Gerda Brentani, artista plástica nascida na cidade de Trieste, naturalizou-se brasileira

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Gerda Brentani (Trieste, Itália, 1908 – São Paulo, 26 de julho de 1999), artista plástica nascida na cidade de Trieste, ela veio para o Brasil em 1939 e mais tarde naturalizou-se brasileira.

Foi em São Paulo que Gerda iniciou a carreira ao lado de nomes importantes das artes plásticas do país: Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, Ernesto de Fiori, entre outros. Sua última exposição ocorreu em 1997.

História de vida

Gerda Eltbogen nasceu em 1906 em Trieste, fronteira norte da Itália, um local em que há grande confluência entre a cultura alemã e italiana. A família de sua mãe era alemã, de Stuttgard e eseupai era de Viena, na Áustria. Seu avó materno, Naphtali Noerdtlinger teve importante importância em sua formação, foi ele que apresentou lhe os autores clássicos, filósofos, historiadores e textos de literatura. 

Diplomou-se em piano noConservatório Gioseppe Verdi, de Trieste. Gerda tem sua educaçnao bastanteinfluenciada plas suas amizades de Trieste, a pintora surrealista Leonor Fini,Leo Kauss e o historiador professor Gillo Dorfles.

Em 1928 casa-se com Segismundo (Sigi) Brentani, os dois vestidos de luto, pelo recente falecimento de parentes. Em 1929 nasce sua primeira filha, Eugênia e em 1937 seu filho Ricardo Renzo. Neste mesmo ano é publicado o livro Storielle alegre di Gerdolin (Trieste, Instituto Nazionale dele Assicurazione, 1937) com histórias ilustradas que escreve para afilha. 

Chegou ao Brasil em 1939 em abril,com seus dois filhos pequenos e o marido, nesta época conhece Paulo Rossi Osir,Ernesto di Fiori e Bernard Rudofsky e assim teve contato com o meio artísticoda década de 40, foi aluna de Ernesto di Fiori e colaborava com o  ateliê de pintura em cerâmica Osirarte comRossi Osir, Mário Zanini, Alfredo Volpi de Fiori, e também pratica pinturaa óleo  ao lado também de Hilde Weber Giuliana Giorgi e Francisco Rebolo Gonçalves, participando da Primeira ExposiçãoOsirarte em 1941.

Gerda Brentani chegou ao Brasil em1939 em abril, com seus dois filhos pequenos e o marido, nesta época conhecePaulo Rossi Osir, e emergiu no cenário artístico de São Paulo com a amizade comdiversos outros artistas, como Ernesto De Fiori (1884 -1945), que conheceuatravés do Arquiteto Bernhard Rudofsky, que, em visita à São Paulo levou aoamigo os desenhos de Gerda. O italiano Ernesto di Fiore havia chegado já hátrês anos, e com ele Gerda teve aulas de desenho também durante três anos, de1941 a 1944.

A convite de Paulo Rossi Osir foitrabalharem seu ateliê de cerâmica, fazendo pinturas à óleo e sobre azulejos eparticipada 1ª exposição da Osinarte, em 1941. Neste período figura ao lado demuitos artistas amigos, como Hilde Weber (1913-1994), Walter Lewy (1905- 1996),Giuliana Giorgi, Hilde Weber, Mário Zanini, Alfredo Volpi, Sergio Milliet,RinoLevi, Ana Maria Fiocca, Tarsila do Amaral, Marcello Grassmann, Paulo Mendesde Almeida, Paulo Vaanzolini Arnaldo Pedroso d’Horta. Gerda trouxe vasto cabedal de cultura, repertório advindo de sua formação na Europa, no entanto, foi no Brasil que desenvolveu sua arte em plenitude, aqui descobriu o desenhocomo instrumento de expressão acerca de suas inquietações.

Impressionada com a cidade de São Paulo,Gerda buscou o humor o velho casario da cidade,buscando fachadas insólitas nosbairros paulistas do Brás, Santa Cecília, Campos Elísios e destes passeios produziu desenhos coloridos que são também documentais, importante registro publicado em livro de sua autoria. São Paulo: Casas e Fachadas (1983). Em 1982, o Museu da Pinacoteca de São Paulo realizou a mostra Fachadas da Velha SãoPaulo, um pungente protesto contra a destruição dos signos de memória da cidade, obra em que demonstra suas preocupações pessoais com a preservação dopatrimônio cultural.

Em 2004 novamente a Pinacoteca doEstado realiza uma mostra com Gerda Brentani, desta vez com seus cadernos dedesenhos,  uma belíssima coleçãoinstigadora, com obras do decorrer de toda sua vida, desse auto retratos, datados de 1948 até seu recente interesse pelas fachadas de São Paulo.

Em seus desenhos Gerda gosta de usar nanquim e bico de pena, com traços enxutos e uma versatilidade onírica que atinge a reflexão de seu pensamento satírico. Os desenhos datados de 1944 e 1948 possuem um mistério bem diverso, não declarando o mesmo humor daqueles que versam sobre assuntos mais políticos, são autorretratoscujos olhos aparecem sempre enuviados, refletidos para o interior, olhos que desviam, mudam a direção, para não fita-lo.

Gerda Brentani faleceu dia 26 de julho de 1999, aos 93 anos, de causas naturais, em São Paulo.

 

(Fonte: Veja, 4 de agosto de 1999 – ANO 32 – N° 31 – Edição 1609 – DATAS – Pág: 123)

(Fonte: http://www.arqshoah.com.br/artista/14)

Referências bibliográficas:

CARNEIRO, Maria Luiza Tucci, STRAUSS,Dieter. Brasil, um refúgionos trópicos – Brasilien, Fluchtpunkt in denTropen.

 

 

 

 

 

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