Franz Weissmann, escultor neoconcretista. Lecionou escultura para Amílcar de Castro, Farnese de Andrade e Mary Vieira

0
Powered by Rock Convert

O escultor do vazio

Austríaco radicado no Brasil, artista era um dos maiores representantes do construtivismo

Franz Weissmann (Knittelfeld, Áustria, 15 de setembro de 1911 – Ipanema, Rio de Janeiro, 18 de julho de 2005), escultor neoconcretista, mestre da arte moderna brasileira, austríaco radicado no Brasil

Sem nunca ter conseguido concluir um curso na vida – por pura rebeldia, conforme ele mesmo confessara -, Weissmann sempre teve uma vida dura. Da Áustria, ele lembra a perseguição que seu pai, um engenheiro simpatizante da social-democracia, sofria do governo por não aderir ao Partido Nazista. Em 1924, os Weissmann embarcaram para o Brasil e instalaram-se na fronteira de São Paulo com o Paraná. Todos foram trabalhar no campo, onde o escultor passou a adolescência.

Depois, saiu de casa, querendo ser pintor. Mas, nas aulas de pintura, o professor acabou enxotando-o porque se recusava a fazer esboços realistas de mulatas desnudas, produzindo em seu lugar formas orgânicas sinuosas. “Foi assim, por acidente, que eu virei escultor.”

Seu reconhecimento como escultor construtivo, que trabalha com formas geométricas, aconteceu apenas nos anos 50, quando Weissmann morava em Belo Horizonte e junto com o pintor Guignard dava aulas na primeira escola de arte moderna da cidade. De lá para cá, ele conheceu o prestígio e o respeito da crítica.

 

Austríaco radicado no Brasil desde os 10 anos, era um dos mais significativos representantes da arte construtivista brasileira. Weissmann veio com a família para o Brasil em 1924. Em 1939 iniciou seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e, de 1942 a 1944, estudou desenho e escultura com August Zamoysky (1893-1970).

Em 1944, mudou-se para Belo Horizonte e participou com Guignard da constituição da primeira escola de arte moderna da cidade em 1948. Lecionou escultura para diversos alunos, como Amílcar de Castro (1920-2002), Farnese de Andrade (1926-1996) e Mary Vieira (1927-2001). 

Em 1955, passou a integrar o Grupo Frente, e foi um dos fundadores do Grupo Neoconcreto, em 1959. Franz Weissamann naturalizou-se brasileiro em 1956.

O escultor tem várias obras em espaços públicos brasileiros, como a praça da Sé (São Paulo), o parque da Catacumba (zona sul do Rio) e o palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Em 1959, assinou com artistas e críticos de arte (entre eles, Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Lygia Clark e Lygia Pape), o “Manifesto Neoconcreto”, uma crítica contra a exacerbação do aspecto racional nas obras concretistas.


Em 1969, foi um dos artistas a boicotar a 10ª Bienal Internacional de São Paulo, num movimento de protesto contra a ditadura militar brasileiro.

Em março de 2005, subiu as rampas do MAC (Museu de Arte Contemporânea) de Niterói (cidade a 15 km do Rio) para inaugurar a exposição “A Poética da Forma”, que reunia trabalhos seus, do arquiteto Oscar Niemeyer, 97, e da artista plástica Tomie Ohtake, 91.

Franz Weissmann morreu em 18 de julho de 2005, em sua casa em Ipanema, Rio de Janeiro, aos 93 anos, de insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia. 

Mesmo nonagenário, Weissmann continuava trabalhando em seu ateliê, que funcionava no apartamento em que vivia.
“Até 2004, ele ainda estava bastante animado, prometendo chegar aos cem anos”, disse o arquiteto Fernando Ortega, genro do artista.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada – ÚLTIMAS NOTÍCIAS – da Folha Online – 18/07/2005)

(Fonte: Veja, 30 de novembro de 1994 – ANO 27 – Nº 48 – Edição 1368 – ARTE/ Por ANGELA PIMENTA – Pág: 132/133)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/fq – DA SUCURSAL DO RIO – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA – 19 de julho de 2005)

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados.

Powered by Rock Convert
Share.