Foi pioneiro em retratar brasileiros

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Albert Eckhout, pioneiro em retratar brasileiros

Albert Eckhout (Groninga, 1610 – Groninga, 1666), pintor, desenhista e botânico holandês que retratou com brilhantismo a paisagem e os tipos humanos brasileiros. Suas melhores telas foram para a Europa na bagagem de Maurício de Nassau e nunca mais foram vistas no país.

Juntamente com Frans Post dividiu a tarefa de retratar o Brasil para os europeus.

Pouco se sabe ao certo sobre a vida do pintor holandês, exceto que ele era um apaixonado pelo Brasil. Membro da corte de Maurício de Nassau, Eckhout desembarcou no Nordeste em 1637, durante a ocupação da região pelos seus compatriotas, e passou os sete anos seguintes retratando os diversos tipos étnicos do Novo Mundo, além de exemplares de sua fauna e flora.

Eckhout chegou ao Brasil na mesma missão artística contratada pelo príncipe Maurício de Nassau em que veio Frans Post, em 1637, durante a invasão holandesa em Pernambuco.

Uma parte das 22 telas do acervo de Eckhout, hoje pertencem ao Museu Nacional da Dinamarca. Essas telas foram doadas por Maurício de Nassau ao rei Frederico III, em 1654, e são consideradas o conjunto mais importante da obra de Eckhout existente no mundo.

O legado de Eckhout foi registrado através do livro “Albert Eckhout – A Presença da Holanda no Brasil”, primeira obra a apresentar, documentar e historiar as telas do artista existentes no acervo do museu dinamarquês.

 

Homem Tupinambá, Albert Eckhout, 1643: índios mostrados com a mesma altivez dedicada às poses dos nobres europeus (Foto: Pinterest/Reprodução)

 

Em 1654, Maurício de Nassau presenteou seu rei, Frederico III, com a parte mais preciosa dessa obra, formada por 22 telas a óleo do acervo de Eckhout. Duas se perderam com o tempo e as remanescentes estão depositadas no Museu Nacional da Dinamarca, que as conta entre os seus principais tesouros.

Nunca esse acervo pôde ser conferido em sua totalidade no território onde ele foi confeccionado. O máximo que o Brasil já recebeu foram catorze quadros, para uma exposição no Museu de Arte de São Paulo (MASP),em 1991.

Albert Eckhout pintou índios, negros, mestiços e mamelucos. Seus personagens eram mostrados com uma postura altiva, a exemplo dos retratos de nobres europeus. Apenas numa tela foi mantida a aura “selvagem” dos retratados: um quadro dos tapuias, como os tupis designavam seus inimigos de outras tribos.

Ele também se dedicou a criar naturezas-mortas com plantas tropicais, que formarão uma parte importante de “Retrato do Novo Mundo”. Em 1876, durante uma visita a Copenhague, o imperador dom Pedro II apaixonou-se pelas telas, a ponto de encomendar cópias a um pintor local. Elas não são ruins, e podem ser apreciadas no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de Janeiro.

A lacuna foi preenchida, graças à mostra “Retrato do Novo Mundo: o Legado de Albert Eckhout”. Ela teve início em 8 de fevereiro de 2002 na Dinamarca e desembarcou no Brasil – no Recife, temas do quadro do pintor – em setembro de 2002. Em dezembro seguiu para Brasília e, depois para São Paulo. Foi a primeira vez que o acervo completo do pintor holandês saiu da Dinamarca para uma exposição.

O projeto dessa mostra foi organizado durante cinco anos por seu organizador, o publicitário dinamarquês Jens Olensen, presidente da McCann-Erickson no Brasil. “Encantei-me com as obras de Albert Eckhout quando as vi em Copenhague, aos 8 anos de idade”, disse ele.

(Fonte: Veja, 12 de julho de 1989 – Edição 1087 – ARTE/ Por Angélica de Moraes – Pág; 138)

(Fonte: Veja, 6 de fevereiro de 2002 – ANO 35 – Nº 5 – Edição 1737 – Arte – Pág: 111)

As primeiras imagens que os europeus pintaram do Brasil e da América

Alberto Eckhout (1610-1664), foi um dos artistas mais importantes de Maurício de Nassau, pintou os tipos indígenas como os índios tupis e tapuias, a célebre Dança dos Tarairiu-Tapuia – o primeiro retrato realista de uma dança indígena brasileira.

Eckhout juntamente com o outro artista Frans Post (1612-1680), com suas paisagens dos engenhos pernambucanos, documentaram o Brasil durante a invasão holandesa e suas pinturas servem de amostra do século XVIII brasileiro, onde apresentam a América de língua espanhola.

(Fonte: Veja, 4 de agosto de 1982 – Edição 726 – ARTE / Por CASIMIRO XAVIER DE MENDONÇA – VISÃO DO NOVO MUNDO – Pág: 159/160)

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