Jane Goodall, cientista que revolucionou o estudo sobre os chimpanzés, defensora do meio ambiente e ‘amiga dos chimpanzés’

Jane Goodall durante palestra em 2025 – (Foto: Bryan Bedder/Getty Images/loomberg Philanthropies)
Pioneira em primatologia, ambientalista revelou semelhanças entre humanos e primatas na década de 1960. Ao longo da carreira, aproximou o público do meio ambiente e virou referência mundial.
Primatologista publicou com seu trabalho de campo, mais de 30 livros. O mais conhecido foi “Reason for Hope: A Spiritual Journey”, lançado em 1999.
Jane Goodall, considerada uma das maiores vozes globais em defesa do meio ambiente. (Crédito da fotografia: Cortesia © Copyright All Rights Reserved/ Managed/ Direitos autorais: Getty Images ®/ REPRODUÇÃO/ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)
Jane Goodall (nasceu em 3 de abril de 1934, em Hampstead, Londres, Reino Unido – faleceu em 1º de outubro de 2025, em Los Angeles, Califórnia), foi ativista e cientista britânica, era renomada por seus estudos sobre chimpanzés e defesa ambiental, foi reconhecida por revolucionar o estudo do comportamento animal.
A cientista britânica, referência mundial na primatologia e na conservação ambiental, foi a primeira a documentar o uso de ferramentas por chimpanzés na natureza — uma descoberta que desafiou conceitos sobre o que nos define como humanos. Seu trabalho transformou a ciência, inspirou gerações de ambientalistas e reforçou a urgência da preservação das espécies e da natureza.
A cientista e ativista global foi reconhecida por transformar a paixão de infância pelos animais em uma vida dedicada à ciência e à proteção ambiental, Jane revolucionou a primatologia e inspirou gerações. Ela ficou mundialmente conhecida como “amiga dos chimpanzés”.
Nascida em Londres em abril de 1934, cresceu em Bournemouth, no sul da Inglaterra, alimentando desde cedo o sonho de viver entre animais selvagens. Trabalhou como secretária até viajar para o Quênia em 1957, onde conheceu o antropólogo Louis Leakey, que a orientou na pesquisa com chimpanzés.
Na década de 1960, no Parque Nacional de Gombe Stream, na Tanzânia, Goodall foi a primeira estudiosa a notar semelhanças no comportamento dos chimpanzés e seres humanos.
Nos anos 1960, em Gombe, na Tanzânia, ela foi a primeira a mostrar que chimpanzés tinham comportamentos semelhantes aos humanos: eram capazes de usar ferramentas, caçar em grupo, manter laços familiares e demonstrar emoções. Ao dar nomes em vez de números aos animais e registrar suas personalidades, quebrou padrões da ciência da época.
Principal estudiosa de chimpanzés, a primatologista fundou o Instituto Jane Goodall, em 1977, e o Roots & Shoots, projeto voltado para a conscientização de crianças sobre questões ambientais, em 1991.
Ao longo da carreira, ampliou a atuação para a defesa do clima e do meio ambiente, após presenciar a devastação de habitats. Fundou em 1977 o Instituto Jane Goodall, que mantém centros de pesquisa e programas de conservação pelo mundo, além do projeto Roots & Shoots, voltado à educação ambiental de crianças e jovens.
No Congo, um dos santuários apoiados por Jane ficou marcado pela história de Wounda, uma chimpanzé fêmea resgatada do tráfico de animais. Ela chegou ao local ainda filhote, ferida pelo mesmo tiro que matou a mãe. Foi tratada e reabilitada até poder voltar à natureza já adulta. A despedida entre Jane e Wounda emocionou o mundo.
Suas descobertas mudaram a compreensão sobre os primatas e a relação dos humanos com o mundo natural. “Não existe uma linha rígida separando os humanos do restante do reino animal”, afirmou em uma palestra em 2002.

Após sua primeira viagem, Goodall retornou à África para aprender mais sobre os chimpanzés — (Foto: Instituto Jane Goodall/via BBC)
Goodall se tornou referência mundial também por seu engajamento político. Em 2003, recebeu o título de Dama do Império Britânico, e neste ano foi agraciada com a Medalha Presidencial da Liberdade nos Estados Unidos.
Nos últimos anos, Jane viajava em média 300 dias por ano, reunindo-se com líderes locais, escolas e comunidades para defender ações urgentes contra as mudanças climáticas. Mesmo na casa dos 90 anos, seguia em atividade.
Em 2023, Jane fez sua primeira imersão na floresta amazônica. A viagem foi acompanhada pelo Fantástico.
Jane publicou mais de 30 livros com seus estudos, entre eles o best-seller Reason for Hope: A Spiritual Journey (1999), além de uma dúzia de títulos voltados para crianças.
Ela sempre afirmou acreditar na resiliência do planeta e na capacidade humana de enfrentar os desafios ambientais.
“Sim, há esperança… Está em nossas mãos, nas minhas e nas suas, e nas de nossos filhos. Cabe realmente a nós”, disse.
A cientista e ativista global morreu aos 91 anos na quarta-feira, 1º de outubro de 2025, na Califórnia, de causas naturais, informou o Instituto Jane Goodall. Segundo a entidade, a causa da morte foi natural. Ela estava na Califórnia, em meio a uma turnê de palestras nos Estados Unidos.
“As descobertas da Dra. Goodall como etóloga revolucionaram a ciência, e ela foi uma incansável defensora da proteção e da restauração do nosso mundo natural”, diz o comunicado.
De acordo com o comunicado, Goodall morreu vítima de causas naturais enquanto fazia uma turnê de palestras nos Estados Unidos.
“O Instituto Jane Goodall soube esta manhã, quarta-feira, 1 de outubro de 2025, que a Dra. Jane Goodall DBE, Mensageira da Paz da ONU e Fundadora do Instituto Jane Goodall, faleceu devido a causas naturais. Ela estava na Califórnia como parte de sua turnê de palestra nos Estados Unidos. As descobertas da Dra. Goodall como etóloga revolucionaram a ciência, e ela foi uma defensora incansável da proteção e restauração do nosso mundo natural”, informou o instituto.
(Direitos autorais reservados: https://www.terra.com.br/planeta – PLANETA/ Por: Redação Terra – 1º out 2025)

