Chicha Mariani, foi uma das fundadoras do grupo Avós da Praça de Maio, um caso emblemático dos bebês roubados na ditadura argentina (1976-1983)

0
Powered by Rock Convert

Chicha Mariani, fundadora das Avós da Praça de Maio

 

Ativista era um dos símbolos da luta por direitos humanos no país.

 

 

María Isabel ‘Chicha’ Chorobik de Mariani (São Rafael, 19 de novembro de 1923 – 20 de agosto de 2018), foi uma das fundadoras do grupo da organização humanitária argentina Avós da Praça de Maio, sem reencontrar a neta Clara Anahí, um caso emblemático dos bebês roubados na ditadura argentina (1976-1983).

 

 

Era considerada uma das fundadoras da organização Avós da Praça de Maio, uma ONG argentina que há décadas busca encontrar as crianças separadas dos pais durante a ditadura militar do país (1976-1983).

 

 

A ativista era uma das 12 fundadoras da entidade (1997) e foi sua presidente até 1989, quando criou a entidade “Clara Anahí”, para buscar sua neta, conhecida no mundo todo após sua avó divulgar diversas cartas.

 

 

‘Chicha’ Mariani foi uma das 12 fundadoras, em 1977, da entidade e sua presidente até 1989, quando se afastou para criar a fundação Clara Anahí, com o objetivo de buscar sua neta. Foi sucedida nas Avós da Praça de Maio por Estela de Carlotto, que coordena o grupo até hoje.

 

 

Anahí foi sequestrada no dia 24 de novembro de 1976, aos três meses de idade. Na ocasião, sua mãe, Diana Teruggi, foi assassinada com mais três militantes do grupo Montoneros. Oito meses depois, a vítima fatal foi o pai da menina.

 

 

O caso Clara Anahí é emblemático e ficou conhecido no mundo todo depois da divulgação de cartas abertas que ‘Chicha’ Mariani escreveu à sua neta.

 

 

Em 24 de novembro de 1976, Clara Anahí, uma bebê de três meses, foi sequestrada por um policial depois que sua mãe, Diana Teruggi, foi assassinada junto com outros três militantes do grupo guerrilheiro Montoneros (esquerda peronista) durante uma busca policial em sua casa de La Plata.

 

 

Daniel Mariani, o filho de ‘Chicha’, que não estava em casa nesse dia, foi morto a tiros oito meses depois.

 

 

Uma foto de Clara Anahí bebê foi replicada durante décadas em cada aniversário da menina que hoje tem 41 anos.

 

 

 

“Minha vontade é te abraçar”

 

 

Em 24 de dezembro de 2015, a notícia do suposto aparecimento de Clara Anahí, quando uma mulher se aproximou da fundação dizendo que era sua neta, com um comprovante positivo de um laboratório privado, comoveu a opinião pública argentina. Este exame, contudo, foi rapidamente descartado por duas análises genéticas oficiais, em um golpe brutal para a avó, que já passava dos 90 anos.

 

 

“Aos 91 anos minha vontade é te abraçar e me reconhecer no seu olhor, gostarua que você viesse até mim para que essa longa se concretizasse. É esse desejo que me mantém de pé para que finalmente a gente se encontre”, havia escrito Mariani meses antes.

 

 

Durante muitos anos, Mariani esteve convencida de que sua neta era Marcela Noble, a filha adotiva de Ernestina de Noble, a falecida dona do poderoso grupo multimídia Clarín. Assim ela declarou em 2010 durante um julgamento contra o ex-ditador Jorge Videla. No entanto, os resultados genéticos deram negativo.

 

 

Até agora, após 40 anos de intensa luta e pesquisa que inclui complexos estudos de DNA, as Avós da Praça de Maio conseguiram descobrir a identidade de 128 dos 500 bebês que foram sequestrados durante o regime.

 

 

O grupo das Avós estima em 500 o número de crianças roubadas durante a ditadura. Esse total, 128 foram localizadas, a maioria com vida, e recuperaram sua identidade. O último caso foi anunciado em 3 de agosto passado.

 

Em 1989, Chica deixou a organização, mas não parou de procurar a neta. Ela fundou um museu na casa de onde sua neta foi levada e criou a fundação Clara Anahí.

Mariani morreu em 20 de agosto de 2018, aos 94 anos.

 

Ativista faleceu aos 94 anos e sem descobrir o paradeiro de sua neta, que desapareceu durante a ditadura militar na Argentina.

 

Mariani sofreu um AVC em 7 de agosto e não conseguiu se recuperar. O funeral acontecerá em La Plata, 60 km ao sul de Buenos Aires, onde morava e onde fica a sede da fundação.

(Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2018/08/21 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS / INTERNACIONAL / Em Buenos Aires / AFP – 21/08/2018)

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.173 – 22 de agosto de 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 35)

(Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/08/21 – MUNDO / NOTÍCIA / Por Deutsche Welle – 21/08/2018)

Powered by Rock Convert
Share.