Harry Callahan, fotografo norte-americano

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Harry Callahan (1912-1999), fotografo norte-americano. A sua aguda sensibilidade combinada com o experimentalismo incessante garantiu que, durante uma carreira de mais de 50 anos, ele sempre tenha encontrado novas maneiras de explorar temas pessoais, transformando a sua própria família e as cidades onde viveu em imagens capazes de fascinar um grande público.

Autodidata, ele se tornou fotógrafo amador no final dos anos 1930, quando adquiriu uma câmera e se uniu ao fotoclube da empresa Chrysler Motors de Detroit, onde trabalhava. Em 1941, influenciado por uma palestra de Ansel Adams, decidiu assumir a fotografia como profissão. Nos anos seguintes, Callahan chamou a atenção de grandes mestres da geração anterior à sua: László Moholy-Nagy o convidou para ensinar fotografia no Institute of Design (ID), em Chicago, e Edward Steichen selecionou suas fotografias para várias mostras no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque.

A versatilidade de Callahan está ligada ao uso de diversas técnicas, como alto contraste, múltiplas exposições e desfocados. Além disso, ele trabalhou com filmes em preto e branco e colorido, em pequeno, médio e grande formato. Uma de suas práticas comuns era reduzir seu objeto a formas tão simples que este beirava a abstração, como se buscasse a essência visual das coisas. Seu objetivo, no entanto, estava mais próximo de descrever com o mínimo do que dissimular ou distorcer. O resultado, fotografias extremamente elegantes, atualmente está preservado em algumas das mais prestigiadas coleções de arte no mundo.

Como professor, atividade que exerceu por boa parte de sua vida, Callahan aconselhava os alunos a seguirem seu exemplo enfocando temas familiares a cada um. No seu caso, isso significava fotografar a própria esposa e filha, assim como as ruas de cidades em que viveu e paisagens de lugares para onde viajava seguidamente. Dentro desse repertório, a presença da esposa Eleanor é especialmente frequente. Ela aparece nua ou vestida, na privacidade da sua casa ou em praças, em rios ou em meio a vegetação de florestas. A intimidade e confiança entre Callahan e Eleanor transparece nas fotos, que acabam revelando a força da relação que unia os dois. Em muitas imagens, Callahan mostra Eleanor e a filha do casal, Barbara, como pequenas figuras numa extensa paisagem rural ou urbana.

O crítico John Szarkowski aponta que a maestria de Callahan estava na maneira como, durante décadas, ele foi capaz de expandir o potencial de assuntos banais ou íntimos encontrando novas formas de olhar para eles. Szarkowski, que comandou o departamento de fotografia do MoMA por mais de 30 anos, acredita que Callahan foi capaz de cumprir essa façanha porque a fotografia não era apenas a sua resposta às cenas que via, mas o próprio meio pelo qual ele vivenciava o mundo. A lógica da câmera estava sempre presente no seu olhar.

(Fonte: http://foto.espm.br/index.php/referencias/cem-anos-de-harry-callahan – 18 de julho de 2012)

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