufino no movimento negro foi destacado pela presidenta da Ong Crioula e membro Conselho Nacional de Igualdade Racial), Lucia Xavier. “O papel que ele exerceu, tanto do ponto de vista intelectual como político, nos últimos trinta anos, foi muito importante. Construiu novos instrumentos para trabalhar as culturas afro-brasileiras, e marcou sua vida política contra o racismo, apresentando novos estudos, mas também trazendo à tona temas do nosso interesse, e que modificavam o modo de pensar da sociedade brasileira” comentou. “Acima de tudo, ele era um ativista das causas humanas, fará muita falta na nossa vida”.

Lucia lembrou que, no mês passado, Rufino salvou a vida de um ladrão que era linchado em plena Copacabana, zona sul do Rio, incidente que foi noticiado na imprensa.

Desde fevereiro, Rufino trabalhava no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) como diretor-geral de Comunicação e de Difusão do Conhecimento. Na sua gestão, foram realizadas iniciativas inovadoras, como a dramatização do desenforcamento de Tiradentes e um baile charme no próprio tribunal.

O presidente do Tribunal, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho disse que a morte de Rufina é grande perda para os meios intelectuais e professores. “Uma alma generosa. Vamos guardar do professor os melhores exemplos. A nós, Joel Rufino vai deixar a semente do seu exemplo, de um homem dedicado ao humanismo e causa pública”.

Em abril, o historiador participou da 2ª Bienal do Livro de Brasília em que foi um dos debatedores sobre a diáspora africana e a construção do país.

(Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/09 – RIO DE JANEIRO – Do G1 Rio – 04/09/2015)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/09/1677785- ILUSTRADA – 04/09/2015)

(Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil – 6b90c0ef2f4ed727cfca70ca650a1c94yvexRCRD – NOTÍCIAS – BRASIL – 4 SET 2015)

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