Edemar Cid Ferreira, fundador e antigo controlador do falido Banco Santos, famoso como colecionador de obras de arte e pela mansão extravagante que construiu no Morumbi, na zona oeste da capital paulista

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Edemar Cid Ferreira, fundador do falido Banco Santos

Ex-banqueiro ficou famoso como colecionador de obras de arte e pela mansão extravagante que construiu no Morumbi, bairro da zona oeste de São Paulo.

Brasil, São Paulo, SP. 25/02/2011. Edemar Cid Ferreira, dono do banco de Santos, durante entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, no Morumbi, em São Paulo — (Foto: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo)

 

 

Edemar Cid Ferreira, empresário e um mecenas das artes de São Paulo, foi fundador e antigo controlador do falido Banco Santos.

Ex-dono do Banco Santos ficou famoso por colecionar obras de arte e pela mansão de 8 mil m² no Morumbi, Zona Sul da capital paulista.

O ex-banqueiro ficou famoso como colecionador de obras de arte e pela mansão extravagante que construiu no Morumbi, na zona oeste da capital paulista.

 

Mansão do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira no Morumbi, em São Paulo — Foto: Jonne Roriz/Agência Facto/Agência Estado

Mansão do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira no Morumbi, em São Paulo — (Foto: Jonne Roriz/Agência Facto/Agência Estado)

 

 

Prédio foi arrematado em leilão pelo empresário Janguiê Diniz por R$ 27,5 milhões, em 2020.

O empresário se tornou um nome constante nos noticiários do Brasil nos anos 2000, quando o Banco Santos sofreu intervenção do Banco Central, após um rombo de R$ 2,1 bilhões (valores da época) no caixa da companhia.

Em 12 de novembro daquele ano, o BC interveio na instituição depois de constatar que não cumpria normas básicas, como o recolhimento compulsório — parcela dos depósitos dos clientes que as instituições financeiras são obrigadas a recolher no BC. À época, o Santos era o 21º maior banco do país.

Em 4 de maio do ano seguinte, o BC anunciou a liquidação do banco. Desde então, Cid Ferreira tentava reverter a decisão da Justiça argumentando que o negócio faliu em razão de pessoas que não honraram o pagamento de empréstimos feitos no banco.

Cid Ferreira e outros 18 ex-dirigentes do Banco Santos foram denunciados pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e gestão fraudulenta. Em maio de 2006, o ex-banqueiro foi preso por 89 dias.

No período, ele se dedicou à vida espiritual e chegou a frequentar cursos ministrados no presídio por igrejas evangélicas, pela Igreja Católica e outros sobre espiritismo. Mas Edemar não se filiou a nenhum credo.

Em 2020, uma mansão do ex-banqueiro localizada na rua Gália, no bairro do Morumbi, e que pertencia à massa falida do banco, foi vendida em leilão judicial por R$ 27,5 milhões. Construída entre 2000 e 2004, e adquirida por R$ 140 milhões, a casa foi projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, que recebeu R$ 1,15 milhão pelo serviço. O decorador norte-americano Peter Marino recebeu outros R$ 8,86 milhões.

O imóvel chegou a passar por cinco leilões para ser vendido. Nos dois primeiros, não houve interessados. Em maio de 2019, no terceiro leilão, o imóvel chegou a ser arrematado por R$ 23,3 milhões. Mas o comprador, que não teve o nome revelado, não depositou o valor dentro do prazo estipulado pelo leiloeiro.

No quarto leilão, realizado em outubro de 2023, a mansão foi vendida por R$ 9 milhões, mas o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de SP, não aceitou o valor.

Mansão em que morou Edemar Cid Ferreira tem pé direito de 9 metros de altura e janelões blindados — Foto: MBRAS/Divulgação

Mansão em que morou Edemar Cid Ferreira tem pé direito de 9 metros de altura e janelões blindados — (Foto: MBRAS/Divulgação)

O imóvel, que ocupava um terreno de 8.000 metros quadrados e um complexo de cinco andares em uma área de 4.100 metros quadrados, possuía duas galerias de arte, com pé-direito de nove metros, uma biblioteca e um heliponto.

Banheiros de vidro com tecnologia que muda de cor quando estão ocupados, mármores importados da França e elevadores pneumáticos também compunham a mansão. No mesmo ano, cerca de 2.000 peças que pertenciam ao empresário e foram apreendidas pela Justiça no ano da falência do Banco Santos, foram leiloadas para angariar fundos destinados a pagar aos credores da instituição financeira.

Na época, o ex-banqueiro pediu à Justiça o cancelamento do certame da coleção de obras de arte que estavam sob a guarda do MAC (Museu de Arte Contemporânea) da USP (Universidade de São Paulo). Em ofício enviado à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da cidade de São Paulo, ele argumentou que o leilão iria esquartejar a coleção, desvalorizando o conjunto e fazendo com que as obras percam valor de mercado.

O ex-banqueiro também possuía um apartamento de 3.000 metros quadrados na Praia Grande, que foi vendido por R$ 78 milhões após quatro leilões.

Desde então, passou a morar “de favor” e a viver com ajuda de amigos. Da mansão no Morumbi, transferiu-se para a casa vizinha, que pertencia a Zizinho Papa, ex-banqueiro dono do Banco Lavras. Naquela época, dizia que, todas as noites, sentava-se em uma cadeira no deck da piscina da casa onde passou a viver ficava horas olhando para sua mansão.

Ficava indignado com a falta de manutenção na sua antiga residência. Reclamava da fuligem que, com o tempo, foi manchando e escurecendo o mármore branco que revestia as paredes da casa.

Edemar passou o restante de sua vida tentando provar que o banco tinha mais crédito a recuperar do que dívidas a serem pagas, o que jamais se comprovou. Desse embate resultou uma relação de tensão permanente entre Edemar e o administrador judicial, Vânio Aguiar.

Em outubro de 2023, a coluna da Mônica Bergamo mostrou que a disputa entre Cid Ferreira, os devedores do Banco Santos e o administrador judicial da massa falida ganhou um novo capítulo. O imbróglio se deu em torno de quem iria administrar, provisoriamente, os bens buscados para saldar os R$ 2,1 bilhões da massa falida.

A massa falida reivindicava que parte do montante fosse quitada por meio da penhora de metade do shopping Eldorado, localizado na zona oeste de São Paulo. Uma decisão judicial de março de 2023 deu aval para a penhora de 50% do estabelecimento comercial, mas cabia recurso.

Procurados, os advogados do Grupo Veríssimo, segundo maior credor do Banco Santos, afirmaram, em nota, que o valor de R$ 2,1 bilhões já foi afastado pelo Judiciário e que o saldo atual da dívida é de R$ 120 milhões.

Mais recentemente, em dezembro, a coluna Painel S.A. noticiou que a Justiça de São Paulo autorizou o pagamento de uma dívida de R$ 120 milhões pelo Grupo Veríssimo ao Banco Santos, pondo fim a uma disputa de anos e que vinha travando o acerto de contas com os demais credores.

Agora, a expectativa é que a Justiça autorize o leilão de cerca de R$ 500 milhões em créditos pendentes. Há diversos bancos interessados no negócio.

O ex-banqueiro também possuía um apartamento de 3.000 metros quadrados na Praia Grande, que foi vendido por R$ 78 milhões após quatro leilões.

Desde então, passou a morar “de favor” e a viver com ajuda de amigos. Da mansão no Morumbi, transferiu-se para a casa vizinha, que pertencia a Zizinho Papa, ex-banqueiro dono do Banco Lavras.

Naquela época, dizia que, todas as noites, sentava-se em uma cadeira no deck da piscina da casa onde passou a viver ficava horas olhando para sua mansão.

Ficava indignado com a falta de manutenção na sua antiga residência. Reclamava da fuligem que, com o tempo, foi manchando e escurecendo o mármore branco que revestia as paredes da casa.

Edemar passou o restante de sua vida tentando provar que o banco tinha mais crédito a recuperar do que dívidas a serem pagas, o que jamais se comprovou.

Desse embate resultou uma relação de tensão permanente entre Edemar e o administrador judicial, Vânio Aguiar.

Edemar Ferreira faleceu no sábado (13), aos 80 anos, em São Paulo.

Cid Ferreira morreu do coração, dormindo. Ele deixou esposa e três filhos

(Direitos autorais: https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/01/13 – ECONOMIA/ NOTÍCIA/ Por Valor Online – 

(Direitos autorais: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/01/14 – SÃO PAULO/ NOTÍCIA/ Por Rodrigo Rodrigues, g1 SP — São Paulo – 

(Direitos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Folha de S.Paulo/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História por STÉFANIE RIGAMONTI E JULIO WIZIACK – SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – 14/01/2024)

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