Ibrahim Ferrer, cantor do Buena Vista Social Club, grupo que o tornou celebridade musical mundial

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Ibrahim Ferrer (San Luis (próximo a Santiago de Cuba), 20 de fevereiro de 1927 – Havana, 6 de agosto de 2005), cantor cubano um dos integrantes do grupo musical Buena Vista Social Club, grupo que o levou de engraxate a celebridade musical mundial no final de sua vida.

Seu trabalho mais reconhecido foi o disco “Buena Vista Social Club”, produzido pelo músico americano Ry Cooder, de 1997, no qual Ibrahim participou da gravação de 12 dos 14 faixas e solou em quatro: “Dos Gardenias”, “De Camino a la Vereda”, “Candela” e “Murmullo”.

O disco ainda apresentou ao mundo músicos como a cantora Omara Portuondo, o cantor e violonista Elíades Ochoa e o tocador de bandolim Barbarito Torres, entre outros.

Além do disco com o Buena Vista, Ferrer lançou dois discos solo, o primeiro, “Buena Vista Social Club Presenta Ibrahim Ferrer” (2001), também foi produzido por Cooder. O segundo, “Buenos Amigos”, saiu em 2004.

Sobre seu segundo solo, Ferrer dizia haver conseguido um dos grandes sonhos de sua vida: “gravar um disco somente de boleros”. Durante toda sua carreira, o músico afirmava ter sido criticado por “não ter voz” para esse gênero, motivo pelo qual se dedicara a cantar o son, o gênero musical cubano por excelência.

Além de cantar boleros e son, Ferrer gostava de trabalhar com artistas mais jovens e de outros gêneros musicais. Em 2001, o líder do Blur, Damon Albarn, fã de Ferrer, chamou o cantor para participar da gravação do primeiro disco de seu “grupo virtual” Gorillaz, na faixa “Latin Simone”.

Em sua turnê europeia, encerrada em julho de 2005, o cantor se apresentou no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, na Grã-Bretanha, Holand, Áustria, França e Espanha. Ferrer apresentava uma coletânea de boleros que estava gravando e pretendia lançar em 2006.

O cantor, cuja voz já foi comparada à de Nat King Cole, nasceu durante um baile, em um clube social de Santiago, Cuba, no dia 20 de fevereiro de 1927, quando sua mãe entrou inesperadamente em trabalho de parto.

Aos 14 anos, Ferrer começou a cantar profissionalmente, e, na década de 50, já era um cantor com certo prestígio em Cuba. Nessa época, o cantor chegou a se apresentar com bandas cubanas conhecidas, como a do legendário Benny Moré.

No final da década, no entanto, com o fechamento dos cassinos em Cuba ordenado pela revolução, o campo de trabalho para as orquestras e músicos do país ficou muito reduzido e a carreira de Ferrer, bem como a de diversos músicos que não deixaram a ilha, sofreu um declínio.

Para complementar a aposentadoria que recebia do governo cubano, Ferrer passou a trabalhar como engraxate.

Mas em 1996, o músico cubano Juan de Marcos González teve a ideia de reunir um grupo de antigos “soneros” de várias gerações para gravar um disco, que teria produção do guitarrista americano Ry Cooder. Marcos foi buscar Ferrer em casa, no bairro popular de Jesús María, em Havana, onde ele vivia, para propor sua participação no projeto “Buena Vista Social Club”.

Com o disco, lançado em 1997, o cantor experimentou uma fama que não conhecera nem nos anos 50. Músicos como ele, Portuondo, González e Ochoa, todos na casa dos 60 e 70 anos, ganharam uma inesperada segunda carreira musical pelo disco vencedor de um Grammy.

O documentário “Buena Vista Social Cllub”, sobre o grupo, dirigido pelo cineasta alemão Wim Wenders, lançado em 1999, ajudou a consolidar ainda mais a fama e a imagem do grupo e de seus integrantes individualmente.

Transformado em uma estrela internacional, durante os últimos anos Ferrer girou quase constantemente o mundo, com uma banda que era para ele como um “sonho tornado realidade”.

Além de um Grammy com o disco “Buena Vista Social Clube”, Ibrahim Ferrer ganhou dois Grammy Latino: um na primeira edição do evento, em 2001, por seu primeiro disco solo, e outro, no ano passado, na categoria de Melhor Música Tropical Tradicional por seu trabalho em “Buenos Hermanos”.

Ibrahim Ferrer ganhou ainda o prestigioso prêmio MOBO no Reino Unido, e foi premiado na categoria “Músicas do Mundo na América” com o prêmio da BBC Rádio 3, em 2004.

Ferrer morreu em 6 de agosto de 2005, em Havana, de falência múltipla de órgãos. O músico de 78 anos havia acabado de chegar, já doente, de uma turnê europeia, e morreu no hospital CIMEQ de Havana.

Ferrer é o terceiro integrante da formação original que o Buena Vista perde. O cantor Compay Segundo e o pianista Ruben Gonzales morreram em 2003.

 

(Fonte: http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/08/07/ult89u5869 – MÚSICA – da Redação – 07/08/2005)

 

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