Greta Garbo, à “Esfinge do Norte”, a bela e enigmática estrela sueca do cinema

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Adeus à “Esfinge do Norte”

 

Com a morte de Greta Garbo, o cinema perde uma de suas maiores musas, que fez da solidão seu melhor papel.

 

Greta Garbo (Estocolmo, 18 de setembro de 1905 – Nova York, 15 de abril de 1990), nome artístico de Greta Lovisa Gustafson, a mulher mais bela e misteriosa que já povoou as mentes masculinas e femininas.

Apesar de mimar seus atores adolescentes, Hollywood sempre considerou que os verdadeiros astros só estavam maduros depois dos 30 anos. Segundo os cânones da máquina do cinema, é a partir dessa idade que atrizes e atores chegam ao apogeu artístico. Para Greta Garbo a equação do sucesso em Hollywood se inverteu. Em 1941, no auge de sua carreira e com apenas 36 anos, ela abandonou definitivamente as telas com uma frase que se tornou tão célebre quanto seus magnéticos alhos azuis. “Eu quero ficar sozinha”, disse ela, que vivei como quis – em reclusão num apartamento em Nova York ao longo dos 49 anos seguintes. No dia 15 de abril de 1990 Greta Garbo morreu aos 84 anos de idade, sem responder por que se aposentou precocemente. Seus amigos sustentam que ela se afastou das telas, para envelhecer longe das telas, perpetuando sua imagem jovem e belíssima. Durante as cinco últimas décadas, a atriz sueca, naturalizada americana, que fez fama e fortuna no cinema, tornou – se um enigma ainda mais instigante que o olhar impenetrável da musa do cinema dos 30 anos, que rendeu a Greta o título de “Esfinge do Norte”.

 

Mesmo na hora de morrer, Greta Garbo conseguiu se envolver numa aura de mistério. A seu pedido a causa da morte não foi revelada, ainda que se saiba que ela sofria de insuficiência renal crônica. Foi cremada no dia seguinte, sem que ninguém fora de seu restrito círculo de amigos soubesse o local exato dos funerais de Greta Lovisa Gustafsson, seu nome de batismo. Garbo foi uma ideia do diretor sueco Mauritz Stiller (1883-1928), responsável por sua ida a Hollywood, em 1926, e o único grande amor da vida da atriz, sempre refratária a envolvimentos amorosos públicos. Greta Garbo jamais se casou. O assédio de fotógrafos ao prédio onde a atriz morava – que até se tornou atração turística de Nova York – mostrava que era impossível esquecer Greta Garbo. Ela foi tema de 24 biografias, todas incompletas. Cada autor decifrava apenas uma parte do enigma. Nenhuma delas chegou a uma explicação convincente sobre porque a atriz se afastou na carreira. Tampouco sobre o que ela passou a fazer em seu roteiro. Em apenas duas décadas de trabalho, ela fez 27 filmes, alguns deles antológicos – Como Rainha Cristina, de 1933, no qual Greta quase entrou para o livro Guinness dos recordes. A cena final, quando ela se afasta do litoral da Suécia a bordo de um navio, é dos mais longos closes da história do cinema, com três longos minutos que captaram para sempre a beleza da atriz, com um busto esculpido em mármore.

 

É verdade que Greta Garbo não faz parte do rol das mais talentosas atrizes do cinema – egressa do cinema mudo, ela tinha na expressão facial e na beleza nórdica sua marca registrada e seu encanto, tornado – se a atriz mais importante dos anos 30. Dessa forma ela gravou definitivamente seu nome entre as maiores divas do cinema de todos os tempos. Sempre com olhar dissimulado e sorriso apenas ameaçado nos lábios finos, Garbo foi a Monalisa do cinema em preto – e – branco. Nos últimos anos, Greta Garbo tornou – se uma sombra de seu passado. Com cabelos desalinhados e apoiando – se numa bengala, a musa altiva que abandonou o cinema e para viver na solidão e trocou a luz dos refletores por grandes óculos escuros viveu o resto de seus dias.

(Fonte: Veja, 25 de abril de 1990 – ANO 23 – Nº 16 – Edição 1127 – DATAS – Pág; 65)

 

 

 

 

 

Ela foi uma das primeiras grandes estrelas do cinema de Hollywood

GRETA GARBO (1905-1990), atriz sueca, é um dos ícones do cinema mundial, atuando nas décadas de 1920 e 1930.

Uma das grandes musas do cinema do século 20 tem de reservar um espaço de honra para Greta Garbo (1905-1990). Mais do que uma atriz de sucesso, ela foi uma espécie de símbolo do momento mais glamouroso de Hollywood, com uma figura ao mesmo tempo enigmática e sofisticada, de cada vez mais difícil imitação.

 

Greta Lovisa Gustafsson teve de começar a trabalhar cedo, em função da morte do pai, Karl, quando ela tinha apenas 14 anos. Funcionária de uma loja de departamentos, ela acabou se tornando modelo das propagandas da casa, e disso vieram oportunidades no cinema. Ela foi estudar teatro e começou a carreira no cinema sueco, indo para os Estados Unidos durante os anos 1920. O sucesso viria na década seguinte, com as grandes atuações de Greta em Mata Hari (1931), Grand Hotel (1932) e, especialmente, em Anna Karenina (1935) e Camille (1936).

 

Depois da II Guerra, a atriz saiu de cena, preferindo conservar a mística do auge da trajetória – premiada com um Oscar especial em 1954. A artista admirada e idealizada por tantos, teria sido considerada “a mais bela mulher que já viveu” no Livro dos Recordes de 1954. Ela resumiu a existência de forma simples: “A vida seria tão maravilhosa se soubéssemos o que fazer com ela.”

(Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/2012/09/18/frase-do-dia- ANO 49 – N° 17.148 – Almanaque Gaúcho/ por Luís Bissigo/ Ricardo Chaves – 18 de setembro de 2012)

(Fonte: Zero Hora – ANO 56 – N° 19.507 – 18 de SETEMBRO de 2019 –  ALMANAQUE GAÚCHO / Por Ricardo Chaves – Pág: 44)

 

 

 

 

 

 

 

A vida da atriz sueca Greta Garbo de personalidade controvertida, poderia inspirar o mesmo tipo de equívoco literário. Um dos maiores mitos criados pelo cinema – tornou-se o mais arrematado sinônimo de estrela em luta com a própria fama.

Garbo construiu seu inferno particular. Envolveu-se com os homens mais bonitos de Hollywood, abandonou no auge uma carreira meteórica e terminou seus dias solteira e monástica. Mas legou um conselho: “Nunca deixe a glória ou o dinheiro governarem sua vida. Case-se e tenha um lar, senão vai ser tão infeliz quanto eu”.

(Fonte: Veja, 5 de setembro de 1990 – ANO 23 – Nº 35 – Edição 1146 – LIVROS – Pág: 107)

 

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