Ferruccio Valcareggi, comandou a Seleção Italiana de Futebol entre 1966 e 1974, levou a Itália ao título europeu em 1968

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Valcareggi, técnico da Itália na Copa do México em 1970

 

Gianni Rivera com Ferruccio Valcareggi: Itália venceu sob sua liderança a vitória na final contra o então Iugoslávia no Campeonato Europeu de 1968 (Foto: Corriere della Sera / Reprodução)

 

FERRUCCIO VALCAREGGI – ÚNICO SELECIONADO ITALIANO A CONQUISTAR EUROPEU

Valcareggi foi o único treinador que conseguiu levar a seleção italiana ao título da Eurocopa (Retrosport)

Ferruccio Valcareggi (Trieste, 12 de fevereiro de 1919 – Firenze, 2 de novembro de 2005), ex-jogador e treinador italiano. Comandou a Seleção Italiana de Futebol entre 1966 e 1974, levou a Itália ao título europeu em 1968.

Nasceu em Trieste a 12 de fevereiro de 1919. Iniciou a carreira desportiva como jogador de futebol no Triestina, em 1938. Depois de jogar durante dois anos em Florença, esteve três épocas em Bolonha. Como jogador, Valcareggi somou 261 jogos na 1ª Divisão e 44 gols.

Como selecionador nacional conquistou o Europeu de 1968, um feito inédito em Itália. Dois anos depois, levou a seleção italiana à final do Mundial do México, onde o Brasil saiu vencedor (4-1). Para a história do futebol italiano ficou a semifinal frente à Alemanha, onde se comemorou o triunfo italiano (4-3).

Dias após as tropas soviéticas ocuparem a Ucrânia durante a Primeira Guerra Mundial, nascia Ferruccio Valcareggi em Trieste. O friulano, anos depois, seria jogador, técnico da Squadra Azzurra, conselheiro das categorias de base da seleção e diretor-geral de uma escola de futebol. Em 1932, muito antes de ser o único treinador que conquistou um título europeu com o selecionado italiano, começava a carreira como futebolista.

Valcareggi era ainda um adolescente quando começou a bater bola no bairro de Gretta, onde morava. Registrado no Ponziana, equipe local, enfrenta a Triestina e seu time vence por 7 a 0, mostrando seu cartão de visitas. Uma semana após a partida, Valcareggi, então com 13 anos, se junta aos meninos do clube biancorosso. Durante a II Guerra Mundial, em meio ao fascismo e a ameaças de explosões, Valcareggi, que jogava como interno, defendeu, além da Triestina, Fiorentina, Milan (à época chamado de Milano, por obrigações nacionalistas impostas pelo fascismo) e Bologna. No pós-guerra, ele ainda passou por Vicenza, Lucchese, Brescia e Piombino antes de pendurar as chuteiras no meio da década de 1950.

O primeiro trabalho como técnico aconteceu no próprio Piombino, na Serie B, quando Valcareggi acumulou as funções de técnico e jogador por duas temporadas. Em seu trabalho seguinte, o treinador levou o Prato, em 1956-57, à Serie B e deixou o clube cinco anos depois de chegar, quando caiu para a Serie C. Mesmo com a queda, Valcareggi foi contratado pela Atalanta, que havia acabado de subir para a Serie A. Em seu período no clube lombardo, o técnico conseguiu sustentar a equipe em posições intermediárias na tabela, sobretudo com a ajuda do atacante Angelo Domenghini, do meio-campista argentino Humberto Maschio e do defensor sueco Bengt Gustavsson.

Após as boas campanhas, o toscano Enrico Longinotti levou o técnico para Florença. Na Fiorentina do artilheiro sueco Kurt Hamrin, Valcareggi conseguiu a sexta posição em 1962-63 e se demitiu na sétima rodada do ano seguinte, após derrota para o Vicenza do brasileiro Luís Vinício. Ao deixar a cidade, ele retornou a Bérgamo, mas não conseguiu entrar em acordo com a gerência do Atalanta e a volta durou muito pouco. A partir daí, Valcareggi começou sua aventura à frente da seleção italiana.

A derrota por 1 a 0 para a Coréia do Norte na Copa do Mundo de 1966, que custou a eliminação italiana no Mundial, colocou um ponto final na história de Edmondo Fabbri no comando técnico da seleção. Para seu lugar chegaram dois treinadores: Helenio Herrera e Ferruccio Valcareggi. Ambos comandaram o time em apenas quatro oportunidades, com nenhuma derrota. O objetivo, agora somente de Valcareggi, era simples: elevar o nome da Squadra Azzurra. Como? Vencendo o Campeonato Europeu de 1968, em casa.

O trabalho foi executado com facilidade na fase de grupos com um Gigi Riva inspirado contra Romênia, Suíça e Chipre. A derrota para a Bulgária em nada abalou os ânimos da seleção, que venceu o jogo de volta pela diferença mínima. Após eliminar a União Soviética, o Olímpico de Roma viu o campeonato ser decidido em duas partidas contra a Iugoslávia: a primeira acabou em um duro empate por 1 a 1 e rendeu um jogo desempate, no qual a Itália venceu por 2 a 0. Missão cumprida para Valcareggi e seus comandados, entre eles Dino Zoff, Facchetti, Domenghini, Mazzola e De Sisti.

Riva voava na qualificação europeia para a Copa do Mundo de 70. A Itália apresentava uma defesa sólida com Albertosi no gol e Burgnich e Facchetti à sua frente. O sistema defensivo era prioridade da seleção de Valcareggi. Era defender e contra-atacar rapidamente. Já na Copa do Mundo, Riva, atacante do Cagliari, começava a se tornar apático nas partidas enquanto Gianni Rivera, o Golden Boy, ficava no banco por problemas disciplinares (o milanista quase foi cortado da delegação dias antes do começo do Mundial). Riva foi desencantar com uma doppietta nas quartas-de-final ao lado de Rivera, que também marcou.

A participação italiana na Copa do Mundo, no entanto, ficou marcada por polêmicas que envolveram escolhas feitas por Valcareggi. O treinador fazia um rodízio constante entre Mazzola e Rivera: os dois não jogavam juntos de maneira alguma e, costumeiramente, cada um jogava um dos tempos de uma partida. O Golden Boy salvou a Itália na semifinal contra a Alemanha, mas, na final contra o Brasil, que a Itália perdia sumariamente, Valcareggi colocou o jovem do Milan em campo faltando apenas seis minutos para o término da partida no lugar de Boninsegna.

O técnico foi muito criticado ao chegar a Roma, mas já preparava sua equipe para a próxima Copa. O primeiro movimento tinha acontecido antes mesmo do Mundial, quando Enzo Bearzot foi chamado para treinar a seleção sub-23 em 1969, pensando no futuro.

Se na Euro 1972 a Itália caiu nas quartas para a Bélgica, a qualificação e os amistosos pré-Copa de 1974 foram ótimos, com direito a vitória sobre a Inglaterra, no Wembley. Alf Ramsey, técnico do selecionado inglês, até disse que os quatro principais jogadores italianos eram “Rivera, Rivera, Rivera e Rivera.” E foi ele o camisa 10, apesar da má condição física, no Mundial de 74. A base da Copa anterior foi mantida, mas nem mesmo o novo 9, o ídolo laziale Chinaglia ajudou a Itália a passar da primeira fase. Assim como Fabbri, Valcareggi sucumbiu à eliminação precoce.

O treinador deu uma pausa na carreira até voltar ao banco de reservas do Verona. Foram três boas temporadas, principalmente a primeira, quando conseguiu o vice-campeonato da Coppa Italia. Valcareggi ainda passou pela Roma antes de voltar à Squadra Azzurra, agora como treinador da equipe B. O treinador também dirigiu a Fiorentina em 1984-85 antes de se aposentar e se tornar comentarista esportivo.

O técnico campeão europeu de 68 faleceu em Florença, em 2 de novembro de 2005, aos 86 anos, vítima de leucemia.
Posição: atacante
Clubes como jogador: Triestina (1937-40), Fiorentina (1940-43 e 1947-48), Milan (1944), Bologna (1944-47), Vicenza (1948-49), Lucchese (1949-51), Brescia (1951-52), Piombino (1952-54)
Clubes como treinador: Piombino (1952-54), Prato (1954-59), Atalanta (1959-62 e 1964-65), Fiorentina (1962-64), seleção italiana (1966-74), Verona (1975-78), Roma (1978-79), seleção italiana B (1979-84), Fiorentina (1984-85)
Títulos como treinador: Campeonato Europeu (1968)

(Fonte: http://www.record.pt/internacional – INTERNACIONAL – 02.11.2005)

(Fonte: http://www.quattrotratti.com/2011/02 – Por Murillo Moret – 12 de fevereiro de 2011)

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