Carlos Lamarca, figura emblemática da luta armada contra a ditadura militar

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Carlos Lamarca (Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1937 – Pintada, 17 de setembro de 1971), capitão do Exército, fez parte de um grupo de militantes do MR-8, e de uma organização armada, a VPR, figura emblemática da luta armada contra a ditadura militar. Teve uma vida bastante singular cheia de lances inesperados.

Ingressou, em 1955, na Escola Preparatória de Cadetes, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Dois anos mais tarde foi transferido para a Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro. Concluindo o curso, foi declarado Aspirante-a-Oficial classificado em 46º lugar, numa turma de 57 cadetes (1960).

Passou a servir no 4º Regimento de Infantaria, em Quitaúna, na cidade de Osasco, em São Paulo.

Ex-capitão do Exército e líder da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

Em 17 de setembro de 1971 – O guerrilheiro Carlos Lamarca é morto por uma patrulha militar no interior da Bahia.

(Fonte: História Viva – Ano II – N° 23 – Setembro de 2005 – Herói Guerrilheiro – Pág; 10)

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 17.873 – 17 de setembro de 2014 – Hoje na História – Almanaque Gaúcho/ Por Ricardo Chaves – Pág: 56)

 

 

 

Carlos Lamarca faz ação armada, assaltando duas agências bancárias em São Paulo, em 9 de maio de 1969.

(Fonte: Zero Hora – ANO 52 – Nº 18.105 – 9 de maio de 2015 – HOJE NA HISTÓRIA – Almanaque Gaúcho/ Por Ricardo Chaves – Pág: 40)

 

 

 

Tiros, paixões e batom

Iara Iavelberg e Carlos Lamarca

Iara Iavelberg e Carlos Lamarca em foto de 20 de março (Foto: Zonacurva/ Divulgação)

Uma tragédia política, da qual os protagonistas principais saíram mortos. Iara Iavelberg (1944-1971) uma estudante de Psicologia da Universidade de São Paulo que integrou diversas organizações armadas, namorou o capitão do Exército Carlos Lamarca e se suicidou com um tiro no peito, em apartamento em Salvador, em 20 de agosto de 1971.

Nascida numa família de judeus húngaros do bairro do Ipiranga, em São Paulo, que fez parte de uma geração que construiu organizações armadas para combater o regime de 1964 e acabou massacrada pelos canibais do porão militar.

Iara militou em várias organizações que combatiam o regime militar: Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Na VPR, ela conheceu Carlos Lamarca em abril de 1969. Fazia dois meses que Lamarca havia desertado do Exército em posse de um verdadeiro arsenal de armas e munição para a guerrilha.

Os dois apaixonaram-se e Lamarca separou-se de sua mulher na época: ele era casado e tinha dois filhos. Da VPR, Iara e Lamarca foram juntos para o MR-8. Clandestinos, estavam entre os mais procurados pela repressão política, com cartazes espalhados em diversos lugares.

Passou a adolescência lendo fotonovelas e, mais tarde, a coluna de Carmen da Silva na revista Claudia. Esteve com Lamarca no campo de treinamento de guerrilhas no Vale do Ribeira e também aprendeu a atirar – mas a única vez que apertou o gatilho para valer foi para disparar o revólver calibre 22 com o qual se matou.

Ela só foi descoberta pela polícia por acaso e também não pôde tentar a fuga em outro lance de muita infelicidade. No encalço de um grupo de militantes do MR-8, policiais e soldados cercaram um edifício na Praia da Pituba e, com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de metralhadora, convocaram os moradores para deixar os apartamentos.

Depois de fazer três prisões, o coronel Luiz Arthur de Carvalho, foi Secretário de Segurança Pública da Bahia e participou do aparato de repressão que existiu no Brasil no período de 1964 a 1985. Tido como “sinistro”, o coronel foi envolvido em prisões, cercos e torturas de vários estudantes, inclusive, na prisão do ex-deputado Emiliano José, que comandava a operação, considerou que sua missão estava cumprida, ordenou o fim do cerco e foi tomar um banho.

(Fonte: Revista Veja, 8 de abril, 1992 – ANO 25 – Nº 15 – Edição 1229 – Livros/ Por Paulo Moreira Leite – “Iara – Reportagem Biográfica”, de Judith Patarra – Pág: 85/88)

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