Celso Furtado (1920-2004), ministro do Planejamento de Jango, economista foi cassado pelos militares

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Celso Furtado (1920-2004), economista, foi o primeiro Superintendente da Sudene

Celso Monteiro Furtado foi reconhecido mundialmente como um dos principais economistas e pensadores sociais latino-americanos de nosso tempo.

Nasceu em 1920 na Paraíba, Brasil. Graduou-se em direito no Rio de Janeiro (1944) e obteve o doutorado em Economia na Universidade de Paris (1948). Em 1958 e 59 foi diretor do Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social, onde concebeu e criou a SUDENE, Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste, uma agência governamental pioneira para impulsionar o desenvolvimento econômico no atrasado nordeste brasileiro. Foi superintendente desta agência de 1959 a 1964. O trabalho desenvolvido por Celso Furtado na SUDENE foi objeto de um estudo de Albert O. Hirschmann que, publicado com o título de “Journey Towards Progress”, obteve a atenção mundial dos teóricos do desenvolvimento.

Em 1962 e 63, Furtado foi Ministro de Planejamento durante o governo de João Goulart. Mas o golpe de Estado militar de 1964 o privou de seus direitos políticos e provocou sua migração e sua dedicação à docência nas Universidades de Yale, Cambridge e Paris.

Restabelecida a democracia no Brasil, Celso Furtado foi designado Embaixador do Brasil nas Comunidades Européias em Bruxelas (1985-86) e, em seguida, Ministro de Cultura do Brasil (1986-90). Posteriormente trabalhou na Comissão de Cultura e Desenvolvimento da UNESCO.

A contribuição de Celso Furtado à compreensão dos determinantes do subdesenvolvimento se baseia numa perspectiva histórica e na análise dos caminhos recorridos por diversos países para superar essa condição.

Obras:

Fragmento del libro de Antonio Roldán Báez “CATÁLOGO DE ECONOMÍA POLÍTICA ( 1.621 – 2.004 )”

(1948): L’économie coloniale Brésilienne, Universidad de París. Facultad de Derecho y Ciencias Económicas, París, Junio, 1948.
[Tesis doctoral del autor. Versión portuguesa reseñada aparte (2001)].

(1954): A economia Brasileira, A Noite, Río de Janeiro, 1954.

(1956): Uma economia dependente, Ministério da Educação e Cultura [Serviço de Documentação], Río de Janeiro, 1956.

(1958): Perspectivas da economia Brasileira, Instituto Superior de Estudos Brasileiros, Río de Janeiro, 1958.

(1959): Uma política de desenvolvimento econômico para o Nordeste, Imprensa Nacional, Río de Janeiro, 1959.

(1959): Formación económica del Brasil [Formação econômica do Brasil] [The economic growth of Brazil] [La formation économique du Brésil] [Die wirtschaftliche entwicklung Brasiliens] [La formazione economica del Brasile]; Fondo de Cultura Económica [Sección de Obras de Economía], México, 1962. [FE 10/11]

[1ª ed. portuguesa: Editôra Fundo de Cultura (Biblioteca Fundo Universal de Cultura. Estante de economia), Río de Janeiro, 1959. Otra ed.: Editorial Nacional (Biblioteca Universitaria. 2; 23), San Pablo, 1967].

(1959): A operação Nordeste, Instituto Superior de Estudos Brasileiros, Río de Janeiro, 1959.

(1961): Desarrollo y subdesarrollo [Desenvolvimento e subdesenvolvimento] [Development and underdevelopment] [Développement et sous-développement]; 9ª ed., Editorial Universitaria [Cuadernos; 196], Buenos Aires, 1969. [FE 11/1002] [FE 11/1003] [FE 11/1004] [FE 11/1005] [FE 11/670]

[1ª ed. inglesa: University of California Press, Berkeley (California), 1964]. [FE 7/321]

[1ª ed. francesa: Presses Universitaires de France (Théoria: Études sur la théorie moderne de l’économie), París, 1966]. [FE 7/403]

[1ª ed. portuguesa: Editôra Fundo de Cultura (Biblioteca Fundo Universal de Cultura. Estante de economia), Río de Janeiro, 1961; 2ª ed.: 1965].
(1962): Subdesenvolvimento e Estado democrático, Condepe, Recife, 1962.

(1962): Brasil en la encrucijada histórica [A pré-revoluçao Brasileira] [Le Brésil à l’heure du choix]; Nova Terra, Barcelona, 1966.

[1ª ed. portuguesa: Editôra Fundo de Cultura, Río de Janeiro, 1962].

(1964): Dialéctica del desarrollo: Diagnóstico de la crisis del Brasil [Dialética do desenvolvimento] [Diagnosis of the Brazilian crisis]; [1ª ed.: 1965]; 2ª ed., Fondo de Cultura Económica [Sección de Obras de Economía], México, 1969. [FE 11/669] [FE 2/195: 1ª ed.]

[1ª ed. portuguesa: Editôra Fundo de Cultura, Río de Janeiro, 1964].

(1966): Subdesarrollo y estancamiento en América Latina [Subdesenvolvimento e estagnação na América Latina]; Editorial Universitaria, Buenos Aires, 1966.

[1ª ed. portuguesa: Civilização Brasileira, Río de Janeiro, 1966].

(1967): Teoría y política del desarrollo económico [Teoria e política do desenvolvimento econômico] [Théorie du développement économique] [Teorie dello sviluppo economico]; versión española de FRANCISCO OLIVEIRA y MARTÍ SOLER; 5ª ed., Siglo Veintiuno [Economía y demografía], México, 1974. [FD 330/1000] [FE 6/1829] [FE 6/1831] [FL 91/1472] [EP B/746; 4ª ed., 1974]
[1ª ed. francesa: Presses Universitaires de France (Collection SUP. L’économiste; 19), París, 1970]. [FE 6/1072]

[1ª ed. portuguesa: Companhia Editora Nacional, San Pablo, 1967; 10ª ed.: Paz e Terra, San Pablo, 2000].

(1968): La concentración del poder económico en los Estados Unidos y sus reflejos en América Latina [Um projeto para o Brasil]; Centro Editor de América Latina, Buenos Aires, 1969.

[1ª ed. portuguesa: Saga, Río de Janeiro, 1968].
(1969): La economía Latinoamericana, desde la conquista Ibérica hasta la revolución Cubana [Formação econômica da América Latina] [Economic development of Latin America: A survey from colonial times to the Cuban revolution] [Politique economique de l’Amerique Latine] [L’economia Latinoamericana: Dalla conquista Iberica alla rivoluzione Cubana]; [1ª ed.: 1969];

4ª ed., Siglo Veintiuno [El mundo del hombre. Economía y demografía], México, 1973. [EP B/735] [FL Hª.CONTEMPORANEA/36] [FE 11/487; 1ª ed.]
[1ª ed. francesa: Sirey, París, 1970] [FL 91/1084]
[1ª ed. portuguesa: Lia Editora, Río de Janeiro, 1969].

(1970): La hegemonía de los Estados Unidos y América Latina [A hegemonia dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina] [Les Etats-Unis et le sous-développement de l’Amérique Latine]; Edicusa, Madrid, 1971. [FE 10/708]

[Otra versión española, anotada aparte (1971)].
[1ª ed. portuguesa: Civilização Brasileira, Río de Janeiro, 1973].

(1971): La hegemonía de los USA y América Latina, Edicusa [Cuadernos para el diálogo], Madrid, 1971. [FE 10/708]

(1971): El poder económico: Estados Unidos y América Latina, Centro Editor de América Latina, Buenos Aires, 1971.

(1972): Análisis del “modelo” Brasileño [Análise do “modelo” Brasileiro] [Analyse du “modèle” Brésilien]; Centro Editor de América Latina, Buenos Aires, 1972.

[1ª ed. francesa: Éditions Anthropos, París, 1974].

[1ª ed. portuguesa: Civilização Brasileira, Río de Janeiro, 1972].

(1974): El desarrollo económico: Un mito [O mito do desenvolvimento econômico] [Le mythe du développement économique]; 7ª ed., Siglo Veintiuno [Economía y demografía], México, 1985. [FE 10/1851; ed. 1976]

[1ª ed. francesa: Éditions Anthropos, París, 1976; 2ª ed.: 1984]. [FD 330/4290]

[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, Río de Janeiro, 1974; ed. abreviada: 1996].

(1974): El mito del desarrollo económico y el futuro del Tercer Mundo [The myth of economic development and the future of the Third World]; Periferia, Buenos Aires, 1974.

[1ª ed. inglesa: University of Cambridge. Centre of Latin American Studies (Working papers; 16; 22 p.), Cambridge, 1974].

(1976): La economía Latinoamericana: Formación histórica y problemas contemporáneos [A economia Latino-americana: Formação historica e problemas contemporaneos] [Economic development of Latin America: Historical background and contemporary problems]; 21ª ed., Siglo Veintiuno, México, 1988.
[Edición definitiva de ‘Formação econômica da América Latina’].

[1ª ed. portuguesa: Companhia Editora Nacional, San Pablo, 1976].

(1976): Prefacio a una nueva economía política [Prefácio a nova economia política] [La formazione economica del Brasile]; Siglo Veintiuno [Economía y demografía], México, 1978. [FD 330/995] [FE 6/1400] [FE 6/1403] [EP B/829]
[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, Río de Janeiro, 1976].

(1978): Creatividad y dependencia [Criatividade e dependência na civilização industrial] [Accumulation and development: The logic of industrial civilization] [Créativité et dépendance]; Siglo Veintiuno [Economía y demografía], México, 1979. [FD 330/918] [FE 10/3297]

[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, Río de Janeiro, 1978].

(1980): Breve introducción al desarrollo: Un enfoque interdisciplinario [Pequena introdução ao desenvolvimento: Um enfoque interdisciplinar] [Brève introduction au développement: Une approche interdisciplinaire]; Fondo de Cultura Económica [Sección de Obras de Economía], México, 1983. [FD 330/1338]

[1ª ed. portuguesa: Companhia Editora Nacional, San Pablo, 1980].

(1981): El Brasil después del “milagro” [O Brazil pós-“milagre”] [Le Brésil après le miracle]; Fondo de Cultura Económica, México, 1983. [FE 2/3025]

[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, Río de Janeiro, 1981].

(1981): Creatividad cultural y desarrollo dependiente, United Nations University, Tokio (Japón), 1981.

(1981): De la ideología del progreso a la ideología del desarrollo, United Nations University, Tokio (Japón), 1981.

(1982): La nueva dependencia: Deuda externa y Monetarismo [A nova dependência: Dívida externa e Monetarismo]; Centro Editor de América Latina [Bibliotecas universitarias. Economía], Buenos Aires, 1985. [FD 330/1526]

[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, Río de Janeiro, 1982].

(1982): El subdesarrollo Latinoamericano. Ensayos de Celso Furtado, Fondo de Cultura Económica [Lecturas; 45], México, 1982. [FD 330/1797]

(1982): Obras escogidas de Celso Furtado, compilado por JOSÉ CONSUEGRA; Plaza y Janés, Bogotá (Colombia), 1982.

(1983): No a la recesión y al desempleo [Não, não à recessão e ao desemprego] [No to recession and unemployment] [Non: Non à la récession, non au chômage], Paz e Terra, Buenos Aires, 1984.
[1ª ed. francesa: Éditions Anthropos, París, 1984]. [FD 330/4287]

[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, Río de Janeiro, 1983].

(1984): Cultura e desenvolvimento em época de crise, Paz e Terra, Río de Janeiro, 1984.
(1984): Deuda y soberanía, coautor; con RAÚL PREBISCH y ALDO FERRER; El Cid, Buenos Aires, 1984.

(1985): La fantasía organizada [A fantasia organizada] [La fantaisie organisée: Le développement est-il encore possible?]; Editorial Universitaria, Buenos Aires, 1988.
[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, Río de Janeiro, 1985].

(1987): Transformação e crise na economia mundial, Paz e Terra, San Pablo, 1987.
(1989): A fantasia desfeita, Paz e Terra, San Pablo, 1989.

(1989): ABC da dívida externa, Paz e Terra, San Pablo, 1989.

(1989): The world economic and financial crisis, con MASARU YOSHITOMI y LAL JAYAWARDENA; World Institute for Development Economics Research, Helsinki (Finlandia), 1989.

(1990): Economía mundial: Transformación y crisis, 2ª ed., Tercer Mundo, Bogotá (Colombia), 1991.

(1991): Los vientos del cambio [Os ares do mundo]; versión española de STELLA MASTRANGELO; Fondo de Cultura Económica [Economía Latinoamericana], México, 1993. [FD 330/4865] [FE 10/5932]

[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, San Pablo, 1991].
(1992): Brasil: La construcción interrumpida [Brasil, a construção interrompida]; Fondo de Cultura Económica, México, 1992.

[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, San Pablo, 1992].
(1997): Obra autobiográfica de Celso Furtado, 3 vols., Paz e Terra, San Pablo,1997.

(1998): El capitalismo global [O capitalismo global]; Fondo de Cultura Económica, México, 1998.
[1ª ed. portuguesa: Paz e Terra, San Pablo, 1998].
(1999): O longo amanhecer. Reflexões sobre a formação do Brasil, Paz e Terra, San Pablo, 1999.

(2001): Economia colonial no Brasil nos séculos XVI e XVII [L’économie coloniale Brésilienne]; Hucitec / Abphe (Associação Brasileira de Pesquisadores em História Económica), San Pablo (Brasil), 2001.

(2002): Em busca de novo modelo. Reflexões sobre a crise contemporânea, Paz e Terra, San Pablo, 2002.

(Fonte:eumed.net/cursecon/economistas/furtado.htm)

Celso Furtado (1920-2004), ministro do Planejamento de Jango, economista foi cassado pelos militares.
Considerado um dos maiores economistas brasileiros do século XX, Celso Monteiro Furtado se destacou entre outros pensadores de sua geração porque em diversos momentos de sua vida teve a oportunidade de intervir diretamente na realidade brasileira. Suas teorias revelaram uma profunda inquietação com as desigualdades entre as economias centrais e periféricas e tiveram grande impacto no mundo acadêmico.

Em 1959, devido à grave crise pela qual passava a região nordeste do Brasil, Furtado sugeriu a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), da qual se tornou diretor sob nomeação do presidente Juscelino Kubtschek. Em 1962, no governo João Goulart, ocupou a pasta do Ministério do Planejamento, sendo o responsável pela elaboração do Plano Trienal, o ponta-pé inicial para as polêmicas Reformas de Base.

Com o golpe militar de 1964, os direitos políticos de Furtado foram cassados e ele se exilou na França, onde assumiu a cátedra de professor de Desenvolvimento Econômico na Faculdade de Direito e Ciências Econômicas da Universidade de Paris, onde lecionou por 20 anos.

Com a anistia política, em 1979, voltou ao Brasil e em 1986 tornou-se Ministro da Cultura do governo José Sarney, sendo responsável pela primeira legislação brasileira sobre incentivos fiscais à cultura.

Natural de Pombal, cidade do sertão da Paraíba, formado em direito, Furtado escreveu um dos livros de maior impacto no pensamento econômico brasileiro: Formação Econômica do Brasil, publicado em 1959 e traduzido em nove línguas. Em 1997 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e em 2003 para a Academia Brasileira de Ciências.

Sua contribuição para a historiografia brasileira foi enorme. É leitura obrigatória em qualquer curso de História Econômica no Brasil. Entre seus livros estão: Contos da vida expedicionária – de Nápoles a Paris (1946), A pré-revolução brasileira (1962), Teoria e política do desenvolvimento econômico (1967), A hegemonia dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina (1973), O mito do desenvolvimento econômico (1974), O Brasil pós-“milagre” (1981), Brasil, a construção interrompida (1992), O longo amanhecer – reflexões sobre a formação do Brasil (1999), Introdução ao desenvolvimento: enfoque histórico-estrutural (2000) e Raízes do subdesenvolvimento (2003).

(Fonte: wwww.revistadehistoria.com.br – Filipe Monteiro)

Celso Furtado (1920-20 de novembro de 2004), protagonista de uma brilhante carreira pública e acadêmica, além de autor de vasta obra, Celso Furtado continua sendo até hoje o economista brasileiro mais conhecido e melhor conceituado no mundo todo. E isto deve-se não tanto aos cargos que ocupou aqui e no exterior, mas principalmente ao interesse e à qualidade dos seus trabalhos científicos e técnicos em áreas tão diversas como a História Econômica, a Teoria do Desenvolvimento, a Política Econômica e o Planejamento. A variedade e importância de suas contribuições em todos esses campos não podem obviamente ser caracterizadas apenas num artigo, motivo pelo qual já se contam às dezenas os estudos monográficos, as teses universitárias e os livros que foram publicados a respeito dos seus trabalhos.
(Fonte: www.scielo.br/scielo – PENSAMENTO ECONÔMICO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO II/ Por Tamás Szmrecsányi)

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