Count Basie (1904-1984), músico da extração mais nobre do jazz. Conquistou um Grammy

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Count Basie, um dos líderes de orquestra mais influentes da era do suíngue

Count Basie (Red Bank (Nova Jérsei), 21 de agosto de 1904 – Hollywood, Flórida, 26 de abril de 1984), músico da extração mais nobre do jazz, coroado rei depois da morte do legendário Duke Ellington, mas conhecido como “Count” (conde), apelido que lhe colou um entusiasmado cantor de rádio, Count Basie, cujo nome verdadeiro era William.

Count Basie começou a carreira apresentando-se em restaurantes e compondo acompanhamentos sonoros para filmes mudos, tarefas que lhe rendiam poucos centavos mas que o ajudaram a se tornar um lendário pianista e band leader décadas mais tarde. Foi graças às gravações de trilhas musicais para filmes que ele conheceu o pianista Fats Waller, que o convenceu a abandonar as interpretações clássicas e aderir ao jazz. Filho de músicos de Red Bank, Nova Jersey, Basie mudou-se para Kansas City já dono de um estilo jazzístico próprio e que o tornaria célebre. A fama chegou em Nova York na década de 40, quando, em cinco semanas de apresentação, arrecadou meio milhão de dólares de pessoas que pagaram ingressos para ouvir suas frases musicais repetidas, os chamados riffs, em que há uma compulsiva economia de notas.

A secura de estilo tornou-se um fã do Samba de Uma Nota Só, de Tom Jobim e Newton Mendonça. O swing contínuo, sua marca registrada, fez de Kansas City no seu tempo uma fonte de jazz tão rica quanto Saint Louis. Criou-se uma escola estilística na cidade – a Kaycee -, de que Basie era o irradiador. Ele conquistou um Grammy, o Oscar da música nos Estados Unidos, foi condecorado pela rainha da Inglaterra e ganhou a admiração de três presidentes: John Kennedy, para quem tocou no dia da posse, Richard Nixon e Ronald Reagan. Apresentar-se a seu lado era um raro privilégio, desfrutado por astros já consagrados como Frank Sinatra e Ella Fitzgerald e outros ainda na ante-sala da fama, como Lester Young e Joe Newman, que logo depois se tornariam célebres. Essa conjunção de felizes coincidências deram a Basie um outro apelido: “Fábrica de Músicos”. Basie morreu no dia 26 de abril de 1984, na Flórida, de câncer no pâncreas, sem saber que estava condenado. Basie pensava estar sofrendo de uma moléstia simples e, por várias vezes, trocou o pijama pelo velho chapéu de marinheiro e o lenço no pescoço para voltar ao palco, interrompendo a internação. À teimosia do paciente, os médicos reagiam com conselhos para que não exagerasse. Seus músicos, no entanto, acostumados a ver o “chefe” tocar doente em outras épocas e até sentado numa cadeira de rodas, acreditavam que o show iria continuar. Ele nunca tirou férias em toda a sua vida.

(Fonte: Veja, 2 de maio de 1984 – Edição 817 – DATAS – Pág; 75)
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/reuters/ult112u9431 – da Reuters, em Los Angeles – 12/12/2001)

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