Gastão Eduardo de Bueno Vidigal, último representante de uma geração de banqueiros à moda antiga

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Banqueiro Gastão Vidigal, dono do Banco Mercantil

 

Gastão Eduardo de Bueno Vidigal (São Paulo, 23 de março de 1919 – São Paulo, 7 de agosto de 2001), empresário, diretor e número 1 do Banco Mercantil. Gastão Vidigal, fama de negociador duro sem deixar de ser cordial. Ouve sempre com atenção a outra parte, mas jamais responde a uma proposta na mesma reunião em que é apresentada.

 

Vidigal era considerado o último grande banqueiro em atividade, pois era controlador e continuava como presidente do Conselho de Administração do Banco Mercantil.

 

O banqueiro Gastão Eduardo de Bueno Vidigal era o acionista controlador do Mercantil de São Paulo, era conhecido no setor financeiro como o “doutor Gastão”, e considerado um dos últimos representantes da geração de banqueiros tradicionais.

 

Com estilo centralizador e personalista, o banqueiro comandava cada detalhe dos negócios do Mercantil e de suas empresas coligadas.

 

Gastão Vidigal nunca deixou de interferir na rotina de seu banco. Desde o seu afastamento da presidência, despachava de sua casa, no Morumbi (zona sul de São Paulo). Ali, recebia autoridades, empresários e banqueiros e trocava ideias sobre seu assunto predileto: a economia brasileira.

 

Era ele quem, pessoalmente, tratava a venda do banco com representantes do Banco Central e eventuais pretendentes.

 

Vidigal era um dos homens mais ricos do país, com uma fortuna estimada em US$ 1 bilhão. Começou sua carreira no banco controlado por seu pai, Gastão Vidigal, no início de 1940, como auxiliar de escritório.

 

Dividia seu tempo entre o trabalho no banco e as aulas na Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco (centro de SP).

 

Dez anos depois, com a morte do pai, Vidigal assumiu a presidência do Conselho de Administração. Em 1962, passou a presidir o banco, função que exerceu até 1985.

 

O banqueiro também teve passagens pela política. Como secretário da Fazenda de São Paulo no governo Carvalho Pinto (1959-1963), tomou uma decisão inédita. Para garantir que o dinheiro do Estado não fosse desviado, mandou depositar todos os recursos do Tesouro em casas-fortes da secretaria. Em 1967 perdeu para Abreu Sodré a indicação para o governo de São Paulo. Na época, em pleno regime militar, a eleição dos governadores era indireta.

 

Desde 1980 o banqueiro estava afastado da presidência do Mercantil devido a problemas de saúde. O banqueiro enfrentou um infarto, um derrame e sofria de problemas respiratórios. Em seu lugar, assumiu seu filho, Gastão Augusto de Bueno Vidigal. Com a morte do banqueiro, Bueno Vidigal permanece na presidência e passa a controlar definitivamente o destino do grupo.

 

O banqueiro Gastão Vidigal morreu em 7 de agosto de 2001, aos 82 anos, em decorrência de problemas cardíacos, no Hospital Albert Einstein, no centro de São Paulo.

 

O banqueiro morreu sem concluir a venda do Mercantil, que estava sendo negociado com o Citibank.

 

A proposta previa que Citibank ira assumir a gestão do Mercantil de São Paulo com opção de compra do banco para um prazo de dois anos.

 

Caso o negócio seja fechado, o Citibank/Mercantil de São Paulo se torna um banco com cerca de 1 milhão de clientes e mais de 250 agências.

 

O Banco Mercantil de São Paulo, fundado há 60 anos é uma das 15 maiores instituições do ramo no país.
(Fonte: Veja, 5 de agosto de 1981 – Edição 674 – Economia e Negócios – Pág; 84/85/86)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro – DINHEIRO / da Folha Online – 07/08/2001)

(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/106/aconteceu – Edição 106 – ACONTECEU / TRIBUTO / Por Tiago Ribeiro – 13/08/2001)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro – FOLHA DE S.PAULO – MERCADO – DINHEIRO – MERCADO/ Por ESTELA CAPARELLI DA REPORTAGEM LOCAL – 8 de agosto de 2001)

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BANQUEIRO ATÉ O FIM

Vidigal morreu sem ter vendido a instituição que comandou por 51 anos

O banqueiro Gastão Eduardo de Bueno Vidigal morreu na semana passada, aos 82 anos, sem ter cedido à idéia que mais abominava nos últimos anos – a de vender o seu banco, o Mercantil de São Paulo. Último representante de uma geração de banqueiros à moda antiga, de personalidade forte e mão-de-ferro sobre a administração dos comandados, ele fez do Mercantil a principal motivação de sua vida por 62 anos. Apegado à instituição e ao controle absoluto de seus passos, o patriarca se viu em um dilema desde o fim do ano passado, quando foi avisado pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga, de que deveria injetar logo mais capital no banco ou encontrar alguém que o fizesse. Retomou então uma antiga negociação com o Citibank, que tinha interesse na aquisição sobretudo da Finasa, a financeira do Mercantil, mas continuou impondo obstáculos que fizeram as negociações se arrastarem sem conclusão até seus últimos dias de vida. Em meados de julho, debilitado, abandonou as conversas. Morreu de uma parada cardíaca no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Junto com o banqueiro desaparecem os maiores obstáculos à venda do Mercantil a um grupo de maior porte. Seu único filho homem e sucessor imediato mais provável, Gastão Augusto, vice-presidente do conselho, é favorável à venda e tem se mostrado mais ágil e bem menos inflexível. Nos últimos meses, mais de uma vez chegou a fechar acordo sobre pontos específicos da negociação, tanto com o Citi como com o BBVA, também candidato à compra, mas acabou desautorizado pelo pai na presença dos representantes das instituições estrangeiras. Dizia ao pai que a demora na venda fazia o banco perder valor. Sua subida à presidência, porém, só se tornará fato se confirmada após a abertura do testamento do pai, prevista para ocorrer neste dia 14, um dia depois da missa de sétimo dia. Amigos da família e candidatos à compra temem que Vidigal possa ter deixado alguma surpresa em seu testamento que torne as negociações mais difíceis.

Se não houver sustos, porém, as chances de um desenlace mais rápido aumentam muito. O Citibank começou a fazer uma verificação nas contas (due diligence) do Mercantil uma semana antes da morte do presidente, e não interrompeu os trabalhos na semana passada. Está tão perto de um acordo quanto jamais esteve. O BBVA, que chegou a ser rechaçado pelo banqueiro por ter cancelado uma reunião na última hora, vai voltar a carga, embora sua tentativa de negociação tenha parado em um estágio muito inicial. Há ainda a possibilidade de que outros interessados, que não tinham espaço devido a idiossincrasias do veterano financista, possam tentar agora uma aproximação. Um exemplo é o Bradesco, que chegou a tentar um contato intermediado por uma instituição amiga de ambos, o BBA Creditanstalt, de Fernão Bracher e Antônio Beltran Martinez. O fundador do Finasa alimentava uma aversão tão grande ao maior banco privado brasileiro que interrompeu abruptamente as conversas tão logo soube que o Bradesco estava por trás da sondagem.

Vidigal deixou sua marca também na vida política. Foi secretário da Fazenda no Estado de São Paulo, em 1961, no governo Carvalho Pinto, e teve assento no Conselho Monetário Nacional nos dois primeiros governos do regime militar, de Castello Branco e Costa e Silva. Nesse período, ajudou a financiar a Oban, grupo paramilitar de repressão a ativistas de esquerda. Há apenas três anos, em entrevista, chegou a dizer que, se fosse presidente, fecharia o Congresso para baixar as reformas fiscal, política e tributária. Era radicalmente conservador e esteve sempre ligado a grupos de extrema direita. Era ligado também à TFP (Tradição, Família e Propriedade), que defende as tradições da religião católica anteriores ao Concílio Vaticano II, realizado no início dos anos 60.
(Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias – BANQUEIRO ATÉ O FIM/ Por Por Marcelo Aguiar – FINANÇAS – Nº edição: 207 – 04.AGO.01)

(Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias – FINANÇAS/ Por Por Marcelo Aguiar – Colaboraram Estela Caparelli e Ernesto Bernardes – Nº edição: 187 – 23.MAR.01)

 

 

 

 

Gastão Eduardo de Bueno Vidigal, do Mercantil

O banqueiro Gastão Eduardo de Bueno Vidigal morreu na madrugada de hoje, aos 82 anos, no hospital Albert Einstein, onde estava internado. O corpo do banqueiro está sendo velado no hospital e será sepultado às 16h30 no cemitério da Consolação.

Vidigal era considerado o último grande banqueiro em atividade, pois era controlador e continuava como presidente do Conselho de Administração do Banco Mercantil.

O banqueiro morreu sem concluir a venda do Mercantil, que estava sendo negociado com o Citibank.

A proposta previa que Citibank ira assumir a gestão do Mercantil de São Paulo com opção de compra do banco para um prazo de dois anos.

Caso o negócio seja fechado, o Citibank/Mercantil de São Paulo se torna um banco com cerca de 1 milhão de clientes e mais de 250 agências.

O Banco Mercantil de São Paulo, fundado há 60 anos é uma das 15 maiores instituições do ramo no país.

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro – MERCADO / da Folha Online – 07/08/2001)

 

 

 

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