Irene Papas, atriz grega conhecida por clássicos como “Os Canhões de Navarone” (1961), “Zorba, o Grego” (1964) e “Z” (1969)

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Irene Papas, maior atriz da Grécia

Atriz grega ficou conhecida internacionalmente devido aos seus papéis em “Zorba, o Grego” e “Os Canhões de Navarone”.

(Crédito da foto: SAPO Lifestyle / DIREITOS RESERVADOS)

 

Irene Papas, em grego Ειρήνη Παππά, (Chiliomódi, 3 de setembro de 1926 – 14 de setembro de 2022), atriz grega conhecida por clássicos como “Os Canhões de Navarone” (1961), “Zorba, o Grego” (1964) e “Z” (1969). Ela atuou em mais de 70 filmes ao longo de sua carreira e, trabalhou com Richard Burton, Kirk Douglas, James Cagney e muitos outros astros das telonas, além de ter recebido inúmeros prêmios por sua atuação, incluindo o de melhor atriz em 1961, no Festival de Berlim com o filme Antígona.

Ao longo de uma carreira de mais de 50 anos, Irene Papas trabalhou tanto no cinema como no teatro, onde as suas interpretações a estabeleceram internacionalmente como a “grande dama do teatro grego” e um símbolo helénico da beleza e da cultura mediterrânica.

A atriz nasceu em 1926 numa aldeia perto de Corinto, mas mudou-se com a família para Atenas aos 7 anos, e aos 15 iniciou a sua carreira como atriz de rádio, cantora e dançarina.

Já na década de 1950 interpretou heroínas gregas, como Antígona no Teatro Nacional Grego e no grande ecrã, que lhe valeram a aclamação da crítica.

Atriz grega de maior renome internacional, Irene Papas estreou mais de 60 filmes ao longo da carreira e foi homenageada com um Leão de Ouro honorário do Festival de Veneza em 2009 por suas realizações.

Filha de um professor de teatro, ela nasceu Eirini Lelekou em uma aldeia perto de Corinto, e frequentou a escola real de teatro em Atenas. Ela virou Papas em 1948, após se casar com o diretor de teatro Alkis Papas, que levou a então cantora ao cinema.

Depois de dois filmes menores na Grécia, Erini Papas teve o nome latinizado para estrelar produções na Itália, tornando-se Irene em papéis coadjuvantes em várias produções do país, como as “As Infiéis” (1953), de Mario Monicelli, e “Uma Daquelas Mulheres” (1953), com Totó, além do épico de “espadas e sandálias” “A Invasão dos Bárbaros” (1954), no qual coadjuvou para Sophia Loren e Anthony Quinn. Papas logo viraria coestrela de Quinn em vários filmes, formando uma dupla lendária.

Sua estreia em Hollywood aconteceu em 1956, no western “Honra a um Homem Mau”, de Robert Wise. Mas foi só quando viveu uma líder da resistência grega em “Os Canhões de Navarone”, que Hollywood reparou estar diante de uma estrela. Na aventura passada na 2ª Guerra Mundial, ela conduzia soldados britânicos interpretados por David Niven, Gregory Peck e Anthony Quinn numa incursão secreta para destruir uma fortificação nazista na costa da Grécia. Mas mesmo formando seu primeiro par romântico com Quinn no filme, revelava-se mais fria e heroica que os militares durante toda a missão.

Ela ainda apareceu na aventura da Disney “O Segredo das Esmeraldas Negras” (1964), estrelada pela adolescente Hayley Mills, antes de ter uma participação marcante em “Zorba, o Grego” (1964), novamente ao lado de Quinn. Papas interpretou uma viúva solitária que, depois de fazer amor com um escritor inglês (Alan Bates), era apedrejado pelos aldeões cretenses.

Apesar das produções internacionais, a estrela nunca largou o cinema de seu país. Ao contrário, virou o rosto oficial das grandes adaptações das tragédias gregas, protagonizando “Antigona” (1961) e “Electra, a Vingadora” (1962) nos papéis-títulos.

Com “Electra”, a atriz iniciou uma duradoura parceria com o cineasta Michael Cacoyannis, com quem completou uma trilogia baseada nas peças de Eurípedes, formada ainda por “As Troianas” (1971), na qual viveu Helena de Tróia, e “Ifigênia” (1976).

Tão famosa como sua trajetória como artista foi sua vida pessoal. Ela tinha apenas 21 anos quando se casou pela primeira vez com o diretor de cinema Alkis Papas, e o relacionamento durou apenas quatro anos, encerrado em 1951. Mas três anos depois, Irene encontrou o amor de sua vida, ninguém menos que Marlon Brando.

“Desde então, nunca amei um homem como amei Marlon. Ele foi a grande paixão da minha vida, absolutamente o homem com quem eu mais me importava e também o que eu mais estimava, duas coisas que geralmente são difíceis de conciliar”, ela chegou a admitir numa entrevista.

Irene também não tinha papas na língua. Liberal assumida – no Brasil de Bolsonaro, seria chamada de comunista – ela liderou a conclamação de um “boicote cultural” contra o “Quarto Reich”, como chamava a ditadura grega. Acabou exilada em 1967.

No exterior, sua carreira continuou a florescer. Ela atuou no drama “Sangue de Irmãos” (1968) do americano Martin Ritt, no épico histórico “Ana dos Mil Dias” (1969) do britânico Charles Jarrott, em giallos dos italianos Umberto Lenzi (“Um Lugar Ideal para Matar”, 1971) e Lucio Fulci (“O Segredo do Bosque dos Sonhos”, 1972), e no grande clássico político “Z” (1969), de seu compatriota em exílio Costa-Gavras, proibidíssimo na Grécia – e até pela ditadura militar brasileira, por sinal.

Mesmo com a queda da junta militar em 1974, quando pôde regressar ao seu país, Papas manteve os contatos internacionais, trabalhando em Hollywood com Terence Young (o primeiro diretor de “007”) em “A Herdeira” (1979) e com John Landis em “Um Romance Muito Perigoso” (1985), em dois dramas do italiano Francesco Rosi, “Cristo Parou em Éboli” (1979) e “Crônica de uma Morte Anunciada” (1987), e em dois épicos árabes do sírio Moustapha Akkad, “Maomé – O Mensageiro de Alá” (1976) e “O Leão do Deserto” (1980), ambos novamente ao lado de Anthony Quinn.

Irene Papas também atuou em filmes falados em português, incluindo a produção brasileira “Erêndira” (1981), de Ruy Guerra, onde contracenou com Claudia Ohana, e em três longas do português Manoel de Oliveira, que a chamava de “a mãe da civilização ocidental” – “Party” (1996), “Inquietude” (1998) e “Um Filme Falado” (2003), o penúltimo lançamento da sua carreira no cinema.

A atriz ainda estrelou “O Capitão Corelli”, do inglês John Madden, ao lado de Nicolas Cage e Penélope Cruz, e se despediu das telas com um filme que ela própria dirigiu, “Hécuba”, uma nova adaptação de Eurípedes, lançada em 2004.

Além da carreira teatral, ela brilhou em superproduções épicas da televisão, incluindo duas minisséries baseadas na “Odisseia”, de Homero, vivendo Penélope em 1968 e Anticleia em 1997, e numa outra sobre o êxodo judeu, “A Terra Prometida – A Verdadeira História de Moisés”, como Zipporah em 1974. Também seguiu carreira nos palcos por várias décadas, adaptando seu favorito Eurípedes, mas também Shakespeare, Ibsen e vários outros clássicos teatrais.

A sua carreira estendeu-se ainda à música. Em 1969, gravou um álbum de canções de outro artista grego exilado, o compositor Mikis Theodorakis (autor da trilha de “Zorba, o Grego”). E causou escândalo com a sua participação no álbum conceptual “666”, do grupo de rock progressivo Aphrodite’s Child, interpretando “orgasmos vocais”. Desse álbum nasceu sua parceria com o tecladista Vangelis, um dos integrantes da banda, com quem trabalhou em mais dois discos: “Odes” (1979), com canções populares gregas, e “Rapsodies” (1986), com hinos litúrgicos bizantinos.

Uma artista completa, que, em 1995, foi condecorada com a insígnia da Ordem da Fénix, uma das maiores condecorações da Grécia, lhe conferida pelo então Presidente Konstantinos Stephanopoulos.

Atuou em mais de 70 filmes, mas a sua fama não foi catapultada para o palco internacional até às atuações em “Os canhões de Navarone” (1961), “Elektra” (1962) e “Zorba, o Grego” (1964).

A fama não a salvou do exílio. Em 1967, teve início uma ditadura militar na Grécia, que a atriz não aceitou, razão por que partiu primeiro para Itália e depois para Nova Iorque, juntamente com outros artistas.

Durante o exílio, tanto em Roma como em Hollywood, prosseguiu com o seu trabalho de atriz e colaborou com realizadores como Franco Zeffirelli, Franco Rossi e Costas Gavras.

Em Portugal, fez teatro e colaborou pontualmente com Manoel de Oliveira em títulos como “Party” (1996), “Inquietude” (1998) e “Um Filme Falado” (2003), que marcou a sua despedida do cinema.

Irene Papas teve um relacionamento amoroso com o ator Marlon Brando e, após a sua morte, confessou que era o amor da sua vida.

Após a queda da junta militar em 1974, Irene Papas pôde regressar ao seu país, e em 1995 foi condecorada com a insígnia da Ordem da Fénix, que lhe foi atribuída pelo então Presidente da República Helénica, Kostís Stefanópulos.

Irene Papas faleceu na quarta (14/9) aos 93 anos. Em 2018, foi anunciado que a atriz sofria de Alzheimer há cinco anos.

O anúncio foi feito pelo Ministério da Cultura da Grécia, o estado de saúde da estrela estava frágil há anos. Em 2013, ela foi diagnosticada com Alzheimer.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/cinema/noticias – CINEMA / NOTÍCIAS / por Pipoca Moderna – 14/09/2022)
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/famosos – ENTRETENIMENTO / FAMOSOS / por ESTRELANDO / Da Redação – 14/09/2022)
(Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/fama/noticias-fama/artigos – FAMA / por Notícias ao Minuto – 14 set 2022)
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