Hugo Denizart, estudou o comportamento humano e grupos marginalizados através de obras de fotografia e documentários

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Conhecido por versatilidade artística e ‘descobrimento’ de Arthur Bispo do Rosário, ele fez trabalhos sobre grupos marginais

Hugo Denizart (Rio de Janeiro, em 1946 – Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2014)fotógrafo, psicanalista, documentarista e escritor. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1946, e singularizou-se por unir a fotografia à sua experiência como psicanalista e psiquiatra. 

Ao longo das décadas de 1970, 80 e 90, ele estudou principalmente o comportamento humano e grupos marginalizados através de obras de fotografia e documentários. Entre elas, estão o filme sobre Arthur Bispo do Rosário “O Prisioneiro da Passagem”, de 1982, que popularizou a obra do artista. Em 2012, sediou no MAM a exposição “Estado de Concentração – A Violência Muda”.

 

Psicanalista por formação, Denizart começou seu trabalho profissional como repórter fotográfico no Jornal do Brasil, onde ficou entre 1971 e 1973. No mesmo tempo, começou a clicar cenários e personagens marginalizados na sociedade do Rio de Janeiro. Em filmes e fotografias, registra entre 1974 e 1975 a vida de pescadores desalojados por enchentes. Dentre seus ensaios mais notáveis, estão peças sobre a prostituição na Vila Mimosa, entre as décadas de 70 e 80, e a Cidade de Deus, em 1978.

 

Denizart lecionou também cadeiras de fotografia e psicologia no Centro Unificado Profissional, entre 1976 e 1980. No início da década de 1980, aventurou-se como documentarista em “Líderes de Quadrilha” (1980). “O prisioneiro da passagem”, sobre Arthur Bispo do Rosário — inspirado em um ensaio sobre a colônia psiquiátrica Juliano Moreira, onde o descobriu —, chamou a atenção da cena cultural para o artista. “Região dos Desejos” (1983) também explora o ambiente e os pacientes do local.

 

Dentre seus livros de fotografia, estão o homônima “Região dos desejos” (1983, cuja exposição recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte na categoria), além de “Inventando Corpos” (1987), “Como eles dizem…” (1991) e “Engenharia Erótica: Travestis no Rio de Janeiro” (1998).

 

Denizart também fez trabalhos de design e moda, além de escrever ainda o livro de poesia “Conto do vigário”, de 2003. Em 2012, ele expôs no MAM seu último projeto, “Estado de concentração – A violência muda”, uma intervenção artística com 38 painéis de fotografias com bonecos abandonados no Cais do Porto.

 

Na obra de Denizart, predomina a interação com os personagens retratados, seja na fotografia ou no cinema — fruto de sua origem na psicanálise. O trabalho dele também foi destacado também no acervo de Gilberto Chateaubriand, além da coleção Pirelli / Masp de Fotografia.


Hugo Denizart morreu aos 67 anos, no Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 2014, vítima de complicações de um câncer. Denizart descobriu um câncer em outubro de 2013, e faleceu de complicações por conta da doença.

 

 

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura -14412727 – CULTURA – RIO DE JANEIRO – POR O GLOBO – 30/10/2014)

 

 

 

 

 

 

 

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