Frank McCourt, escritor americano, autor de As Cinzas de Ângela (1996)

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McCourt: boa reconstituição do mundo de um menino pobre na Irlanda

Frank McCourt (Brooklyn, Nova York, 19 de agosto de 1930 – Nova York, 19 de julho de 2009), escritor americano, professor aposentado de origem irlandesa, autor de As Cinzas de Ângela (1996), relato autobiográfico que encabeçou as listas de livros mais vendidos do mundo por dois anos.

Nele, McCourt conta sua infância miserável na Irlanda. A obra lhe rendeu o Prêmio Pulitzer e foi adaptada para o roteiro do filme homônimo.

Em As Cinzas de Ângela, memórias, não ficção, o menino Frank tem de sair à noite para tentar encontrar uns pedaços de carvão e poder cozinhar uma cabeça de porco no Natal.

Com seu livro de estreia, Frank McCourt, tornou-se um surpreendente best-seller: ficou aproximadamente cinquenta semanas na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times, ganhando o Prêmio Pulitzer de não-ficção e mais 1 milhão de dólares pelos direitos da edição de bolso de seu livro. Fez o que tentou ensinar aos seus alunos em Nova York: para escrever bem, use a experiência.

O livro de McCourt surpreende e emociona não só porque conta uma história real (o sucesso das biografias mostra que as pessoas se interessam mais pela vida alheia do que por ficção bem-feita), mas sobretudo pela forma como é escrito.

McCourt conta as memórias como se não fossem memórias. Ele escreve como um menino fala, e nesse ponto seu livro lembra o ótimo livro de outro irlandês, Paddy Clarke Ha Ha Ha, de Roddy Doyle. Na linguagem infantil de McCourt passam seus sentimentos igualmente infantis: admiração, medo, raiva, espanto. Não existe amargura, que isso não é coisa de criança – o que possibilita atravessar as maiores privações e desgraças com algum senso de humor.

O pai de Frank, Malachy McCourt, era um irlandês beberrão e saudosista. Bom pai, quando estava sóbrio contava histórias sobre heróis irlandeses. Mas, para desespero da família, bebia todo o pouco dinheiro que ganhava. Ângela, a mãe também irlandesa, teve sete filhos, mas só viu quatro crescerem. Os pais se conheceram nos Estados Unidos.

Depois que a primeira criança morreu e sem nenhuma perspectiva melhor, decidiram voltar para a Irlanda. Frank, o mais velho, tinha 4 anos. Em Limerick, cidade úmida e pobre, não conseguiram vida melhor. Viviam da ajuda da Igreja, dos parentes pobres e de aventuras: Frank roubava carvão, pão e leite nos bairros ricos, achando que era Robin Hood.

O livro acompanha Frank até os 19 anos, quando consegue voltar para Nova York. Onde, aos 66 anos, viria a se saber depois, se tornou um milionário.

McCourt faleceu no dia 19 de julho de 2009, aos 78 anos, em decorrência de câncer de pele, em Nova York.

 

 

 

(Fonte: Veja, 29 de julho, 2009 -– ANO 42 -– N° 30 – Edição 2123 -– DATAS – Pág; 50)

(Fonte: Veja, 2 de julho de 1997 – ANO 30 – Nº 26 – Edição 1502 – LIVROS/ Por Fernanda Scalzo – Pág: 114)

 

 

 

 

 

Frank McCourt nasceu em 1930 em Brooklyn, Nova York. Aos quatro anos viaja até à Irlanda, o país de origem da família. Mas a pobreza do país, o alcoolismo do pai de Frank e o nascimento sucessivo de mais filhos, agudizam a miséria da família e Frank é obrigado a abandonar a escola aos 14 anos começando a contribuir economicamente para o rendimento familiar.

Em 1949, consegue juntar dinheiro e viaja até aos Estados Unidos onde, com muito trabalho, se torna professor na Stuyvesant High School, aposentando-se em 1994.

O livro As Cinzas de Ângela foi galardoado com o Prémio Pullitzer 1997, sendo traduzido em 25 idiomas e considerado pela Times Magazine como o melhor livro de 1996. Adaptado ao cinema, este filme foi realizado por Alan Parker, com interpretações de Emily Watson, como Ângela, mãe de Frank McCourt e Robert Carlyle, como Malachy, pai de Frank. Um filme que conquistou aplausos junto da crítica. Faleceu em Julho de 2009.

(Fonte: Editorial Presença)
(Fonte: www.estantedelivros.com)
(Fonte: www.submarino.com.br)

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