Emil Nolde, célebre pintor expressionista alemão, foi um artista perseguido pelos nazistas

0
Powered by Rock Convert

 

 

 

 

 

Emil Nolde (7 de agosto de 1867 – 15 de abril de 1956), célebre pintor expressionista alemão, foi um artista perseguido pelos nazistas, que lhe impuseram a proibição de pintar. No Terceiro Reich, sua obra foi classificada como “degenerada” e por isso excluída do mercado de arte.

Esse foi um mito do pós-guerra na Alemanha Ocidental, cultivado tanto pelo próprio Nolde como por críticos de arte e pela literatura. O romance Aula de alemão, de Siegfried Lenz, leitura obrigatória nas escolas durante vários anos, também tematiza indiretamente o destino de Nolde.

O pintor foi um ardente defensor das ideias nacional-socialistas. Seus textos, sua autobiografia e diversas cartas a nazistas importantes comprovam isso. Estão também incluídos comentários antissemíticos, principalmente contra artistas judeus, como Max Liebermann, e galeristas de origem judaica, como Bruno Cassirer. Mesmo após o início da Segunda Guerra Mundial, Nolde lutou por reconhecimento pelos nazistas.

 

Um caso complicado

O “caso Nolde” é altamente complexo. As obras de Emil Nolde foram, realmente, proibidas pelos caçadores de arte nazistas, muitas estiveram expostas em Munique na infame mostra Arte degenerada, de 1937. Ele foi proibido de manter contato com galerias e com o mercado de arte e, assim, de ganhar seu sustento como artista.

Por outro lado, a posição de Nolde em relação ao nazismo já é conhecida há muito tempo, e não apenas nos círculos especializados. Quem quisesse podia ler a respeito na biografia do pintor. Mas isso pouco prejudicou o mito do “artista degenerado”.

Nenhum outro artista teve a obra tão maciçamente confiscada nos museus alemães, a grande proibição que lhe foi imposta foi muito drástica, desencadeando um drama pessoal. Além disso, em 1937 o artista tinha 70 anos, idade bastante avançada para a expectativa de vida da época.

Nem herói nem vítima

 

Emil Nolde não se presta ao papel de “herói incondicional, como por vezes aconteceu na Alemanha Ocidental do pós-Guerra. É preciso registrar seu caso em toda a sua complexidade, pois não é fácil diferenciar entre a atitude ideológica de Nolde – que não pode passar despercebida – e a condenação artística pelos nazistas.

 

A chave de esclarecimento está no fato de a obra de Nolde não corresponder, em grande parte, às concepções artísticas ideológicas dos líderes nazistas. Diferentemente de artistas abertamente ligados ao regime, como a cineasta Leni Riefenstahl (1902-2003), o escultor Arnold Breker (1900-1991)  ou alguns poetas de ideologia “sangue e pátria”, Nolde criou uma obra que também mostrava a cara ruim da humanidade.

 

Apesar disso, ele pintou e desenhou também paisagens e campos de flores, classificados por certos nacional-socialistas como pura “arte alemã”. Mas, em seu radicalismo e modernidade, os óleos e aquarelas de Emil Nolde que mergulhavam em temas religiosos e sociais forçosamente ofendiam os nazistas mais ideologicamente simplórios e provocavam os líderes do regime.

 

(Fonte: http://www.dw.de -17482279 – CULTURA E ESTILO – CULTURA/ Por Jochen Kürten – 10.03.2014)

(Fonte: Veja, 5 de outubro de 1983 – Edição 787 – ARTE/ Por CASIMIRO XAVIER DE MENDONÇA – Pág: 150)

(Fonte: Veja, 18 de agosto de 1976 – Edição 415 – DATAS – Pág: 99)

 

 

 

 

 

 

 

Powered by Rock Convert
Share.