Goffredo Teixeira da Silva Telles, pai do grande jurista Goffredo Telles Jr.

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Goffredo Teixeira da Silva Telles (Araras, 1888 – São Paulo, 30 de julho de 1980), jurista, político e escritor. Prefeito de São Paulo durante a Revolução de 1932, criou entre outras obras públicas o Parque do Ibirapuera. Silva Telles faleceu dia 30 de julho de 1980, aos 92 anos, de enfisema, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 6 de agosto de 1980 – Edição n° 622 – DATAS – Pág; 90)

O agricultor Goffredo Teixeira da Silva Telles, pai do grande jurista Goffredo Telles Jr., foi proprietário da Fazenda Santo Antônio, localizada em Araras. Formado nas Arcadas (turma de 1910) foi também advogado agricultor, empresário e político.

Quando ainda estudante, pertenceu, em 1909 e 1910, à Comissão de Redação da Revista do Onze.

Autor dos livros: “O mar da noite” e “A fada nua”. Notabilizou-se por seu enorme poder de expressão. Conhecia toda a literatura francesa e alemã. Traduziu poesias de Maupassant e Heine.

Ficaram famosas suas descrições de paisagens. Simplicidade e beleza caracterizavam seus poemas. Limpidez de linguagem e fluência de estilo eram marcas de sua poesia. E, em cada verso, sempre a mesma paixão, a mesma fascinação pelas belezas do mundo.

Consagrou-se pelo modernismo arrojados de seus poemas de amor, pela irreverência com que deliciou e escandalizou a sociedade daquele tempo. Em algumas de suas poesias, foi precursor e vanguardeiro, ao usar o verso branco e o verso livre.

Seus confrades lhe conferiram o título de Presidente de Honra Vitalício da Academia Paulista de Letras.

Antes de 1930, ele pertenceu ao diretório do Partido Republicano Paulista, e exerceu, com extrema dedicação, por muitos anos, o cargo de vereador do Município de São Paulo. Por ocasião do movimento popular de 23 de maio de 1932, em plena ditadura Vargas, foi aclamado prefeito, conjuntamente com a proclamação de todos os integrantes do Governo Pedro de Toledo.

Como Prefeito criou o Parque Ibirapuera no município de São Paulo. Ainda como vereador, em 1927, esboçou a lápis, sobre a prancheta, na mesa coberta de plantas e fotografias, os primeiros projetos do grande logradouro.

Em 1932, com a derrota da Revolução Constitucionalista, Goffredo foi preso e exilado.

Após seu retorno ao País, permaneceu totalmente afastado da política até 1940. Neste ano, Getúlio Vargas o nomeou Presidente do Conselho Administrativo do Estado, cargo no qual permaneceu até 1944. Depois, voltou a suas ocupações habituais, sem mais nenhuma atividade política.

Sempre dedicado a obras de interesse social, junto com o padre Sabóia de Medeiros, ele foi um dos principais idealizadores da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), da Fundação de Ciências Aplicadas, entre outros trabalhos.

Em Araras, ele foi Provedor da Santa Casa de Misericórdia. Foi também fundador e amigo do Asilo da Velhice e do Asilo Nossa Senhora do Patrocínio.

Cuidou da Fazenda Santo Antônio durante 66 anos, de 1914 a 1980. Cuidou também do velho cafezal. Plantou muito café novo. Sofreu muitos anos de crises e amarguras, mas sempre conseguiu vence-las.

Com a extinção dos cafezais na região da Baixada Paulista, dedicou-se a culturas diversas: algodão, mandioca, laranja, milho.

Construiu e dirigiu uma fábrica moderna de farinha de mandioca. Realizou grandes reformas e introduziu na Fazenda melhoramentos importantes. Com obras de vulto, modernizou e embelezou a sede.

Nos seus últimos anos de vida, Goffredo esteve empenhado na realização de um sonho: na replantação do cafezal.

Goffredo Teixeira da Silva Telles faleceu com 92 anos de idade, em 30 de julho de 1980.

(Fonte: http://www.migalhas.com.br/pintassilgo)

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