João Inocentini, foi presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), a maior entidade de aposentados da América Latina, participou da articulação da chapa de oposição que alçou Lula a presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e apoiou o petista em suas campanhas à Presidência da República

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João Inocentini, presidente do Sindicato dos Aposentados

 

 

João Batista Inocentini, foi presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), fundador do sindicato, hoje a maior entidade de aposentados da América Latina, com mais de meio milhão de associados.

Inocentini começou sua vida profissional como metalúrgico, exercendo o cargo de auxiliar de ferramenteiro, em 1971, após um curso técnico no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem da Indústria). Em 1973, já na Volkswagem, entrou para o sindicato da categoria, onde conheceu o também Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na década de 70, participou das grandes greves do ABC “uma delas, quando estava na General Motors, durou 41 dias” quando foi preso três vezes, segundo relato dele a documentário que resgata a memória sindical. Participou da articulação da chapa de oposição que alçou Lula a presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e apoiou o petista em suas campanhas à Presidência da República.

Em 2000, já aposentado, fundou o Sindnapi, com outros colegas também ex-metalúrgicos, hoje o maior da categoria na América Latina. Já em defesa da categoria, Inocentini esteve entre os articuladores dos movimentos que defendiam a política de valorização do salário mínimo, com reajuste acima da inflação, em 2004.

Também atuou para que o governo federal, a partir do primeiro mandato de Lula, fizesse o pagamento adiantado da primeira parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS. Parte do valor do abono de Natal era paga entre julho e agosto, e a segunda cota, entre novembro e dezembro.

A medida se tornou lei no governo Bolsonaro e, desde então, o 13º de aposentados deve ter sua primeira parcela paga, obrigatoriamente, no primeiro semestre. Nos últimos anos, no entanto, com a pandemia de Covid-19, as duas parcelas têm sido pagas de forma antecipada, como ocorreu em maio e junho de 2023.

Com a fila de espera do INSS chegando a 1,8 milhão de segurados neste ano, foi crítico da atuação do ex-presidente do instituto, Glauco Wamburg, substituído por Alessandro Stefanutto, e chegou a procurar o Ministério Público em busca de uma solução.

Nas celebrações do 1º de Maio de 2023, Dia do Trabalho, aproveitou a visita de Lula para entregar a ele estudo mostrando o percentual de gastos de aposentados com medicamentos, solicitando aumento à lista de medicamentos gratuitos e a retomada do Farmácia Popular, medida atendida pelo presidente em junho. “Além de emblemático, esse 1º de Maio é da esperança”, disse em seu discurso.

Ainda em 2023, durante movimentação do Ministério da Previdência pela queda dos juros do empréstimo consignado, que resultou na suspensão do crédito a aposentados por cerca de dez dias, fez críticas, mas defendeu taxa menor. Logo após assumir o sindicato, fundou a Copernapi, que oferece o empréstimo a aposentados.

João Batista Inocentini, 72, faleceu no domingo (6), foi vítima de choque séptico pulmonar, após passar cerca de 15 dias internado.

Inocentini deixa mulher, três filhas e quatro netos.

Nas redes sociais, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e ministros do governo Lula lamentaram a morte de Inocentini, ex-metalúrgico, que começou a vida sindical nos movimentos de trabalhadores no ABC, na ditadura militar.

“Recebi consternado a notícia do falecimento de João Baptista [sic]Inocentini, presidente e fundador do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Metalúrgico, a história de Inocentini se confunde com a própria formação da representação organizada de aposentados e pensionistas dedicando sua vida à melhoria das condições de vida destes trabalhadores. Meus sentimentos”, disse Alckmin no Twitter.

O ministro Carlos Lupi, da Previdência Social, falou em “perda irreparável” e Luiz Marinho, ministro do Trabalho, disse ter recebido “com tristeza” a notícia e lembrou a atuação de Inocentini no movimento sindical.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, lembrou o apelido pelo qual o sindicalista era conhecido nos meios sindicais ao homenageá-lo. “João Feio era um líder sindical atuante, companheiro de inúmeras batalhas, na luta permanente pela classe trabalhadora e pelos direitos dos aposentados e pensionistas. Aos familiares, amigos e companheiros os nossos mais sinceros sentimentos. João Feio sempre estará presente!”, disse.

(Crédito autoral: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Folha de S.Paulo/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História por CRISTIANE GERCINA/ SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – 7 de agosto de 2023)

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