Jean Baudrillard, feroz crítico da sociedade de consumo e um dos teóricos da pós-modernidade.

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Jean Baudrillard (Reims, 27 de julho de 1929 – Paris, 6 de março de 2007), semiólogo francês.

Jean Baudrillard, filósofo e sociólogo francês feroz crítico da sociedade de consumo e um dos teóricos da pós-modernidade.

O nome de Baudrillard esteve muito tempo na ponta da língua dos fãs de “Matrix”. O ensaio do filósofo sobre como os meios de comunicação de massa produzem a realidade virtual inspirou os diretores da trilogia.

Além disso, o personagem hacker Neo (Keanu Reeves), guardava seus programas de paraísos artificiais no fundo falso do livro “Simulacros e simulação, de Baudrillard.

Reeves também fazia questão de citar o autor em suas entrevistas. Não à toa, Baudrillard foi chamado de pai de “Matrix”.

Exageros à parte, o filósofo dizia ter assistido ao filme dos irmãos Wachowski mas não gostado. “Matrix” faz uma leitura ingênua da relação entre ilusão e realidade. Os diretores se basearam em meu livro mas não o entenderam”, disse Baudrillard certa vez.

Sempre que o perguntavam sobre sua visão de “Matrix”, Baudrillard gostava de citar filmes melhores sobre o mesmo tema. Dois deles eram “Truman Show”, com Jim Carrey, e “Cidade dos sonhos”, de David Lynch. “Não deixam o real de um lado e o virtual de outro, como “Matrix”. Esse é o problema”, alfinetava. Em entrevista à revista “Época”, quando esteve no Brasil, em 2003, o autor disse não ter “nada a ver com um filme de kung fu”.

Baudrillard nasceu em Reims, na França, em junho de 1929. Estudou alemão na Sorbonne e trabalhou como crítico e tradutor, tendo vertido para o francês obras de Karl Marx e Bertolt Brecht. Sua tese de doutorado, “O sistema dos objetos”, foi publicada em 1968. Assim como seus dois livros seguintes, “A sociedade de consumo” (1970) e “Por uma crítica da política econômica do signo” (1972), a obra era voltada para um estudo semiológico do consumo.

Baudrillard afirmava que os objetos não possuem apenas um valor de uso (sua finalidade) e um valor de troca (seu preço), como queria a teoria econômica clássica, mas também um valor de signo, por meio do qual eles atribuem um determinado status aos seus proprietários. Para Baudrillard, esse valor de signo era o impulso determinante das práticas de consumo da sociedade contemporânea, que ele considerava danosas e associava a rituais de destruição de riquezas observados em sociedades primitivas.

Um dos fundadores da revista “Utopie”, publicou 50 obras, entre elas “A sociedade de consumo” (1970), “Simulacros e simulação” (1981), “A guerra do Golfo não aconteceu” (1991) e “América” (1997). Após os atentados de 11 de setembro ele escreveu “Réquiem pelas Twin Towers” (2002), ano em que publicou também “O espírito do terrorismo”.

Germanista de formação e tradutor de Bertolt Brecht, Baudrillard rejeitou o pensamento científico tradicional e baseou sua filosofia no conceito de virtualidade do mundo aparente. Foi também um crítico radical dos meios de comunicação.

Jean Baudrillard morreu em 6 de março de 2007, em Paris aos 77 anos de idade.

(Fonte: Super Interessante – ANO 11 – Nº 7 – Julho de 1997 – Dito & Feito – Pág; 106)
(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA – PARIS – 6 de março de 2007)

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