Fritz Lang, realizador, argumentista e produtor cinematográfico austríaco

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Lang: durante quatro décadas, a marca de um estilo inconfundível

No dia 5 de dezembro de 1890, nasce Fritz Lang, realizador, argumentista e produtor cinematográfico austríaco

Friedrich Anton Christian Lang (Viena, 5 de dezembro de 1890 -– Los Angeles, 2 de agosto de 1976), conhecido como Fritz Lang, foi cineasta, realizador, argumentista e produtor cinematográfico austríaco.

Considerado o pai do filme noir por duas obras-primas feitas na Alemanha dos anos 20 e 30 (Metrópolis e  M, o O Vampiro de Dusseldorf).

Fritz Lang é um dos expoentes do Expressionismo, um estilo que tentava descrever emoções subjetivas e as reações que os objetos e os acontecimentos provocam, e não a realidade objetiva, e que se caracterizou na Alemanha por ter um estilo duro, arrojado e visualmente muito intenso.

41 filmes feitos pelo cineasta entre 1919 e 1960, passando por suas diferentes fases: o início da carreira no cinema mudo alemão, a passagem para o cinema sonoro, o período que passou em Hollywood e o retorno à Alemanha no final dos anos 1950.

Entre os filmes do cineasta estão “Metrópolis”, “Os Nibelungos”, “M – O Vampiro de Dusseldorf”, “Fúria”, “Os Corruptos” e “Almas Perversas”.

Obras raras e menos conhecidas, como “House By The River”, “A Gardênia Azul” e “O Tesouro do Barba Rubra” também foram destaques no mundo.

Aposentado contra a vontade há mais de uma década, Fritz Lang vivia quase esquecido da colônia cinematográfica americana em sua casa de Los Angeles, na Califórnia, por sinal bem próxima aos grandes estúdios hollywoodianos. De fato, Lang não se colocava profissionalmente atrás de uma câmara desde 1960, quando rodou em estúdios alemães o thriller “Os Mil Olhos do Dr. Mabuse”, em que retomava a personagem que lhe inspirara dois filmes, “Dr. Mabuse, o Jogador” (1922), em duas partes, e “O Testamento do Dr. Mabuse” (1932).

Depois, seu contato com o mundo do cinema se limitou a conferenciais, participação em festivais (esteve no Brasil em 1965 e 1969, durante o I e o II Festivais Internacionais do Filme) e a uma curiosa incursão como ator em “O Desprezo” (1963), de Jean-Luc Godard. Neste filme, representou exatamente o papel de um cineasta chamado Fritz Lang, internacionalmente aclamado, mas com imensas dificuldades em realizar seus projetos dentro da impiedosa estrutura do cinema comercial. Na verdade, não poderia haver cineasta mais distante do polêmico e descontraído Jean-Luc Godard do que Fritz Lang, que refletiu em mais de quarenta longa-metragens (de “Sangue Mestiço”, de 1919, ao último “Dr. Mabuse”) uma permanente capacidade de burilar o quadrilátero dp écran com a meticulosidade formal do mais exigente artista plástico.

Massas visuais – Nascido em Viena em 1890, Fritz Lang deveria dedicar-se exclusivamente à arquitetura, de acordo com o desejo do pai. Com pouco mais de 20 anos, porém, convalescente em um hospital dos ferimentos recebidos durante a I Guerra Mundial, el já vendia seus primeiros argumentos para a operosa indústria cinematográfica alemã, sem que seu nome recebesse qualquer espécie de crédito.

Sua ascensão como realizador no panorama cinematográfico germânico coincidiu com o apogeu do expressionismo nas telas. A Lang, aliás, deveria ter sido entregue a direção do célebre “O Gabinete do Dr. Caligari” (de Robert Wiene, 1919), tarefa que ele recusou devido a outros compromissos.

Não se pode dizer que Fritz Lang tenha se caracterizado ao longo de seus filmes por alguma visão politicamente nítida dos mecanismos sociais. Em “Metrópolis” (1926), clássico de requintada beleza visual, tropeçava no palco ideológico ao apresentar uma bizarra e sobretudo discutível alegoria sobre a sociedade futura, ricos e pobres (“exploradores e explorados”, diriam seus conterrâneos e conterrâneos Bertolt Brecht e Erwin Piscator). Antes de se definirem como pertencentes a determinadas classes sociais, as personagens de “Metrópolis” sugeriam massas visuais de uma rigorosa composição pictórica. Interessado pela realidade em seu plano sensível, senhor de uma exuberante subjetividade pouco afeita às análises precisas, Fritz Lang esteve longe de ser um artista político.

Tal particularidade torna ainda mais meritório seu comportamento diante de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda do governo nazista, que o convidou em 1933 para dirigir a indústria cinematográfica alemã. Lang invocou desde logo sua condição de descendente de judeus. E, diante da insistência do ministro, ele contava “fingi que concordava com a proposta e embarquei no mesmo dia para Paris”. Em Berlim, deixou a mulher, Thea von Harbou, romancista, que com ele colaborou no roteiro de treze filmes. Divorciaram-se um ano depois e Thea se integrou plenamente no cinema nazista.

Filme “de” autor – Curiosamente, o filme alemão mais célebre de Fritz Lang, “M, o Vampiro de Düssldorf” (1931), provocara problemas para o cineasta, pois o partido nazista suspeitava de que o título original (“Morder unter Uns”, “O Assassino entre Nós”) traduzisse alguma alusão aos membros da organização. Obra de perturbadora atmosfera, em que se narra a história de um doente mental (papel que celebrizou Peter Lorre) assassino de meninas, “M” é de uma impressionante modernidade em seus aspectos visuais e sonoros.

A capacidade de Fritz Lang em aprofundar as mais estereotipadas situações hollywoodianas (iniciadas com “Fúria”, 1936, e encerradas com “Suplício de uma Alma”, 1956) a marca de um cineasta capaz de se afirmar mesmo dentro do sistema industrial da época. No filme policial, principalmente, ele ousou inédiats trilhas de prospecção psicológica. Exemplo: “Os Corruptos” (“The Big Heath”), de 1953, em que narra, com diabólico senso rítmico, a solitária cruzada de um policial (Glen Ford) contra o gangsterismo infiltrado na administração de uma pequena cidade americana.

Em “O Segredo da Porta Fechada” (1947), o austríaco realizou este suspense psicológico no auge de seu prestígio em Hollywood, a história trata de uma sofisticada herdeira nova-iorquina (Joan Bennett), que, em férias no México, conhece um charmoso arquiteto (Michael Redgrave) e casa-se com ele depois de apenas três dias. Nada é o que parece ser, e o clima sombrio inclui uma esposa morta, uma secretária desfigurada e uma estranha série de quartos barrocamente decorados nos quais assassinatos foram cometidos.

Tornou-se habitual, hoje em dia, designar as obras cinematográficas ligando seu título ao nome do diretor por um “de” – exatamente como nas produções literárias. Fritz Lang permanece como um dos poucos cineastas capazes de validar tão discutível tendência. Os filmes desse agitado austríaco morto no dia 2 de agosto de 1976, em Los Angeles são obras de inconfundível personalidade. Junto a um grupo reduzido de amigos, o cineasta comemorou em dezembro de 1975 seus 85 anos em sua casa de Los Angeles, na Califórnia.

(Fonte: Correio do Povo -– GERAL – Cronologia/ – Por Dirceu Chirivino – 5 de dezembro de 2010 -– Pág; 16)
(Fonte: Veja, 11 de agosto de 1976 -– Edição  414 –- CINEMA – Pág; 81/82)

(Fonte: Veja, 25 de janeiro de 2012 – ANO 45 – Nº 4 – Edição 2253 – Veja Recomenda – Pág: 132/133)

(Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/2014-07-01 – Cinema – CULTURA/ Por iG São Paulo – 01/07/2014)

 

 

 

Em 10 de janeiro de 1927 – O filme “Metrópoles”, de Fritz Lang, estreia na prestigiada sala de cinema do Studio UFA, em Berlim.
(Fonte: Correio do Povo – CRONOLOGIA/ Por Dirceu Chirivino – 10 de janeiro de 2009 – Pág; 17)

 

 

 

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