A trajetória do idealizador do Dia das Crianças
Galdino do Valle Filho (Trajano de Morais, 24 de setembro de 1879 – Niterói, 11 de maio de 1961), médico e líder político, foi vereador, prefeito e deputado federal, autor do projeto de lei que instituiu o 12 de outubro como o Dia das Crianças e foi sancionado pelo presidente Arthur Bernardes em 5 de novembro de 1924.
Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país a ter uma data dedicada às crianças. Mas a comemoração só se popularizou mesmo em 1960 com as promoções criadas pelas indústrias de brinquedos para alavancar as vendas.
Homem de múltiplas atividades, Galdino era médico, jornalista e foi o primeiro prefeito eleito de Nova Friburgo. Além de ter uma estátua erguida em uma das principais praças do município, ele também dá nome a avenida onde está situada sua antiga residência. Apesar de tombada, a casa não é aberta ao público e pertence aos netos de Galdino, que residem no Rio de Janeiro mas vão periodicamente à Nova Friburgo.
Décadas depois da criação da data, a figura de Galdino continua sendo cultuada na cidade onde passou boa parte de sua vida, na Região Serrana do Rio de Janeiro. A casa em que viveu, localizada no centro de Nova Friburgo, permanece preservada como na época em que ele era um dos homens mais atuantes do município.
O imóvel, tombado em 2012 pela prefeitura municipal, parece ter saído de um conto infanto-juvenil e atrai atenções pela arquitetura em estilo normando e o bem cuidado jardim. Destaque também para a placa em bronze afixada logo na entrada que identifica o saudoso morador.
Ideia deturpada
Para o bisneto de Galdino, Eduardo Valle Briggs, é um orgulho ser descendente do criador de uma data tão importante no calendário nacional. Ele, porém, acha que a proposta original do Dia da Criança acabou sendo deturpada ao longo dos anos. “A ideia era promover um dia de conscientização sobre a situação das crianças no País, chamar a atenção para os problemas da educação e dos menores carentes e abandonados. Isso acabou se perdendo e o 12 de outubro se transformou em uma data meramente consumista”, lamenta Eduardo.
Independente do cunho comercial, o mérito de ter idealizado o Dia da Criança é motivo de honra para toda a família de Galdino. “Meu bisavô deixou um legado muito bacana em vários setores e isso é algo que procuramos preservar e cultivar. Além disso, ele se empenhou bastante pela criação da data e merece ser sempre lembrado por isso. Esse reconhecimento é fundamental para que as novas gerações conheçam um pouco de sua rica trajetória”, conclui Eduardo.
(Fonte: http://economia.terra.com.br – 393bb815ec5f8410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD – ECONOMIA/ Por Flávia Namen – Direto de Nova Friburgo (RJ) – 9 de outubro de 2014)