Daisy Lúcidi, integrou o primeiro elenco de atores da Rádio Globo e fez sua estreia na TV em 1960

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Atriz e radialista Daisy Lúcidi

 

Além de interpretar diversos papéis em novelas, comandou um programa de rádio por mais de 46 anos e foi eleita vereadora e deputada estadual.

 

Daisy Lúcidi em “Supermanoela”, em 1974 — (Foto: Acervo/Globo)

 

 

Daisy Lúcidi Mendes (Rio de Janeiro, no dia 10 de agosto de 1929 – Copacabana, 7 de maio de 2020), atriz e radialista.

 

Lúcidi integrou o primeiro elenco de atores da Rádio Globo e fez sua estreia na TV em 1960. Como radialista, comandou, durante 46 anos, o programa “Alô Daisy”, na Rádio Nacional. Foi ainda vereadora e deputada estadual no Rio. Sua última participação em novelas da Globo foi em “Geração Brasil”, em 2014.

 

Daisy teve uma longa carreira. Atuou no teatro, cinema e na TV, mas deve muito de sua fama ao rádio. Começou aos 6 anos, recitando poemas. Por mais de dez anos, apresentou com César Ladeira um programa que fez história.

 

Na era de ouro da Rádio Nacional, participou de novelas com alguns dos maiores galãs da época – Paulo Gracindo, Mário Lago. Em 1971, passou a comandar, na Rádio Nacional, o programa Alô, Daisy!, reconhecido como de utilidade pública por serviços prestados à população do Rio em suas queixas por melhores serviços municipais. A popularidade ajudou a alavancar a carreira de Daisy Lúcidi na política e ela foi vereadora e, depois, deputada estadual por diferentes partidos, PDS, PFL e PPR.

 

No cinema, participou pontualmente de filmes nos anos 1940 (Folias Cariocas), 50 (Dentro da Vida) e 70 (Eu Transo, Ela Transa). Passaram-se décadas e ela voltou aos filmes em 2012 e 13, com As Aventuras de Agamenon, o Repórter Vendo ou Alugo. Pelo último, recebeu o prêmio especial do júri no Cine PE.

 

A TV acolheu a jovem Daisy primeiro na minissérie Nuvem de Fogo, de Janete Clair, de 1963. Participou, na Globo, de novelas como Bravo!, também de Janete Clair junto de Gilberto Braga; O Casarão, de Lauro César Muniz; Paraíso Tropical, de Gilberto BragaPassione, de Sílvio de Abreu; e Babilônia, de Braga e Ricardo Linhares.

 

Em Passione, criou uma de suas personagens marcantes – a viúva Valentina parecia uma boa mulher, mas aceitava ofertas pelas netas em troca de dinheiro; em Babilônia, foi a elegante e sofisticada Dulce. No teatro, participou da montagem original de Society em Baby Doll, de Henrique Pongetti, por Augusto Boal. Daisy Lúcidi foi casada com o jornalista esportivo Luiz Mendes, que morreu em 2011.

 

 

Estreia nos palcos aos 6 anos de idade

 

Daisy Lúcidi Mendes nasceu no Rio de Janeiro, no dia 10 de agosto de 1929. Seus pais, Clarice Lopez e Quinto Lúcidi, eram de origem portuguesa e italiana.

Bem humorada e vaidosa, era divertida mesmo quando queria parecer ranzinza. Descobriu cedo o talento para a interpretação. Foi acompanhando seu pai nos ensaios de um curso de teatro amador que conquistou seu primeiro papel, aos 6 anos de idade, na peça “Nuvem”, de Coelho Neto, no teatro Dulcina, no Rio.

Em 1941, foi contratada para integrar o elenco infantil da Rádio Tupi. O convite veio do diretor, Teófilo de Barros Filho, durante um concurso de interpretação.

Com a inauguração da Rádio Globo no fim de 1944, passou a fazer parte da equipe de atores das radionovelas já no início de 1945. Foi também na rádio que conheceu seu companheiro, o jornalista esportivo Luiz Mendes, que, à época, comandava o programa “Alô, Rio”.

Não demorou até que a Rádio Nacional, mais importante emissora da época, a chamasse para integrar seu elenco, o que aconteceu em 1953. Participou de séries e novelas de sucesso, que posteriormente foram adaptadas por Janete Clair para a Globo.

Na TV, sua estreia aconteceu em 1960, participando de uma minissérie dirigida por Janete Clair, na extinta TV Rio.
A primeira novela na Globo foi o “Homem Proibido”, em 1967. Também trabalhou em “Supermanoela” (1974), “Bravo” (1975) e o “Casarão” (1976).

Carreira no rádio: ‘Alô Daisy’ ficou 46 anos no ar

Embora tenha atuado no teatro, na televisão e no cinema, foi no rádio que se realizou. Depois de consagrar-se como atriz de radionovelas, passou a comandar um programa próprio, em 1971 na Rádio Nacional.

“Meu negócio é o rádio, que é a minha paixão”, dizia.

 “Alô Daisy” ficou 46 anos no ar e denunciava os problemas do quotidiano da cidade.

A política e a volta à Globo

Ainda na década de 70, Daisy Lúcidi deixou a carreira de atriz para se dedicar à política, após insistência da então deputada federal pelo Arena, Lygia Lessa Bastos. Foi vereadora e deputada estadual durante 18 anos no Rio.
Mas a vocação artística falou mais alto e 31 anos depois, ela voltou a atuar.
A volta à Globo, foi em 2007, em “Paraíso Tropical”, a convite de Gilberto Braga, autor da novela, que soube por amigos que Daisy Lúcidi tinha deixado a política. Como a encrenqueira síndica Iracema, ela reconquistou a simpatia do público.
Mesmo em papéis difíceis, ganhava elogios pela interpretação. Em “Passione” (2010), novela de Silvio de Abreu, Daisy viveu a dissimulada Vó Valentina, que explorava as duas netas. A atriz achava graça no sucesso da sua primeira vilã e dizia, rindo, que ia acabar apanhando nas ruas por causa das maldades da personagem.
Em 2013, fez uma participação em “Tapas & Beijos”. A última novela na Globo, foi “Geração Brasil”, em 2014.
Lúcidi dizia que não pensava em parar e que tinha muito amor pela profissão.

“Não há nada melhor que fazer o que se gosta e receber o carinho do povo.”

Daisy Lúcidi faleceu em 7 de maio de 2020, aos 90 anos. Ela estava internada com covid-19 no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São Lucas, em Copacabana, desde o dia 25 de abril.

Daisy Lúcidi era viúva do jornalista esportivo Luiz Mendes, com quem foi casada por 64 anos. A atriz, que teve um filho também já falecido, deixa três netos e quatro bisnetas.

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/05/07 – POP & ARTE / NOTÍCIA / RIO DE JANEIRO / Por Elza Gimenez, Rogério Coutinho e Cláudia Loureiro, TV Globo e G1 Rio – 07/05/2020)
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/tv/noticias – TV / NOTÍCIAS / ENTRETENIMENTO / Por Luiz Carlos Merten – 7 de maio de 2020)

(Fonte: Zero Hora – ANO 56 – N° 19.704 – 8 DE MAIO de 2020 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 27)

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