Francisco Silva, o Foguinho, locutor esportivo, ícone da crônica esportiva nordestina

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Francisco Silva, o Foguinho, locutor esportivo, ícone da crônica esportiva nordestina. Ele será lembrado por uma geração de ouvintes do sertão do Ceará que cresceu ouvindo futebol com o rádo à pilha colado à orelha. Foguinho narrava jogos dos campeonatos locais, era querido pelas torcidas do Icasa e do Guarani de Juazeiro do Norte, mas também chegou a cobrir sete Copas do Mundo.

Uma vida no rádio

Francisco Silva começou a trabalhar na rádio Iracema aos 14 anos como contínuo. Ganhou o apelido pelo qual seria conhecido por toda a vida porque era muito ligeiro, às vezes elétrico, uma chama impossível de agarrar. Adorava o ambiente da rádio e, quando o mandavam fazer qualquer coisa fora dali, fazia correndo para voltar a seu habitat o quanto antes. Aprendeu a ler e escrever com a ajuda de uma secretária da empresa, dona Irene, que depois do expediente lhe obrigava a recitar o ABC.

Aprendeu a narrar ouvindo os radialistas. Trabalhou também na Bahia e em Pernambuco. Um ouvinte fiel disse que não havia emoção maior do que um jogo de futebol narrado por ele. “Às vezes você nem tinha vontade de ir ao estádio, mas era só ligar o rádio e ouvir o abre-jogo do Foguinho que se sentia obrigado a estar na arquibancada”, lembra Wilton.

Seu estilo influenciou toda uma geração de locutores esportivos cearenses. Quando seus problemas de saúde se agravaram, ele parou de narrar e começou a fazer apenas comentários curtos na rádio Verdes Vales.

Franzino, pequeno, lembrando uma “criança velha”, segundo a definição de um grande amigo, Foguinho sempre terminava suas jornadas esportivas se despedindo de seus ouvintes de uma maneira dramática, exagerada: “Se eu voltar, Deus estará comigo. Se eu não voltar, eu estarei com Deus.”

Seu sonho era ver um dos times de Juazeiro campeão estadual do Ceará, o que nunca aconteceu – o Icasa tem um caneco conquistado nos tribunais, mas Foguinho queria um título sem asterisco.

Foguinho morreu em 16 de julho de 2014, aos 69 anos, angustiado por não poder trabalhar no Mundial do Brasil – sua saúde já estava bastante debilitada nos últimos meses.

Ele foi enterrado em Juazeiro do Norte, cidade em que nasceu e de onde nunca conseguiu se afastar por muito tempo.

 

(Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/esporte/2014/07/16 – ESPORTE/ Por Adriano Wilkson Do UOL, em São Paulo – 16/07/2014)

 

 

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