João Goulart, ex-presidente da República

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governo de João Goulart foi marcado pela polarização social, principalmente por defender medidas que visavam a combater a desigualdade social no país, através de reformas estruturais da sociedade brasileira.

 

 

 

João Belchior Marques Goulart (1918-1976), ex-presidente da República. O gaúcho João Goulart nasceu em São Borja, Rio Grande do Sul, no dia 1º de março de 1918. Formado em direito, iniciou sua carreira política em 1946 no PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), do qual foi fundador em sua cidade natal. Foi presidente do diretório do partido no Rio Grande do Sul, entre 1950 e 1954. Goulart elegeu-se deputado estadual (1946-1950), deputado federal (1951) e licenciou-se do mandato para assumir a Secretaria do Interior e Justiça do Rio Grande do Sul (1951-1952).

 

 

Após atuar como deputado federal pelo mesmo partido (1952-1953), participou como Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio do governo de Getúlio Vargas (1953-1954). Tornou-se presidente nacional do PTB entre 1952 e 1964. Após ter sido derrotado na eleição para o Senado em 1954, participou do governo de Juscelino Kubitscheck como vice-presidente e, por meio de ação constitucional, passou a ocupar a presidência do Senado entre 1956 e 1961.

 

 

Reeleito vice-presidente com Jânio Quadros, Jango, como ficou popularmente conhecido, tomou posse em 7 de setembro de 1961 após a renúncia do então presidente em agosto do mesmo ano. Sua posse aconteceu após a aprovação pelo Congresso da emenda institucional que instaurou uma república parlamentarista na qual o chefe do poder executivo é o primeiro ministro e não o presidente.

 

 

Em 6 de janeiro de 1963, porém, Jango conseguiu o apoio do Congresso Nacional e da classe operária para a aprovação de um plebiscito que instituía a volta do presidencialismo. Com o fim do parlamentarismo, Goulart assumiu a chefia do Executivo num momento marcado por crises políticas e econômicas entre a esquerda e a direita radicais que colocavam em risco o regime democrático.

 

 

A crise política se agravou com a luta constante entre o governo e as oposições civis e militares, que acusavam João Goulart de comunista devido a sua aproximação populista com os operários, os sindicatos e outras entidades que representavam as classes trabalhadoras. A inflação e a dívida externa atingiram números recordes até aquele momento da história do Brasil.

 

 

O gigantesco comício realizado pelo presidente na estação da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, numa sexta-feira, 13 de março de 1964, acelerou sua queda. No comício, o presidente assinou a reforma agrária decretando a desapropriação das terras ao longo das rodovias e ferrovias e em torno dos grandes açudes. A multidão respondeu com euforia, mas, seis dias depois, os grupos de oposição de São Paulo, incluindo o governador Adhemar de Barros, empresários, padres, senhoras católicas, lideraram uma passeata com mais de 300 mil pessoas pelas ruas centrais da capital paulista, que ficou conhecida como Marcha da Família com Deus pela Liberdade.

 

 

Em 31 de março de 1964, João Goulart foi deposto pelo golpe militar de 1964, e foi exilado no Uruguai.

 

 

Doze anos e oito meses depois de ter sido apeado do poder que exercera quase a contragosto, o ex-presidente João Belchior Marques Goulart ocupava apenas um recanto obscuro da memória nacional. De sua vida de próspero estancieiro, no Uruguai e na Argentina, não mais que fiapos de informação alcançavam de tempos em tempos as páginas dos jornais: as periódicas viagens à Europa para tratamento de saúde – e os discretos, persistentes esforços para voltar ao Brasil. Por isso, fora do Rio Grande do Sul, a notícia de sua morte não chegou e nem produziu ao longo da semana reação sequer comparável à dor por Juscelino Kubitschek. Ainda assim, um inconfundível sentimento de desconforto percorreu o país. Porque, para os brasileiros, a morte no exílio é sempre uma punição dura demais.

 

 

Para Goulart, a ideia do regresso era uma obsessão, invariavelmente acompanhada por uma angustiante incerteza: e se fosse preso ao voltar? No dia 12 de outubro, a bordo de um avião da Aerolineas Argentinas, no voo direto Paris – Buenos Aires, ele ouviu o anúncio de que o aparelho faria uma escala para reabastecimento em Salvador. Imediatamente procurou o comandante, identificou-se e expôs o problema: “E se invadirem o avião para me prender?” O piloto tratou de acalmá-lo: “A responsabilidade é minha”. “Mas o risco é meu”, devolveu Goulart. No fim, a escala técnica revelou-se desnecessária.

 

 

O Brasil esteve geograficamente muito próximo de Jango no início de dezembro de 1976. Em companhia da mulher Maria Teresa, ele deixou sua estância em Mercedes, Argentina, e foi até Paso de los Libres, no lado argentino do rio Uruguai. Ao avistar as torres da Ponte Internacional General Justo, que liga a cidade gaúcha de Uruguaiana à Argentina, Goulart voltou-se para Maria Teresa. “Qualquer dia desses, a gente entra correndo aí, sem ninguém ver”. No dia seguinte, às 16h45, o corpo do ex-presidente atravessaria a ponte em marcha lenta numa camioneta funerária rumo a São Borja, sua terra natal, a 614 quilômetros de Porto Alegre, berço de Getúlio Vargas. O cortejo não recebeu permissão para qualquer desvio da rodovia Uruguaiana – São Borja – nem mesmo autorização para reabastecimento de combustível nos postos à margem da estrada.

 

 

Um dia antes, de volta a La Villa, sua propriedade de 3 600 hectares, 6 000 ovelhas e 3 000 exemplares de gado Hereford, nas cercanias da cidadezinha de Mercedes, a 120 quilômetros de Uruguaiana, Goulart passou a tarde plantando sementes no jardim. Ao cair da noite, preparou um churrasco para os empregados da fazenda e com eles ficou até as 23 horas. Ao deitar-se, cansado, disse a Maria Teresa: “Hoje eu não vou ler”. Pouco depois das 2 horas, ela ouviu “um ronco mais forte”. Notou que o marido abraçara com força o travesseiro. Perguntou-lhe o que acontecia, mas ele não respondeu. “Ele morreu tranquilo, dormindo, com a fisionomia serena”, disse Maria Teresa. João Goulart, um fumante rebelde e refratário a regimes, fora fulminado por um infarto do miocárdio.

 

 

Quando amanheceu a segunda-feira, o coronel da reserva Hernâni Correa de Azambuja, ajudante-de-ordens do ex-presidente, avisado da morte em Porto Alegre pelo fiel “Maneca”, Manuel Leães, amigo de Jango há 26 anos, comunicou-se com o vice-presidente Adalberto Pereira dos Santos, que se encontrava na capital gaúcha para a abertura dos Jogos Estudantis Brasileiros. Santos falou em Brasília com seu chefe de gabinete, coronel Washington Bermudez (gaúcho de Uruguaiana), para que obtivesse da presidência da República autorização para o sepultamento em São Borja. O pedido alcançou o presidente Ernesto Geisel ainda na granja do Riacho Fundo. E, antes das 9 horas, quando o Galaxie presidencial estacionou frente à rampa de entrada do Palácio do Planalto, tudo estava decidido: Jango poderia ser enterrado em território brasileiro e seus filhos João Vicente e Denise não teriam nenhuma dificuldade burocrática para embarcarem pelo primeiro avião em Londres, onde moravam ultimamente, para assistir aos funerais.

 

 

O único sinal de luto observado em Brasília pela morte de Goulart duraria menos de seis horas – o tempo em que a bandeira nacional ficou hasteada a meio-pau em frente ao edifício do Senado, por iniciativa pessoal do senador Magalhães Pinto. Ele achou que a decisão do governo de decretar luto oficial demoraria, mas acabaria saindo – como no caso de Kubitschek. Enganou-se. Às 11h30, Magalhães embarcou para Belo Horizonte, de onde, cinco horas mais tarde, ligaria para seu chefe de gabinete, Luciano Mesquita: a bandeira deveria ser baixada e recolhida. Já que o governo não havia decretado o luto, raciocinava o presidente do Senado, a solitária bandeira a meio-pau poderia parecer “uma contestação”. Enquanto isso, outras agências governamentais movimentaram-se com presteza. No Rio de Janeiro, a Rádio Jornal do Brasil e a Rede Globo recebiam um telefonema categórico da Polícia Federal: “De ordem superior fica proibida a divulgação de comentários sobre a vida e a atuação política do senhor João Goulart. A simples notícia do falecimento é permitida desde que não seja repetida sucessivamente”.

 

 

Na longínqua São Borja, as primeiras notícias sobre a morte do filho ilustre chegaram antes mesmo de nascer o sol. E a maioria dos 60 000 habitantes da velha cidade missioneira, soube da morte de Goulart pelo mais antigo sistema de comunicação: a informação de boca em boca. Os alto-falantes, haviam ficado em silêncio por ordem do comando do II Regimento de Cavalaria Mecanizada, que proibiu igualmente a transmissão dos convites para a missa e o sepultamento. Mesmo assim, cerca de 1 000 pessoas aguardavam a chegada do corpo no centro da cidade, no fim da abafada tarde de segunda-feira. O caixão foi carregado para dentro da Igreja de São Francisco de Borja, padroeiro da cidade. O ex-ministro do Trabalho de Goulart, Almino Afonso, sugeriu a uma das irmãs do ex-presidente que cobrisse o esquife com a bandeira nacional.

 

 

A terça-feira amanheceu sob forte aguaceiro, ameaçando o pouso dos táxis aéreos fretados pelo MDB gaúcho, mas o jatinho que trazia do Rio de Janeiro os filhos de Goulart pousou sem problemas. João Vicente abraçou-se ao caixão. “Não é justo, meu pai, não é justo”, protestava. Pouco antes das 15 horas, o caixão começou a ser carregado até o cemitério municipal, acompanhado por uma multidão calculada em 20 000 pessoas.

 

 

Quarenta minutos depois, diante do jazigo número 12, da família Goulart, 30 metros onde jaz o corpo de Getúlio Vargas, o deputado Pedro Simon, presidente do MDB gaúcho, ergueu a voz: “Hoje, existem brasileiros que, para retornarem à sua pátria, precisam vir mortos”. Depois dele, em nome da direção nacional do partido, seu colega mineiro Tancredo Neves fez um apelo à “reconciliação nacional, sem repressão, sem vinditas, sem medo, feita na compreensão e na tolerância”.

 

 

De volta ao Rio de Janeiro, exausto ainda “das emoções vividas em São Borja”, Neves lembraria que “nunca um presidente brasileiro chegou ao governo em condições tão adversas como João Goulart”. De fato, a ascensão ao Palácio do Planalto do herdeiro presuntivo de Getúlio Vargas, vice-presidente de Kubitschek e depois de Jânio Quadros, só foi possível em setembro de 1961 graças ao efêmero artifício do regime parlamentarista, do qual o próprio Tancredo Neves e outros vizires pessedistas foram os principais arquitetos. O ex-primeiro-ministro de Goulart nega validade às acusações de que as “reformas de base” pretendidas por ele abririam as portas ao comunismo no Brasil. A reforma agrária de Jango”, comparada “é uma suavidade perto do Estatuto da Terra de Castello Branco.

 

 

Mas, naquela quente noite de 13 de março de 1964, quando uma agitada multidão arregimentada por organizações paralegais como o Comando Geral dos Trabalhadores ocupou a vasta área entre a Estação Pedro II e a antiga sede do Ministério do Exército, no Rio de Janeiro, Goulart transmitiu a outros setores da população, notadamente às Forças Armadas, uma perspectiva assustadora. O país andava à deriva, e grosseiros erros se acumulavam no governo. Uma heterogênea entourage de esquerdistas mais ou menos radicais e oportunistas de todos os matizes cercava o presidente. Opções desastrosas foram tomadas enquanto uma estridente retórica ia extremando as posições políticas. E a 2 de abril, revelada enfim a falácia do imaginário esquema militar de sustentação ao governo de que se gabava o general Assis Brasil, chefe da Casa Militar da Presidência, Goulart deixaria precipitadamente o Rio de Janeiro com destino a Brasília. Na madrugada do dia seguinte, ele continuaria a viagem que o levaria ao Uruguai, após breve passagem por Porto Alegre – e da qual só voltaria no início de dezembro de 1976.

 

 

No começo, o já ex-presidente supunha que em breve estaria de regresso. “Todos me diziam que os militares não durariam mais de um ano no poder”, comentaria ele vários anos depois. Perdidas as ilusões iniciais, Goulart tratou de conviver com as realidades da vida, dedicando-se, com sucesso que honraria sua vocação de fazendeiro, à criação de gado em grande escala no Uruguai. Em maio de 1967, o banqueiro José Luís Magalhães Lins, sobrinho do atual presidente do Senado, então ministro das Relações Exteriores do governo Costa e Silva, levou-lhe a notícia de que o governo não se oporia à sua volta. “Mas só do senhor, de ninguém mais”, advertiu Lins. Goulart recusou. “Não posso aceitar a oferta enquanto existem outros que não se chamam Jango e que não podem voltar.”

 

 

Meio ano depois, outro encontro mais sensacional ocorreria no apartamento da calle Leyenda Patria, 2894, em Montevidéu, onde Goulart então residia. Dessa vez ele abriria a porta para ninguém menos que seu arquiinimigo de tantos combates, o ex-governador carioca Carlos Lacerda. Os dois mais ferrenhos adversários da política brasileira nos últimos 25 anos uniam-se na tentativa de articular, junto com Juscelino Kubitschek, uma Frente Ampla contra o regime de 1964. Goulart, aparentemente, aderiu sem maiores entusiasmos. Pois, em maio do ano seguinte, quando uma portaria do então ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva, proibiu as atividades do movimento. Goulart deu de ombros: “Eu já esperava por isso”.

 

 

Com o malogro da Frente Ampla, aumentou rapidamente a distância política entre o ex-presidente e o Brasil – ao mesmo tempo que a saúde passava a preocupá-lo cada vez mais. Começando em 1966, ele viajaria anualmente à Europa a fim de submeter-se a exames na clínica cardiológica de Lyon, no interior da França. Outras mudanças em sua vida ocorreriam com o progressivo debilitamento do regime democrático no Uruguai. Em 1972, com dois meses de intervalo, sua mulher Maria Teresa e o filho João Vicente foram detidos pela polícia de Montevidéu – ela, por encontrarem em seu carro 10 quilos de carne, uma quantidade proibida pelo governo; ele, por suspeita de consumir maconha. As desculpas formais com que as autoridades encerraram os dois casos não bastaram para tranquilizar o asilado.

 

 

Enquanto isso, novas perspectivas pareciam abrir-se para Goulart na Argentina, com a volta ao poder de seu velho amigo Juan Domingo Perón. Assim, em novembro de 1973, menos de um mês depois da posse do caudilho, Goulart e família decidiram mudar para Buenos Aires. O ex-presidente, a essa altura, resolvera criar gado também na Argentina, “nos melhores campos de pastagem do mundo”, como dizia. Em meados de 1974, comprou a estância La Villa, em Mercedes – ao mesmo tempo que, em Buenos Aires, parecia ir redescobrindo o interesse pela política brasileira. Goulart foi estimulado, certamente, por aquilo que acreditava serem os novos ventos da distensão lenta, gradual e segura, anunciada pelo presidente Ernesto Geisel, e pelos resultados do pleito de novembro daquele ano – embora, apenas duas semanas antes da eleição, ele achasse “impossível” um resultado favorável ao MDB.

 

 

Logo em seguida, o ex-presidente retomaria com empenho os planos de retorno ao Brasil. Afinal, às vésperas do pleito, um antigo membro de sua Casa Militar havia-lhe telefonado do Rio de Janeiro dando a entender que falava autorizado pelo ministro do Exército. “Tenha paciência, presidente”, dissera o amigo. “Espere um pouco mais.” Goulart, de todo modo, impunha uma condição para a volta. “Não quero entrar pela porta dos fundos, chegar a São Borja e ficar por lá”, repetia com freqüência. “Tenho que entrar pela porta da frente, o Rio de Janeiro.” Há três meses, ele ensaiou uma ambiciosa jogada para poder regressar em segurança. Foi a Portugal a fim de ser recebido pelo primeiro-ministro, Mário Soares e pelo presidente Ramalho Eanes. Em seguida, “internacionalmente prestigiado”, imaginava tomar finalmente o avião para o Brasil. Não há evidência alguma de que Goulart tenha conseguido avistar-se com eles, embora chegasse a conversar sobre o assunto com o ex-jornalista Victor Cunha Rego, principal assessor de Soares.

 

 

Nas 24 horas que passou em Lisboa, Goulart recebeu no Hotel o correspondente Paulo Sotero. “Pareceu-me um homem bastante envelhecido para os seus 58 anos e excessivamente gordo para quem é cardíaco”, relata Sotero. Jango preferiu ouvir muito e falar pouco – o suficiente para defender-se das acusações de corrupção levantadas contra ele a partir de 1964. “O único IPM que conseguiram terminar com provas”, argumentou, “foi o da pintura de um apartamento pessoal no Rio de Janeiro, que ficou em 9 000 cruzeiros, pagos com dinheiro público.” A justificativa de Goulart: “Na época, eu era presidente, muitas vezes precisava receber delegações estrangeiras no Rio de Janeiro e o Palácio das Laranjeiras estava em reforma. Ora, como as paredes de meu apartamento estavam sujas, mandei pintá-las e a presidência pagou a conta”.

 

 

Segundo Wilson Mirza, o advogado de Goulart, “uma dúzia de inquéritos policiais-militares foi instaurada contra Jango por crimes contra a segurança nacional – e hoje estão todos arquivados, embora a defesa não tivesse tido acesso a nenhum deles”. Em seu escritório no Rio de Janeiro, atulhado de recortes e documentos relativos a seu mais famoso cliente, Mirza dizia: “Todos esses processos tinham caráter exclusivamente político, tanto assim que Goulart nunca foi chamado a defender-se perante a Comissão Geral de Investigações”. A seu ver, essa seria a prova definitiva do que ele considera “a lisura da imensa fortuna pessoal de Jango”.

 

 

Com sua morte, as propriedades de Goulart serão administradas “pelas mesmas pessoas que sempre cercaram e serviram a meu pai”, assegurava o filho João Vicente, casado com a uruguaia Stella. O casal vivia em Londres com Denise, a irmã de João Vicente, desde que o clima político na Argentina se tornou decididamente insalubre para exilados políticos e suas famílias. O próprio Goulart pensava mudar-se para Paris ou Lisboa, caso gorassem mais uma vez seus projetos brasileiros. Afinal, em maio de 1976, dois ex-parlamentares uruguaios residentes em Buenos Aires, Zelmar Bichellini e Héctor Gutiérrez Ruiz, ambos por sinal amigos do ex-presidente, foram sequestrados e mortos. Em junho, o mesmo aconteceria ao boliviano Juan José Torres – e, dois dias depois de seu assassínio, o próprio Goulart recebeu uma ameaça telefônica: El próximo será usted. Prepárese”.

 

 

De agosto a outubro, entre Paris e Londres, e a breve incursão a Lisboa, Goulart passou seus últimos dois meses e meio na Europa. Depois de consultar seu médico em Lyon, conformou-se enfim em seguir uma rígida dieta que o fez perder em pouco tempo 6 dos 10 quilos que acumulara no exílio, tornando-o mais otimista quanto à própria saúde. Politicamente, parecia também nutrir novas esperanças – a julgar pelo telegrama de felicitações que enviou exatamente um mês antes de morrer ao recém-eleito presidente americano Jimmy Carter. Dizia então desejar que a ida de Carter à Casa Branca servisse de apoio à constituição de governos democráticos na América Latina, que façam respeitar os direitos humanos e as liberdades públicas no continente. E, derradeiro ato político, assinara a mensagem: “João Goulart, último presidente constitucionalista do Brasil”. Quando o telegrama-resposta de Carter, breve e protocolar, chegou à estância La Villa, na manhã do dia 6 de dezembro, o empregado que o recebeu não entendeu do que se tratava. O texto estava em inglês – e Goulart já havia falecido, aos 58 anos.

(Fonte: Veja, 15 de dezembro, 1976 – Edição 432 – MEMÓRIA – Pág; 30/33)
(Fonte: educacao.uol.com.br/biografias)

 

 

 

 

Em 27 de agosto de 1961, Leonel Brizola, governador do Rio Grande Sul, discursa em defesa da posse de João Goulart (Jango) na Presidência.
(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – N° 17.489 – Hoje na História – Almanaque Gaúcho/ Por Ricardo Chaves – 27 de agosto de 2013 – Pág; 46)

 

 

 

 

Em 25 de setembro de 1962, o presidente João Goulart cria o Ministério do Planejamento e nomeia Celso Furtado para seu titular.

(Fonte: Zero Hora – ANO 43 – N° 15.003 – 25 DE SETEMBRO DE 2006 – ALMANAQUE GAÚCHO / Hoje na História / Por Ricardo Chaves – Pág: 42)

 

 

 

 

 

O ex-presidente João Goulart, derrubado pelo golpe de 1964, morre na Argentina, em 6 de dezembro de 1976, aos 57 anos.
(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – N° 17.227 – Hoje na História – Almanaque Gaúcho/ Ricardo Chaves – 6 de dezembro de 2012 – Pág; 56)
(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – N.° 17. 590 – 6 de dezembro de 2013 – ALMANAQUE GAÚCHO/ Por Ricardo Chaves – Pág; 54)

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