Djalma Dias, cantor que lançou Djavan, voz recorrente em trilhas de novelas da Globo no início da década de 1970

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Djalma Dias, ótimo cantor que lançou Djavan em 1973

 

Voz recorrente em trilhas de novelas da TV Globo no inicio da década de 1970, artista deixa gravação marcante de música de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle.

 

“Eu às vezes penso em fugir / E quero até desistir / Deixando tudo pra trás / É que eu me encontro perdido / Nas coisas que eu criei / E eu não sei”.

 

Esses versos de Capitão de indústria, música composta por Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle para a trilha sonora da novela Selva de pedra (1972 / 1973), reverberaram em todo o Brasil na voz de Djalma Dias em gravação marcante feita para a trama que mobilizou o país há quase 50 anos, com arranjo do maestro Waltel Branco (1929 – 2018) e o piano do próprio Marcos Valle.

 

Voz recorrente em trilhas de novelas da Globo no início da década de 1970, Djalma Dias era dono de uma voz grave, o artista cujo nome de batismo era Moacir Batista Lucas, iniciou carreira como cantor e músico da noite da cidade de São Paulo em casas como O Beco.

 

Ele viveu o apogeu artístico na primeira metade dos anos 1970. Apadrinhado pelo falecido João Araújo, pai do saudoso CazuzaDjalma Dias lançou por essa companhia os dois únicos álbuns da carreira, “Destaque” (1973) e “Não Faça Drama… Caia no Samba!” (1974).

 

Na certidão de nascimento, Djalma Dias era o paulistano Moacir Batista Lucas (3 de março de 1938 – 24 de junho de 2021), grande cantor que iniciou a carreira na década de 1960, mas viveu o apogeu artístico na primeira metade dos anos 1970.

Apadrinhado por João Araújo (1935 – 2013), executivo da indústria fonográfica que comandava na época a gravadora Som Livre, Djalma Dias lançou por essa companhia os dois únicos álbuns da carreira, Destaque (1973) e Não faça drama… Caia no samba! (1974).

No álbum Destaque, Djalma Dias teve a primazia de lançar o então desconhecido Djavan como compositor, gravando a música Desgruda no LP editado em 1973. No álbum de 1974, o cantor gravou, em ritmo de samba-rock, composição da então debutante Leci Brandão, Nada sei de preconceito.

Com voz grave que caía com facilidade no suingue, Djalma Dias iniciou carreira como cantor e músico da noite da cidade de São Paulo (SP), cumprindo expediente em casas como O Beco. De 1972 a 1974, Djalma foi nome recorrentes nos créditos dos discos editados pela Som Livre com trilhas de novelas da TV Globo.

Para a trilha de Uma rosa com amor (1972), o cantor gravou Burguês fino trato, parceria de João Donato com os irmãos Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle. No disco da novela O bofe (1972), Djalma deu voz à música de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, Quem mandou. Para a trilha de Cavalo de aço (1973), o cantor gravou Homem de verdade, parceria de Guto Graça Mello com Nelson Motta.

No disco da novela O semideus (1973), o intérprete defendeu A volta, uma dos temas da trilha sonora assinada por Baden Powell (1937 – 2000) com Paulo César Pinheiro. Em Os ossos do barão, o cantor cantou Meu velho pai, música de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, compositores recorrentes na discografia de Djalma Dias.

No disco com músicas da novela Supermanoela (1974), o cantor se juntou a Antonio Carlos & Jocáfi – autores da trilha – na gravação de Toró de lágrimas.
Embora fosse reconhecidamente um grande cantor, Djalma Dias viu a carreira perder impulso a partir da segunda metade da década de 1970. Desiludido com o mercado, o cantor foi aos poucos desistindo e deixando tudo pra trás, mas a voz de Djalma Dias permanece imortalizada na memória de quem ouviu as trilhas sonoras das novelas exibidas pela TV Globo entre 1972 e 1974.

Djalma Dias saiu de cena em 25 de junho de 2021, aos 83 anos, na cidade de São Paulo (SP). A morte do artista foi comunicada pela família em rede social sem ter a causa revelada.

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2021/06/24 – POP & ARTE / MÚSICA / por Mauro Ferreira – 24/06/2021)

Por Mauro Ferreira

Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em ‘O Globo’ e ‘Bizz’. Faz um guia para todas as tribos

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