Foi o primeiro filósofo e jurista negro reconhecido pelas universidades alemãs

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Berlim renomeia rua histórica em homenagem a filósofo negro e enfrenta legado colonial

 

Anton Wilhelm Amo, o primeiro filósofo e jurista negro reconhecido pelas universidades alemãs. (©Imagem: reprodução Instagram)

Anton Wilhelm Amo, o primeiro filósofo e jurista negro reconhecido pelas universidades alemãs. (©Imagem: reprodução Instagram)

 

A antiga Mohrenstrasse foi rebatizada em homenagem a Anton Wilhelm Amo.

 

 

No sábado, 23 de agosto, data marcada pelo Dia Internacional da Lembrança do Tráfico de Escravos, Berlim deu um passo simbólico em direção à reparação histórica. A antiga Mohrenstrasse — expressão que pode ser traduzida como “rua dos Mouros” e que carrega conotação racista — recebeu oficialmente um novo nome: Anton Wilhelm Amo, o primeiro filósofo e jurista negro reconhecido pelas universidades alemãs.

A mudança não ficou restrita à via. A estação de metrô homônima também adotou o nome do intelectual africano. Nascido na atual Gana, Amo foi escravizado ainda criança, levado para a Europa e, mais tarde, se destacou como pensador do Iluminismo Alemão no século XVIII, lecionando em instituições de prestígio.

O coletivo Descolonizar Berlim, que há mais de três décadas defende a retirada de homenagens ligadas à escravidão e ao colonialismo, comemorou a decisão. O grupo organizou um evento no local e destacou a relevância da medida.
— “Era urgente abandonar um nome que tantas pessoas negras consideravam ofensivo”, afirmou Tahir Della, porta-voz do movimento, em entrevista à AFP.

A antiga denominação da rua surgiu no século XVIII, período em que o tráfico de africanos escravizados atingia seu auge sob domínio europeu. Alguns relatos sugerem que ex-escravizados viveram na região; outros apontam que uma comitiva africana teria habitado o local temporariamente. De qualquer forma, ativistas ressaltam que o termo mouro carrega forte carga racista e não deve permanecer em espaços públicos.

Para Della, a discussão vai além da intenção de quem mantém símbolos racistas.
— “Sempre se parte da ideia de que só há racismo se houver intenção. Mas o que realmente importa é o efeito que isso causa. Por isso, é essencial escutar as vozes de quem sofre com o racismo, em vez de decidir por elas”.

(Direitos autorais reservados: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – BossaNews Brasil/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História de Gabriele Ferreira – 4 de setembro de 2025)

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