É considerada a primeira carnavalesca do Rio de Janeiro

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Marie Louise Nery, considerada a primeira carnavalesca do Rio de Janeiro

 

Figurinista do primeiro título da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, em 1960, ela também fez os figurinos do Sítio do Picapau Amarelo.

 

Marie Louise Nery (Suíça, 31 de maio de 1924 – Berna, na Suíça, 11 de maio de 2020), carnavalesca, folclorista, figurinista e cenógrafa suíça, foi considerada a primeira mulher carnavalesca do Rio de Janeiro. Marie Louise Nery também é considerada a pioneira no ofício de carnavalesca, cargo que era ocupado somente por homens.

Marie Louise nasceu em Berna, na Suíça, no dia 31 de maio de 1924. Estudou na Escola Técnica de Ofícios (Gewerbeschule) e na Escola de Artes Utilitárias (Kunstgewerbeschule). Casou-se com Dirceu da Câmara Nery, cenógrafo e aderecista pernambucano, com quem formou uma dupla de reconhecido talento.
Carnavalesca foi responsável pelo histórico desfile da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro sobre Debret. Maria Louise assinou, ao lado do marido Dirceu Nery, o antológico desfile do Salgueiro de 1959. Com o enredo “Viagem pitoresca através do Brasil – Debret”, a vermelha e branca conseguiu o vice-campeonato e encantou Fernando Pamplona, que era jurado naquela ocasião e se tornou carnavalesco da agremiação ano seguinte.
Marie Louise Nery foi a autora do primeiro capítulo da revolução salgueirense. Ela também confeccionou figurinos para a escola de samba Portela.
A figurinista e artista plástica foi professora do curso de artes cênicas na Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de atuar na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, a Unirio.

Trajetória: carnaval, teatro e TV

Marie Louise tinha um vasto e reconhecido trabalho como figurinista e cenógrafa no teatro brasileiro. Junto com o marido, Dirceu Nery, em 1959 foi responsável pelas fantasias da Acadêmicos do Salgueiro.
No ano seguinte, em 1960, ela Dirceu, Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues, levaram a vermelho e branco da Tijuca a conquistar o seu primeiro campeonato. E mudou a estética do carnaval carioca.
A figurinista voltou a trabalhar no carnaval do Salgueiro com Pamplona, em 1968, quando a escola defendeu um enredo contando a história de Dona Beija.
Nascida e educada na Suíça, ela veio para o Brasil, em 1957 depois de se casar com Dirceu que era cenógrafo. O casal logo começou a participar ativamente da vida cultural do Rio de Janeiro. Em 1958, ela foi jurada do desfiles das escolas de samba. No ano seguinte, já assinava os figurinos do enredo sobre o pintor Debret, que fez o Salgueiro chegar em segundo lugar.
Naquela época, as escolas de samba não tinham barracão. Marie Louise subia o morro e ia ensinar costureiras e aderecistas a confeccionar as fantasias. E assim foi de 1959 a 1968, alternando trabalhos entre o Salgueiro e a Portela.
Ao lado do marido, colecionou uma série de trabalhos bem sucedidos no teatro, a começar pelas peças infantis do Teatro Tablado, de Maria Clara Machado, que se transformou na porte de entrada para espetáculos adultos como “Mirandolina”, de 1964, do Teatro dos Sete, que tinha Fernanda Montenegro como integrante do grupo.
Em 1960 começou a dar aulas como professora na UNI-Rio e na UFRJ. Ela dava aulas de artes plástica e indumentária, tendo como alunos a carnavalesca Rosa Magalhães e a figurinista Beth Filipeck que trabalhou na TV Globo.
Marie Louise também fez grandes trabalhos na TV, como os 150 figurinos de bichos da primeira versão do “Sítio do Picapau Amarelo”, entre 1977 e 1986, uma co-produção da TV Globo e da TV Educativa.

A figurinista ainda participou de exposições no Museu de Arte Moderna (MAM) e escreveu livros sobre o indumentária e conquistou prêmios importantes no teatro, como Saci (1962) e Moliére (1964).

Marie Louise foi homenageada pelo Salgueiro no desfile de 2003, quando a escola cantou seus 50 anos de fundação na Sapucaí.
Marie Louise faleceu em 11 de maio de 2020, em Berna, na Suíça, onde vivia com o filho, completaria 96 anos no próximo dia 31, foi vítima da Covid-19.
(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/05/12 – RIO DE JANEIRO / CULTURA / Por Alba Valéria Mendonça, G1 Rio – 12/05/2020)
(Fonte: https://bandnewsfmrio.com.br – CIDADE / Por Jéssica Santos* – 12/05/2020)

*Estagiária sob supervisão de Carlos Briggs

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