Glória Magadan, foi uma das melhores autoras de telenovelas de todos os tempos

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Glória Magadan (Havana, 1920 – Miami, 27 de junho de 2001)nome artístico de Maria Magdalena Iturrioz y Placencia, uma exilada cubana no Brasil

María Magdalena Iturrioz y Placencia nasceu em Havana, capital de Cuba, nos anos 1920 e faleceu em Miami, em 27 de junho de 2001. 

Ela recusou-se a aderir à ditadura do socialismo real em Cuba e foi uma das melhores autoras de telenovelas de todos os tempos.

Escreveu para o rádio sua primeira novela, Cuando Se Quiere un Enemigo, em meados dos anos 1940. Logo depois, começou a trabalhar no departamento de publicidade da Colgate-Palmolive, empresa que seria, nas décadas seguintes, uma das principais patrocinadoras das telenovelas brasileiras.

 
Em setembro de 1961, dois anos após a Revolução Cubana, declarou-se exilada e mudou-se para Miami, onde passou a chefiar toda a programação da multinacional para a América Latina e o Canadá. Também trabalhou na Venezuela e, em 1964, mudou-se para o Brasil, onde adotou o nome que a tornaria conhecida, Glória Magadan.
 
Em São Paulo, ainda trabalhando para a Colgate-Palmolive, passou a cuidar pessoalmente da produção das novelas que eram transmitidas pela TV Tupi. Na época, Magadan foi responsável por folhetins como Gutierritos, o Drama dos Humildes (1964), O Sorriso de Helena (1964), A Cor de Sua Pele(1965) e A Outra (1965).
 
Começou a trabalhar na Globo em 1965, em uma parceria entre a emissora e a Colgate-Palmolive: a Globo cederia tempo de exibição e a empresa, para a qual Glória Magadan ainda trabalhava, entraria com a trama e arcaria com os custos de produção. Em seguida, foi contratada para dirigir o recém-criado departamento de novelas da Globo, a convite do então diretor-geral da emissora, Walter Clark.
 
Ao todo, Glória Magadan escreveu nove novelas na Globo, sendo a primeira delas Paixão de Outono(1965), que inaugurou o horário das 21h30. Dirigida por nomes como Líbero Miguel, Sérgio Britto e Fernando Torres, Paixão de Outono era estrelada por Yara Lins, Walter Forster e Rosita Thomas Lopes.
 
Na Globo, Glória Magadan acumulou as funções de escritora, produtora e supervisora de novelas, nas quais procurou adaptar a linguagem folhetinesca para o Brasil, ainda que suas obras não retratassem diretamente a realidade do país. Conhecida à época como “rainha da telenovela”, imprimia um estilo melodramático, privilegiando tramas de capa e espada, romanticamente fantasiosas e, em geral, ambientadas em longínquos cenários. Seguiram essa linha A Sombra de Rebecca (1967), inspirada na ópera Madame Butterfly, de Giacomo Puccini, e no romance Rebecca, de Daphne Du Maurier; A Rainha Louca (1967), primeira novela dirigida por Daniel Filho; e Eu Compro Esta Mulher (1966), baseada no romance O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas.
 
Glória Magadan foi uma das responsáveis por organizar a produção de telenovelas brasileiras segundo um processo industrial, em meados dos anos 1960. A “feiticeira”, como também ficou conhecida, trabalhava assumidamente a partir de pesquisas de opinião, criando e extinguindo personagens e tramas de acordo com sua própria aferição do gosto popular.
 
Apesar do seu prestígio à frente do departamento de novelas da Globo, no fim dos anos 1960, começou a surgir na televisão brasileira uma demanda por narrativas que mostrassem histórias nacionais, com traços mais realísticos. Essa ansiedade foi percebida e primeiramente correspondida pela TV Tupi. Como uma metáfora desse novo momento, a novela Anastácia, a Mulher sem Destino(1967), inicialmente escrita por Emiliano Queiroz, ainda sob supervisão de Magadan, é passada para a autora Janete Clair, que traz à Globo a experiência adquirida na Rádio Nacional e na TV Tupi.
 
Entrava em cena o cotidiano da vida urbana e da modernização brasileira, tendo por maior representante Beto Rockfeller (1968), novela de autoria de Bráulio Pedroso exibida pela Tupi. Na Globo, o estilo de Janete Clair e Dias Gomes passa a ser cada vez mais valorizado. Novelas como Passo dos Ventos (1968), Rosa Rebelde (1969) Véu de Noiva (1969) ainda foram transmitidas sob supervisão de Glória Magadan, mas não sem um rompimento com seu estilo melodramático.
 
A autora deixou a Globo em 1969. No ano seguinte, ainda escreveu a novela E Nós, Aonde Vamos?para a TV Tupi, seu último trabalho no Brasil antes de retornar para Miami. Na década de 1970, escreveu telenovelas para a mexicana Televisa e para a venezuelana RCTV. Em 1990, fez um remake deYo Compro Esa Mujer para a Televisa e, em 1996, chegou a participar de um projeto não-finalizado para a TV Manchete. 

 

(Fonte: http://www.portalentretextos.com.br/colunas – 236,4911 – Flávio Bittencourt)

(Fonte: http://www.teledramaturgia.com.br/tele/gloria_magadan)

(Fonte: http://memoriaglobo.globo.com/perfis/talentos/gloria-magadan – TRAJETÓRIA)

 

 

(Fonte: Veja, 4 de janeiro de 1989 – ANO 22 – Nº 1 – Edição 1061 – LIVROS – Pág: 75)

 

 

 

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