Foi das primeiras estilistas a utilizar material plástico

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Foi das primeiras estilistas a utilizar material plástico

Pioneira a fechar roupas com zíperes

1890/1973
Elsa Schiaparelli nasceu em Roma, na Itália, em 1890. Neta do famoso astrônomo, que descobriu os canais do planeta Marte, Giovanni Schiaparelli, sua família possuía uma boa situação financeira, o que permitiu que ela fosse estudar na Suíça e em Londres, onde conheceu aquele que veio a ser seu marido, o filósofo e jogador, Willy de Kerlor, em 1913.

O casal se mudou para Nova York, nos EUA, país onde nasceu sua filha Gogo, que viria mais tarde a lhe dar uma neta, a atriz Marisa Berenson. Seu casamento não durou muito tempo e Schiaparelli, com uma filha pequena para cuidar, não conseguiu sobreviver sozinha na América e voltou para a França, em 1922.

Nessa época, ela desenhava e já começava a vender seus primeiros tricôs. Encorajada pelo estilista e amigo Paul Poiret, Schiap abriu sua primeira butique em 1927, e, em 1929, apresentou sua primeira coleção, que foi um verdadeiro sucesso.

Elsa Schiaparelli sempre esteve ligada aos artistas de sua época. Era amiga de muitos, como Marcel Duchamp, Picabia, Man Ray, Stieglitz, Jean Cocteau, Christian Bérard e Salvador Dalí. Ela acreditava que a moda não podia estar desvinculada da evolução das artes plásticas contemporâneas, sobretudo a pintura.
Com o seu progressivo sucesso, Schiaparelli se tornou a maior rival da famosa estilista Coco Chanel. Seus estilos eram totalmente opostos: enquanto Chanel criava roupas funcionais para a mulher moderna, Shiap fazia modelos surrealistas, exóticos.

Seu estilo elegante e sofisticado resultava em roupas às vezes muito excêntricas, mas que atraíam uma grande clientela. Não era para menos.
Seus vestidos podiam ter estampas criadas por Dali – um deles, em seda branca, tinha seu charme nas borboletas multicoloridas desenhadas pelo mestre do surrealismo. Os botões que usava podiam levar a assinatura de Cocteau, e eram sempre muito mais do que simples botões – em 1938, botões em forma de acrobatas mergulhavam nas casas de uma jaqueta estampada com cavalinhos de carrossel.

Schiaparelli foi das primeiras estilistas a utilizar material plástico, uma novidade para a época, e criou com eles bijuterias, assim como também foi a pioneira a fechar roupas com zíperes, chegando a tingi-los na cor dos tecidos, e deixando-os aparentes. Suas roupas surpreendiam não só pela elegância e acabamento perfeito, mas pelos motivos inusitados que escolhia como detalhes – pautas musicais bordadas em vestidos de baile, e cuja fivela do cinto era uma caixa de música, sóis, estrelas e luas aplicadas em uma jaqueta, notícias de jornal impressas em lenços e écharpes.

Um dos muitos chapéus exóticos que Schiaparelli criou ficou célebre: em parceria com Dali, ela inverteu a posição de um sapato e colocou-o na cabeça das mulheres. As bolsas não eram menos divertidas, pois se acendiam e tocavam música.

Seu uso de cores era único, e foi uma cor que ficou famosa justamente por causa dela – um certo rosa, que seu amigo Christian Bérard costumava usar em suas ilustrações, ganhou sua preferência e um nome eterno: rosa choque.

Elsa Schiaparelli teve entre seus assistentes os estilistas Pierre Cardin e Hubert de Givenchy, e foi inovadora também na área comercial de seu negócio, ao licenciar seu nome como marca, depois de criar óculos e sapatos para produção industrial.

Durante a 2ª Guerra Mundial, a estilista voltou aos Estados Unidos, onde fez muitas palestras, e chegou a abrir uma filial de seu salão em Nova York.

Apesar de todos os esforços para continuar sua produção, os tempos mudaram para Schiaparelli. Com dificuldades financeiras e problemas pessoais, ela acabou fechando sua maison em 1954.
Em seguida, lançou um livro de memórias, intitulado “Shocking life”, novamente a cor intensa que demonstrava sua ousadia, excentricidade e o impacto que desejava causar.
Elsa Schiaparelli morreu em 1973, aos 83 anos.

(FONTE: www.portaisdamoda.com.br – Glossário de moda)
(Fonte: Claudia.com.br – ABRIL 2009 – N.° 4 – ANO 48 – Pág; 182/185)

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