Gabriel Migliori, maestro paulista, autor de trilhas sonoras de mais de trinta filmes brasileiros

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Gabriel Migliori (São Paulo, 1909 – São Paulo, 12 de janeiro de 1975), maestro paulista, autor de trilhas sonoras de mais de trinta filmes brasileiros, entre eles “O Cangaceiro” e “O Pagador de Promessas”.

Compôs várias músicas eruditas (“Impressões Brasileiras”, “Berceuse”) quase todas premiadas. Gabriel Migliori faleceu dia 12 de janeiro de 1975, aos 66 anos, de enfarte, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 22 de janeiro de 1975 – Edição 333 – DATAS – Pág; 75)

 

 

 

Gabriel Migliori

Atuou no Rádio, cinema, teatro e televisão. Foi o principal maestro da Orquestra da Rádio Record e posteriormente da TV Record. Compõs músicas eruditas e populares. Dirigiu orquestras na gravadoras Odeon e Continental. Em 1929, tocou com sua orquestra na inauguração do cine Rosário em São Paulo que ficava no pavimento inferior do Edifício Martineli. Em 1930, teve três composições suas gravadas na Victor: a marcha “Como gosto de você”, pela então iniciante Carmen Miranda, e as outras duas pelo cantor Pilé, a marcha “A mulher tudo perdoa”, com letra de Vicente de Lima, e o samba “Nem eu nem ela”. Em 1944, na gravadora Continental, acompanhou com sua orquestra ao cantor Celestino Paraventi na gravação da valsa “Não voltarei” e da canção “Brasileira linda”, ambas de Estela Gries.

No ano seguinte, na mesma gravadora, dirigiu a orquestra na gravação das modinhas “Quem sabe?”, de Carlos Gomes, e “Morena, morena”, de domínio público, feita pela cantor Romeu Feres, pela Continental. Em 1949, a valsa-canção “A noite triste em que você não vem”, com letra de Dino Castelo, foi gravada por Francisco Alves na Odeon. A partir de 1952, começou a compor trilhas sonoras de filmes para a Companhia Vera Cruz. A primeira trilha sonora que fez foi para o documentário “Santuário”. No mesmo ano, teve a valsa “Só pelo amor vale a vida”, com Zequinha de Abreu, gravada por Pascoal Melilo e Seus Guitarristas em disco da Copacabana. Em 1953, fez a trilha sonora para o filme “O cangaceiro”, de Lima Barreto, trabalho com o qual recebeu menção honrosa no Festival de Cannes. No mesmo ano, fez a trilha sonora para o filme “Família Lero-lero”, de Alberto Pieralise. Em 1954, compôs a trilha para o filme “Candinho”, de Abílio Pereira de Almeida, e para “São Paulo em festa”.

Em 1955, acompanhou com sua orquestra a cantora Neide Fraga na gravação da toada “Engenho”, de sua autoria, e no xote “Aproveite a festa”, de Sílvio Mazzuca, em disco Odeon. Nesse ano compôs trilha para os filmes “Carnaval em lá maior”, de Adhemar Gonzaga, primeiro filme carnavalesco rodado em São Paulo; “Armas da vingança”, dirigido por Carlos Coimbra e Alberto Severi, e “O primo do cangaceiro”, dirigido por Mário Brasini. Em 1956, fez trilha para os filmes “Padroeira do Brasil”, e “Quem matou Anabela?”, este último com direção de D. A. Hamza. Teve ainda a valsa-canção “Se eu pudesse”, com Vicente Leporace, gravado por Silvio Caldas em LP da Columbia. No ano seguinte, prestou serviços para as trilhas dos fimes “Dioguinho”, de Carlos Coimbra, e “Paixão de gaúcho”, com direção de : Walter George Durst. Em 1958, esteve presente na trilha de mais dois filmes: “O capanga” e “Estranho encontro”.

Em 1959, o samba-canção “esquece-me” com Hélio Prado, foi gravado no LP “Encontro no sábado – Com Nelly Martins & Tito Madi” lançado pela Continental com os cantores Nelly Martins e Tito Madi. Em 1960, fez trilhas para os filmes “Cidade ameaçada”, de Roberto Farias; “Na garganta do diabo”, de Walter Hugo Khouri, e “Nudismo não é pecado”, de Konstantin Tkaczenko. Seguiu sendo o principal maestro da orquestra da Rádio Record e, da TV Record. Nessa emissora participou com sucesso do programa “É proibido colocar cartazes”, apresentado por Pagano Sobrinho.

Em 1961, fez a trilha para os filmes “A primeira missa”, que marcou o retono do diretor Lima Barreto ao cinema depois do sucesso de “O cangaceiro”, e “A moça do quarto 13”, de Walter Hugo Khouri. Ainda em 1961, “Esquece-me” foi gravado por Leila Silva no LP “Quando canta Leila Silva” da Chantecler. No ano seguinte, fez a trilha sonora para mais três filmes: “O pagador de promessas”, dirigido por Anselmo Duarte e que entre outros prêmios recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, na França; “Isto é strip-tease”, e “Lá no meu sertão”, de Eduardo Llorente.

Em 1963, foi lançado pela gravadora Caboclo/Continental a trilha sonora do filme “Lá no meu sertão”, com a dupla sertaneja Tonico e Tinoco. Nesse disco interpretou com sua orquestra as músicas “Meu sertão”, de Tonico e José Lopes; “Moreninha linda”, de Tonico, Priminho e Maninho, e “Rancheira junina”, de Tonico.

Em 1964, teve a toada “É Lampa” gravada por Vanja Orico no LP “Brazilian songs” da Chantecler. No mesmo ano, esteve presente na trilha sonora dos filme “Lampião, O Rei do Cangaço” e “Obrigado a matar”. Teve ainda o bolero “Quem é meu amor”, com Marcos César, na interpretação de Rosário Garcia incluído no LP “Linguagem do amor” da Fermata.

Nos dois anos seguinte participou das trilhas sonoras de apenas dois filmes, “Luta nos pampas”, de 1965 e “O Santo Milagroso”, em 1966. Em 1967, compôs a trilha para os filmes “O anjo assassino” e “Cangaceiros de Lampião”. Nos três anos seguinte, fez as três últimas trilhas sonoras para filmes nacionais: ” A Madona de Cedro”, dirigido por Carlos Coimbra, em 1968; “O homem lobo”, de 1971, e “Corisco, O Diabo Loiro”, de 1969.

Em 1994, o selo Collector”s lançou o LP “O único Rei da voz” que fez parte de uma série de cinco discos com gravações recuperadas de acetatos radiofônicos feitas pelo cantor Francisco Alves. Desse disco fez parte sua canção “Noite triste em que você não vem”, com Dieno Castanho.
(Fonte: www.dicionariompb.com.br – Dados Artísticos)

 

 

 

 

 

 

 

 

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