Cyd Charisse, nasceu Tula Ellice Finklea estrela-bailarina texana

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Elegância nata, beleza marcante, talento real para a dança e um extraordinário par de pernas fizeram de Cyd Charisse uma estrela

Cyd Charisse, nasceu Tula Ellice Finklea estrela-bailarina texana, teve o mais extraordinário par de pernas do showbiz. Não é só que Cyd Charisse tivesse o mais extraordinário par de pernas ou que as tenha mostrado num tempo em que esse era o único trecho da anatomia feminina que podia ficar inteiramente a vista: Cyd Charisse passou a iconografia de Hollywood porque soube mostrar essas suas formas a um só tempo longilíneas e exuberantes com graça, elegância nata, um ar de mistério que nenhuma outra estrela-bailarina sabia conjurar como ela e um talento verdadeiro para a dança. Morta no dia 17 de junho, aos 86 anos, de infarto, essa texana contratada ainda na adolescência pelo Ballet Russe de Monte Carlo – descendente oblíqua da companhia na qual dançou Nijinsky, que faria escola ao levar a técnica clássica para as coreografias de cinema – chegou ao estúdio MGM no momento em que este começava a se consagrar como o maior produtor de musicais. Cyd tinha formação impecável e podia dançar qualquer pás de deux que lhe pusessem no caminho; mas era igualmente hipnótica em números modernos e vigorosos. Essa versatilidade rara, somada a sua beleza de olhos imensos, pele clara e cabelos negros, a tornou uma candidata natural ao primeiro plano – e a preferência dos dois príncipes da MGM, Fred Astaire e Gene Kelly.
Com Astaire, que a chamava de “linda dinamite”, ela contracenou em seu primeiro e em seu último papel principal como bailarina (A Roda da Fortuna, de 1953, e Meias de Seda, de 1957). Foi em parceria com o atlético Kelly, porém, que Cyd estourou – primeiro numa sequência antológica de Cantando na Chuva, de 1952, e depois em produções como A Lenda dos Beijos Perdidos e Dançando nas Nuvens. Cyd dizia que seu marido nunca tinha dúvida sobre com qual dos dois astros ela havia ensaiado no dia: se estivesse ilesa, o parceiro era Astaire; se coberta de hematomas, o culpado era Kelly. Curiosamente, Cyd teve um punhado de nomes diferentes. Nasceu Tula Ellice Finklea, foi Felia Sidorova com o Ballet Russe, passou ao cinema como Lily Norwood e, ao ganhar um papel em Ziegfeld Follies, de 1946, foi finalmente transformada em Cyd Charisse (mistura de seu apelido de família com o sobrenome de seu primeiro marido).
Fosse qual fosse o nome, porém, ela era sempre a mesma: uma dançarina inigualável, com uma presença de tirar o fôlego.

(Fonte: Veja, 25 de junho, 2008 – Edição 2066 – ano 41 – n° 25 – Memória/Por I. B. – Pág; 160)

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