Foi o primeiro delegado negro da história

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Bass Reeves, o primeiro delegado negro da história

Trabalhando durante 32 anos como oficial de paz federal no território indígena, ele se tornou um dos deputados mais valiosos de Parker

Bass foi libertado dos grilhões escravistas, e optou por deixar a sua vida junto aos nativos para comprar terras próximas à Van Buren. (Foto: Don Gray Studio/Alva Mural Society / Perfil Brasil)

 

 

No ano de 1838, no Condado de Crawford, nascia Bass, nome que recebeu em homenagem ao seu avô, Bass Washington. Em 1846, aos oito anos, ele e sua família foram escravizados pelo legislador do Arkansas, William Steele Reeves. Bass acabou sendo mantido em cativeiro pelo filho de William, George R. Reeves, um xerife, legislador e ex-presidente da Câmara dos Representantes do Texas à época.

Em 1861, no começo da Guerra Civil Americana, George uniu-se ao Exército Confederado, e Bass foi forçado a acompanhá-lo. Segundo a família de Bass, em algum momento entre 1861 e 1862, durante a Guerra Civil Americana, ele atacou severamente George depois de uma discussão ao jogarem uma partida de cartas. Após o ocorrido, Bass conseguiu fugir para um território indígena, no que hoje seriam Arkansas e Oklahoma, e acabou por adotar o sobrenome de seu senhor, sendo agora chamado de Bass Reeves.

De escravo à delegado
Vivendo entre os nativos das tribos Creek, Seminole e Cherokee, Bass aprendeu seus idiomas e costumes e aperfeiçoou suas habilidades no combate com armas de fogo, além de técnicas de sobrevivência como rastreamento – o que seria muito importante posteriormente para tornar-se delegado.

Em decorrência da Décima Terceira Emenda, assinada pelo então presidente Abraham Lincoln, Bass foi libertado dos grilhões escravistas, e optou por deixar a sua vida junto aos nativos para comprar terras próximas à Van Buren, no Arkansas, tornando-se um agricultor. Vivendo  finalmente, como um homem livre, Bass casou-se com uma mulher chamada Nellie Jennie, e juntos tiveram 10 filhos, sendo cinco meninos e cinco meninas. Ele viveu a sua vida cultivando o que a terra lhe dava até o ano de 1875, quando precisou largar a enxada após ser designado vice-marechal dos Estados Unidos para o Distrito Oeste do Arkansas pelo marechal dos EUA James F. Fagan.

Fagan havia sido recém nomeado ao cargo pelo juiz federal Isaac Parker, popularmente como o “Juiz da Forca” devido ao seu alto número de sentenciados à morte por enforcamento. Parker, que estava bastante preocupado com os crimes causados por ladrões e assassinos na região, solicitou à Fagan que contratasse 200 vice-marechais – dentre eles, um dos recrutados foi Bass Reeves por conta da sua habilidade e falar o idioma dos nativos e das suas habilidades com armas de fogo.

O mais temido do Velho Oeste
Trabalhando durante 32 anos como oficial de paz federal no território indígena, Reeves tornou-se um dos deputados mais valiosos de Parker, isso após trazer alguns dos mais perigosos fugitivos à justiça. Um exímio atirador, ele ainda desenvolveu habilidades de detetive durante a sua carreira. Devido à sua alta reputação e inteligência, muitos criminosos chegaram a se entregar para as autoridades ao saberem que estavam sendo perseguidos por Reeves.

Para a sua tristeza, Reeves precisou realizar a prisão do seu próprio filho, Benjamin “Beenie” Reeves, acusado do assassinato de sua própria esposa. Reeves, mesmo abalado com a situação, jamais hesitou em levar o filho à justiça, sendo o mesmo posteriormente capturado, julgado e condenado a 11 anos de prisão. Ao sair da cadeia, Benjamin teria encontrado a sua redenção, vivendo o resto de seus dias como um cidadão exemplar.

Após o falecimento da sua esposa, Nellie Jennie, em 1896, Reeves se casou com Winnie Sumter, com quem teve uma filha chamada Alice.

Em 1907, após se aposentar do cargo de delegado e Oklahoma se tornar um estado, Reeves assumiu como policial municipal em Muskogee. Ele veio a falecer em decorrência da doença de Bright, em 12 de janeiro de 1910.

Uma possível inspiração para o personagem fictício Django, do filme “Django Livre”, do diretor Quentin Tarantino, Reeves acumulou mais de 3.000 prisões de foras-da-lei, além de matar 14 deles para se defender. “Talvez a lei não seja perfeita, mas é a única que temos. E sem ela, não temos nada.”, dizia Reeves.

(Crédito autoral: https://www.terra.com.br/nos – Perfil Brasil / NÓS/ Por: Redação Perfil Brasil – 4 out 2023)

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