Gilda de Abreu (1904-1979), cantora, atriz, cineasta, escritora e compositora.

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Considerado a primeira superprodução do cinema nacional

Gilda: uma artista eclética

Gilda de Abreu (1904-1979), cantora, atriz, cineasta, escritora e compositora. Nascida no dia 23 de setembro, em Paris, em 1904, filha de uma cantora lírica e de um médico brasileiro, só conheceu o Brasil aos 4 anos, e aqui só se radicou aos 10; discípula de sua mãe, estreou no teatro em 1934, interpretando a “Lucia de Lammermoor”, mas logo aderiu às operetas, integrando a Companhia dos Irmãos Celestino (Vicente, Pedro, Radamés, Amadeu); em 1936, casou-se com Vicente, então no auge da fama; nesse mesmo ano, juntos protagonizaram, sob direção de Oduvaldo Vianna, o filme “Bonequinha de Seda”, considerado a primeira superprodução do cinema nacional; em 1946, com “O Ébrio”, tornou-se a segunda mulher a dirigir filmes no Brasil (a primeira foi Cármen Santos); no ano seguinte, outra realização no cinema: “Pinguinho de Gente”, em 1951, escreveu e dirigiu “Coração Materno”, filme em que também aparecia como atriz ao lado do marido; sempre com ele, percorreu o Brasil representando, em circos, dramas, tragédias, burletas e reencenações de “A Vida de Cristo”; em 1935, encerrou sua carreira cinematográfica escrevendo o roteiro de “Chico Viola Não Morreu”, baseado na vida do cantor Francisco Alves;

escreveu também seis romances: “Mestiça”, “Aleluia”, “A Cigana”, “Coração Materno”, “Alma de Palhaço” e “Sorri e o Mundo Será Teu”; adaptou todos esses romances para o rádio, onde também trabalhou como atriz e autora de centenas de novelas; em 1968, com a morte de Celestino, passou a viver semi-reclusa no apartamento do casal, no Morro da Viúva, no Rio de Janeiro; em 1977, porém surpreendeu anunciando novo casamento, desta vez com o cantor lírico José Spinto, 39 anos mais novo que ela; Gilda de Abreu foi uma das mulheres essenciais do Cinema Brasileiro. Em maio, após assistir a um espetáculo de balé, sentiu-se mal e foi hospitalizada. Gilda morreu no dia 4 de junho, de 1979, aos 74 anos, de embolia cerebral, no Rio de Janeiro.

(Fonte: Veja, 13 de junho de 1979 – Edição n.º 562 – Datas – Pág; 88)
(Fonte: Veja, 19 de agosto de 1998 – ANO 31 – N° 33 – Edição 1560 – CINEMA/ Por Ruy Castro – Pág; 134/135)

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