Gerald Edelman, especialista em imunologia, professor na Universidade Rockefeller em Nova York, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia

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Porter e Edelman: macrocélula fragmentada, molécula rompida

Gerald Edelman (Nova York, 1° de julho de 1929 – La Jolla, 17 de maio de 2014), cientista americano, especialista em imunologia, professor na Universidade Rockefeller em Nova York. Foi agraciado em 12 de outubro de 1972, com o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, pelo Instituto Karolinska, em Estocolmo, Suécia por seu trabalho sobre os anticorpos, proteínas que defendem o sangue contra infecções. Edelman rompeu a molécula.

 

Dividiu o prêmio juntamente com Rodney Porter (1917-1985), pesquisador britânico e especialista em imunologia, foi professor na Universidade de Oxford, e descobridor dos três fragmentos da macrocélula do anticorpo.

Abriu as portas do século XXI ao mostrar-nos como o cérebro é o objecto mais complexo que conhecemos: imprevisível, plástico, indeterminado, turbulento, caótico. Ao mostrar-nos como a “mente” só pode ser pensada adequadamente através dos trânsitos dinâmicos que se instalam entre meio, cérebro e corpo. Ao mostrar-nos como uma parte significativa da ciência cognitiva que tende a pensar a mente como um algoritmo poderá estar muito longe da verdade.

 

Segundo Edelman, a aprendizagem é um processo de “selecção natural” que ocorre num contexto em que o número de padrões possíveis é virtualmente infinito. A sequência de desenvolvimento – a ontogénese – é o resultado quer do reforço de certos padrões de disparo através da experiência quer do enfraquecimento de outros padrões.

 

Edelman admite, por exemplo, que tal como no plano neuronal o que está em jogo é um processo de aprendizagem que se funda na selecção e não na instrução, também na vida social toda a aprendizagem é, ela própria, um processo de selecção e não de instrução. Isto quer dizer que não é apenas a vida social que é uma selva; a própria vida do cérebro é também uma selva. Uma selva dentro de uma selva, se quisermos.

Edelman vem mostrar que mesmo que nos atenhamos tão-só ao funcionamento do cérebro, seguramente ficaremos desconcertados com a extrema indeterminação dos estados neuronais.

 

Edelman morreu aos 84 anos, dia 17 de maio de 2014, em La Jolla.

 

(Fonte: Veja, 18 de outubro de 1972 – Edição 215 – DATAS – Pág: 86)

(Fonte: http://luisquintaisweb.wordpress.com/2014/05/29 – UMA SELVA DENTRO DA SELVA/ por  – Maio 29, 2014)

 

 

 

 

 

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